ICRA Contribuiu Para Avanço da Cosmologia no País, Diz Coordenador
Olá leitor!
Segue agora uma nota postada hoje (10/04) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que segundo o coordenador do
Instituto de Cosmologia Relatividade e
Astrofísica (ICRA) do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) o instituto
contribuiu para o avanço da Cosmologia Brasileira.
Duda Falcão
ICRA Contribuiu Para Avanço da
Cosmologia no País, Diz Coordenador
Denise Coelho
Ascom do MCTI
10/04/2014 – 10:32
O Instituto de
Cosmologia Relatividade e Astrofísica (ICRA) do Centro Brasileiro de Pesquisas
Físicas (CBPF/MCTI), localizado no Rio de Janeiro, completa dez anos de
existência, celebrados ao longo desta semana com a conferência ICRA-10. As
atividades promovidas no período mostram a contribuição efetiva do projeto para
o avanço da cosmologia no Brasil e no mundo, avalia o pesquisador Martín
Makler.
Coordenador substituto do ICRA, Makler lembra a
trajetória da unidade, que funciona hoje como uma coordenação do CBPF, mas com
caráter independente. Originado do Grupo de Cosmologia e Gravitação, instituído
em 1976 – que iniciou estudo sistemático do tema no Brasil –, o instituto teve
a sua criação anunciada em 2003, durante a realização, no Rio, de um dos
maiores congressos mundiais da área.
A implementação efetiva ocorreu em 2004. Desde então, a
unidade se consolidou como centro de pesquisa. Makler destaca a atuação do
grupo no processo de formação de recursos humanos e de difusão do conhecimento
no país. “Grande parte das pessoas em atuação nessa área no Brasil participou
de alguma atividade de formação do grupo. Desse modo, não havia nada mais
natural do que criar um novo instituto de cosmologia, baseado no Grupo de
Cosmologia e Gravitação do CBPF”, comenta.
Para o coordenador, a mudança institucional também
impulsionou “enormemente” essa área no centro. “E muitos frutos já podem ser
vistos, como uma maior internacionalização, através de convênios e do
intercâmbio de pesquisadores, da organização de cursos em todos os níveis,
desde alunos de graduação até de pesquisa avançada, do início de um programa de
cosmologia e astrofísica observacional, entre outros”, destaca.
O ICRA promove o Programa Mínimo de Cosmologia (PMC) para
as universidades brasileiras – no qual seus pesquisadores vão às universidades
que ainda não possuem essa área de pesquisa consolidada – e ministra uma série
de cursos básicos visando dar uma formação geral aos alunos nesse tema.
Com a criação do instituto foi possível a participação em
grandes projetos observacionais. O ICRA liderou a proposta de uma presença
brasileira no projeto Dark Energy Survey (DES), que está fazendo o maior
mapeamento do Universo em grandes escalas até o presente. A unidade do CBPF
coordena, hoje, a participação do Brasil em vários outros projetos
observacionais, como CFHT Stripe 82 Survey (CS82) e Soar Gravitational Arc
Survey (Sogras). Está envolvido numa série de projetos multibanda – cobrindo
desde as ondas de rádio até os raios-x – em uma região equatorial do céu
conhecida como "Stripe 82".
Difusão
Outra atividade presente tem sido a difusão do
conhecimento, tanto por meio do PMC quanto pela produção de material gráfico e
impresso, além da realização de eventos abertos ao público, palestras de
divulgação, etc. De 2005 a 2012, o Instituto de Cosmologia, Relatividade e
Astrofísica do CBPF realizou 29 encontros de repercussão internacional,
organizados com patrocínio de instituições nacionais e de fora do país, além de
mais de 60 atividades de divulgação científica direcionadas ao público em
geral.
Nesse período, mais de 85 artigos científicos originais
foram publicados em revistas de impacto na comunidade científica internacional,
e foram realizadas cinco edições do Brazilian School of Cosmology and
Gravitation – séries completas envolvendo 48 cursos do Programa de Cosmologia.
A programação
comemorativa da ICRA-10 prossegue, até sexta-feira (11), no auditório do
CBPF, na capital fluminense, com a exibição de vídeos, apresentações musicais e
a participação de mais de 40 palestrantes nacionais e internacionais. A
abertura do encontro teve a participação do ex-ministro da Ciência, Tecnologia,
Roberto Amaral, do diretor do CBPF, Fernando Lázaro, e de fundadores do grupo,
que falaram da importância da área e da instituição.
Avanço da Cosmologia
O físico Martín Makler faz uma avaliação paralela entre a
criação do instituto e o avanço na cosmologia em todo o mundo. Ele destaca que,
nas últimas décadas, a exemplo do Icra, vários institutos de cosmologia foram
criados no globo, seja como unidades independentes, seja associados a uma
universidade ou a institutos de pesquisa.
“Podemos dizer que ele esteve entre os pioneiros e, sem
dúvida, a sua criação foi fundamental para impulsionar o desenvolvimento dessa
área, tanto no CBPF, quanto no país de um modo geral”, avalia.
Para o físico, a cosmologia tem sido uma das áreas científicas
que mais se desenvolveram nos últimos tempos com grande impacto na sociedade.
Em parte isso se deve, diz ele, à natureza das perguntas que ela visa responder
sobre a origem do universo, sobre a sua estrutura e evolução e o lugar da
humanidade neste contexto. “São questões que estão no imaginário popular e que
pela primeira vez foi possível abordar através da ciência de forma concreta.”
O pesquisador aponta também o desenvolvimento
instrumental e tecnológico e o interesse científico pela área, que levaram a um
aumento surpreendente da quantidade de dados sobre o universo, captados por
telescópios na Terra e por satélites.
“Hoje temos informações sobre mais de 200 milhões de
galáxias, mapas da temperatura do universo há 14 bilhões de anos, estudos detalhados
de explosões de estrelas a bilhões de anos-luz de nossas galáxias etc”,
enumera. “Esse vasto conjunto de dados nos levou a uma conclusão surpreendente,
para não dizer bombástica: a maior parte da matéria no universo, cerca de 95%,
é composta por coisas sobre as quais temos pouca ideia do que sejam.”
Outra possibilidade, acrescenta, é que a teoria até hoje
mais bem sucedida para explicar a gravidade, a relatividade geral de Einstein,
esteja errada. “Seja qual for a resposta correta, sejam novos tipos de
matéria/energia ou modificação da teoria da relatividade geral, ela terá um
enorme impacto na nossa compreensão da natureza, ou seja, na ciência, em
particular na física”, afirma.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
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