América Latina Tem 17 Vezes Mais Mortes Por Raios Que Europa e EUA
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada ontem (29/04) no site
“G1” do globo.com destacando que a América Latina tem 17 vezes mais mortes por
raios do que a Europa e os EUA.
Duda Falcão
CIÊNCIA E SAÚDE
América Latina Tem 17 Vezes Mais
Mortes Por Raios Que
Europa e EUA
Estudo aponta que descargas elétricas mataram, em média,
1,7 pessoa por milhão de habitante na América Latina
contra 0,1 nos
países desenvolvidos.
Da BBC
29/04/2014 06h20
Atualizado em 29/04/2014 07h46
(Foto: AP/BBC)
Cerca de 50 milhões de raios atingem o Brasil anualmente.
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A incidência de mortes por raios na América Latina é 17 vezes maior do
que na Europa e nos Estados Unidos. Nos últimos anos, as descargas elétricas
mataram, em média, 1,7 pessoa por milhão de habitante na América Latina contra
0,1 por milhão de habitante nos países desenvolvidos.
Os dados, obtidos com exclusividade pela BBC Brasil, fazem parte de um
levantamento inédito realizado pelo ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica),
ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A pesquisa foi feita com base em informações obtidas junto a governos
de dez países latino-americanos, assim como estudos científicos e outras
notícias veiculadas na imprensa, informa o ELAT.
O Brasil lidera o número de mortes em números absolutos, por ser o país
mais populoso e por receber a maior quantidade de raios (50 milhões por ano, em
média). Já Cuba e Panamá possuem o maior número proporcional de óbitos
provocados pelo fenômeno natural, devido à grande densidade de descargas
elétricas e a baixa infraestrutura.
'Em geral, os dados revelam que as mortes por raios são muito mais
frequentes na América Latina do que em países desenvolvidos, como Estados
Unidos ou mesmo Europa, que também registram uma grande quantidade de raios',
disse à BBC Brasil Osmar Pinto Junior, coordenador do ELAT.
Apesar de alguns países não fornecerem detalhes das circunstâncias das
mortes por raios, chama a atenção dos pesquisadores a quantidade de fatalidades
que ocorre dentro de casa no Brasil (20%) e na Colômbia (35%). Em países
desenvolvidos, esse índice é de 1%.
'Isso mostra que há uma carência de infraestrutura aqui e nos nossos
vizinhos. As redes elétricas e telefônicas ainda são bem menos protegidas',
explicou Pinto Junior.
'Além disso, as pessoas têm pouco acesso à informação sobre como se proteger
contra descargas e a previsão sobre a ocorrência desse fenômeno no continente
ainda é, muita vezes, imprecisa.'
'Por causa disso, muitas pessoas simplesmente não dão a devida
importância a cuidados básicos, como, por exemplo, evitar áreas abertas em dias
com tempestades de raios', acrescentou.
Brasil
País onde caem mais raios por ano (cerca de 50 milhões), o Brasil
registrou no ano passado, pela primeira vez, o menor número de mortes
provocadas por descargas elétricas. Foram 79 óbitos no total, o menor patamar
da série histórica iniciada pelo ELAT em 2000.
O Pará liderou o ranking, com dez mortes, seguido por Amazonas (nove),
Maranhão (oito), São Paulo (sete), Minas Gerais e Mato Grosso, cada um com seis
casos. O pico foi em 2001, quando foram registradas 193 mortes. Desde 2000,
1.680 pessoas morreram por causa de descargas elétricas no país.
Para Pinto Junior, a queda no número de mortes por raios em 2013 não
está relacionada à redução da intensidade do fenômeno natural. O que tem feito
a diferença, segundo o pesquisador, é a mudança de comportamento. 'Desde que
iniciamos o levantamento, há 14 anos, percebo que as pessoas estão mais
informadas. Mesmo assim, ainda há um longo caminho a percorrer', disse.
Ele prevê para 2014 uma nova diminuição na quantidade de óbitos
relacionados a raios, devido ao verão atípico, sobretudo no Estado de São
Paulo, campeão brasileiro de mortes por descargas elétricas e cuja capital
registra a maior intensidade do fenômeno natural (cerca de 20 mil por ano). 'Um
sistema de alta pressão levou a temperatura a bater recorde na cidade de São
Paulo e impediu a formação de chuvas neste verão', afirmou.
Segundo o pesquisador, o verão 2013-2014 no Estado de São Paulo
registrou 434 mil raios, frente aos 912 mil contabilizados no mesmo período
(dezembro a março) durante temporada 2012-2013. 'Presumo que, com menos
descargas elétricas, o número de óbitos possa cair novamente neste ano',
concluiu.
Fonte: Site “G1” do globo.com
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