Sudeste Terá Mais Tempestades

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (10/08) no site da “Agência FAPESP” destacando que segundo análise de dados dos últimos 60 anos tempestades tendem a ser mais freqüentes no Sudeste do Brasil.

Duda Falcão

Notícias

Sudeste Terá Mais Tempestades

10/08/2011

Estudo feito por pesquisadores do
Elat, IAE e MIT indica que nos
próximos 60 anos tempestades
serão mais frequentes em São Paulo,
Rio de Janeiro e Campinas (ELAT)
Agência FAPESP Análise dos dados dos últimos 60 anos da ocorrência de tempestades nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas mostra que as tempestades irão se tornar mais freqüentes.

Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o motivo é o aumento da temperatura superficial das águas do oceano Atlântico no hemisfério Sul em decorrência do aquecimento global.

No período, o Atlântico teve um aquecimento médio da ordem de 0,6 grau, simultaneamente ao aquecimento global do planeta da ordem de 0,8 grau.De acordo com o ELAT, esse aumento de temperatura faz parte do aquecimento global e deve se intensificar a cada década, fazendo com que com o aumento de tempestades se acentue e leve a ocorrência mais freqüente de catástrofes climáticas associadas a tempestades com altas taxas de precipitação, granizo e raios, vendavais e tornados.

Nas três cidades estudadas, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, a mesma tendência de aumento das tempestades para essa combinação de temperaturas dos oceanos foi verificada com um grau de confiabilidade superior a 99%.

Se a temperatura do oceano Atlântico continuar subindo na mesma taxa atual e o fenômeno La Niña não sofrer alterações em sua freqüência de ocorrência e intensidade com o aquecimento global – o que é esperado a partir dos dados existentes –, o estudo estima que em 2070 o número médio de tempestades no Sudeste será duas vezes maior em relação ao número atual, sendo que nas regiões litorâneas deverá ser três vezes maior.

O estudo foi liderado por Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat, com a participação de Earle Williams, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Iara Pinto (ELAT) e Marco Antonio Ferro, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (Instituto de Aeronáutica e Espaço). Pinto Júnior coordena o Projeto Temático Detecção de sinais de variabilidade relacionados a mudanças climáticasna incidência de descargas atmosféricas no Brasil, financiado pela FAPESP.

Os resultados do estudo foram apresentados durante palestra na 14ª Conferência Internacional de Eletricidade Atmosférica (ICAE 2011), que está sendo realizada no Rio de Janeiro até o dia 12 de agosto.

“Os resultados obtidos são os primeiros a indicar concretamente que a ocorrência de tempestades deve aumentar no Sudeste do Brasil nas próximas décadas, além de confirmar uma crescente visão entre os cientistas de que as variações na ocorrência de tempestades sobre os continentes são em boa parte influenciadas pelas temperaturas dos oceanos”, disse Williams.

Esse aumento pode ocorrer bem mais cedo, se o aquecimento global se intensificar, o que cenários de maiores emissões de gases estufa sugerem a partir de projeções de modelos climáticos.

O estudo utiliza uma nova metodologia baseada na análise de valores mensais da ocorrência de tempestades confrontados com valores máximos e mínimos de temperatura superficial do oceano Atlântico e do oceano Pacífico equatorial.

Com isso, foi possível verificar a tendência de aumento das tempestades, o que as análises feitas anteriormente com base em valores médios anuais não conseguiram evidenciar. Tal tendência, contudo, só ocorre em períodos quando o oceano Atlântico está com temperaturas altas e o oceano Pacífico equatorial está sujeito ao fenômeno La Niña, caracterizado por um resfriamento das águas nessa região.

De acordo com os cientistas, essa combinação de fatores se tornará cada vez mais freqüente, devido ao aquecimento do oceano Atlântico. “Tanto o La Niña quanto o aquecimento das águas do Atlântico intensificam a ocorrência de tempestades. Entretanto, quando atuam isoladamente seus efeitos não são tão significativos”, disse Pinto Júnior.


Fonte: Site da Agência FAPESP

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