CLA Inicia Operação FOGTREIN II - 2011

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota publicada hoje (29/08) no site da “Força Aérea Brasileira (FAB)” destacando que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) iniciou os preparativos para a "Operação Fogtrein II - 2011".

Duda Falcão

ESPAÇO

Centro de Lançamento de Alcântara
Inicia a Operação FOGTREIN II

CLA
29/08/2011 – 13h54

O Centro de Lançamento de Alcântara (MA) realiza até 6 de setembro a Operação FOGTREIN II - 2011. Os lançamentos de foguetes estão previstos para os dias 31 de agosto e 2 de setembro. O CLA coletará dados de vôo enviados pelos veículos à estação de telemetria, os quais, em conjunto com os dados provenientes de lançamentos ocorridos em 2010 e 2011, servirão para a qualificação e certificação do Foguete de Treinamento Intermediário.

O Centro de Lançamento de Alcântara, em conjunto com a Empresa AVIBRAS, capacitou profissionais da unidade e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) na preparação e lançamento dos foguetes da família FOGTREIN, no período de 15 a 19 de agosto.

O treinamento tem como objetivo aprimorar os conhecimentos técnicos dos que manuseiam os engenhos espaciais, que necessitam conhecer mais detalhadamente seus e seu manuseio, toda arquitetura eletro-eletrônica dos motores e das cargas úteis, além de procedimentos de segurança, essenciais para o sucesso das missões de lançamento.


Fonte: Site da Força Aérea Brasileira (FAB)

Comentário: Veja você leitor como a freqüência desses vôos de treinamento diminuíram no ano de 2011. Aliado a isso, e ao corte no orçamento, o não lançamento até agora pelo governo do edital de contratações de novos servidores para o INPE/DCTA/IAE, a tentativa descarada semana passada de adiar o lançamento do CBERS-3 que felizmente foi brecada pelos chineses, o adiamento por diversas vezes da inauguração da TMI,  a solicitação de afastamento do Gilberto Câmara da direção do INPE e por fim, a total falta de atitude até agora do governo em resolver qualquer assunto relacionado ao PEB, são fortes indícios das reais intenções do governo DILMA para o ano 2012 colocando em risco todos os projetos do PEB em andamento, ai incluídos o lançamento da SARA Suborbital e do VLS-1 XVT-01, entre tantos outros projetos. Lamentável!

Comentários

  1. Amigo Duda, infelizmente cheguei à conclusão de que o Programa Espacial Brasileiro deveria ser sumariamnete encerrado o mais breve possível, com a dissolução da AEB, o encerramento das atividades da ACS, a incorporação do IAE e do INPE ao CTA (ou sua transformação em puros centros acadêmicos de ensino - Faculdades), o fechamento do CLBI e a privatização do CLA para uma empresa privada qualquer que tenha interesse nele, seja ela nacional ou estrangeira.

    Isso evitaria que nosso país continuasse passando pelos constrangimentos que passa ao tentar manter este programa que até agora se revelou praticamente inútil, e que não tem mais nenhum objetivo definido ou sequer a perspectiva de mostrar resultados consistentes no futuro. As verbas que porventura pudessem ser dedicadas ao PEB seriam melhor aplicadas simplesmente adquirindo lá fora, de provedores tradicionais, os meios e os serviços aplicativos espaciais necessáriosao país (telecomunicações, previsão do tempo, sensoreamento remoto,etc...).

    E daqui a 30 ou 40 anos, quando o país talvez tiver alcançado um maior nível de maturidade social e institucional, poderemos voltar a pensar em desenvolver aqui atividades de exploração e uso do espaço. É uma pena, mas isso seria o melhor para nosso imaturo e despreparado país.

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  2. Olá Leandro!

    Quanto tempo amigo, tudo bem contigo?

    Olha, eu entendo o seu total descrédito para com o atual rumo do PEB e compartilho de sua revolta com a falta de atitude do governo diante deste importantíssimo programa para o País.

    Entretanto, se paramos o programa por 30 ou 40 anos o caminho será ainda maior e o único prejudicado será a própria sociedade brasileira. Os de...loides ainda detém o poder em Brasília, mas a esperança é enorme de que isso não perdurará por muito tempo, bastando para isso que o povo brasileiro se mobilize.

    Tentei incentivar recentemente o lançamento de uma ‘Petição Pública’ em prol do PEB e busquei alguém que entendesse desse tipo de documento, mas infelizmente a pessoa desistiu de levar a idéia avante e fiquei sem o apoio técnico necessário.

    Mas a luta continua Leandro e lutaremos da forma que pudermos para enfrentar essa gente e quem sabe contar com o apoio necessário para mudarmos em breve toda essa situação.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Olá Duda, de fato já faz um tempinho.

    A questão aqui é que vejo dois problemas na manutenção do PEB atualmente: Primeiro é que com as carências existentes, somadas à falta de apoio e até mesmo má vontade de nossas autoridades, é muito mais provável que venhamos a colher mais fracassos e situações embaraçosas do que qualquer resultado expressivo do programa, e isso só irá aumentar ainda mais o descaso das mesmas autoridades e a falta de interesse da população em geral. E o segundo é que mesmo as intenções (e as pouquíssimas ações) que visam tentar melhorar o quadro do PEB acabam presas à insistência em "remendar" uma estrutura e um programa que já não funcionam mais e mesmo que funcionassem são totalmente inadequados para a montagem de um programa espacial moderno e efetivo. Se vamos continuar baseando o PEB no VLS, na AEB e em institutos acadêmicos como o IAE, nunca teremos mais do que temos agora, uma repetitiva sequência de ações amadorísticas e mal orientadas que mesmo que eventualmente levem a um ou outro sucesso não vão nos levar a mais do que alguns lançamentos de pequenas cargas basicamente experimentais, que pouco ou nada acrescentarão ao patrimônio tecnológico nacional e serão totalmente irrelevantes para nosso progresso econômico e social.

    Por isso acho preferível fazer uma pausa, encerrar esta infeliz fase de nossas atividades espaciais, e daqui a algum tempo começar de novo desde o zero, com novos objetivos, nova estrutura e novo entusiasmo. O fantasma do fracassado PEB atual irá assombrar qualquer tentativa de fazer as coisas funcionarem como deveriam agora, e terá primeiro que ser enterrado e esquecido antes de podermos pensar em um novo recomeço mais auspicioso. E não precisaríamos no futuro começar novamente do zero, os trabalhos poderiam ser transferidos e mantidos em entidades puramente acadêmicas, com as verbas normais distribuídas para pesquisas a nível de graduação e pós-graduação, o que certamente não permitiria lançamentos mas poderia fornecer uma base para que no futuro uma estrutura mais objetiva e profissional fosse montada, com muito mais perspectivas de êxito do que podemos sonhar agora.

    Só fico triste porque eu estaria velho demais para acompanhar esta nova e mais promissora fase que poderíamos iniciar daqui a algumas décadas.

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  4. Boa noite Leandro!

    Olha amigo, como lhe disse, entendo sua total descrença, mas apesar do PEB ter seus problemas que se agravam cada dia que passa, todos são contornáveis a curto prazo e planos existem e foram modificados para serem viabilizados com mais rapidez.

    Na realidade Leandro o grande e incontornável empecilho para o PEB é o próprio governo. O VLS está pronto e não terá prosseguimento após o seu VO4. Não existe mais qualquer empecilho tecnológico para sua realização e na realidade o IAE resolveu realizar o XVT-01 e o XVT-02 e o V04 para testar novas tecnologias que serão empregadas no VLM e no VLS-ALFA e VLS-Beta até por volta de 2018, pois todos eles estarão sendo desenvolvidos paralelamente.

    Parece já esta tudo equacionado com os Russos, após a ultima viagem de uma força tarefa fez a Rússia recentemente (infelizmente não posso contar os detalhes do que foi acordado a não ser que o IAE não pretende esperar o desenvolvimento do L75).

    Quanto a SARA suborbital tenho impressão que o atraso não é tanto por causa do IAE e das indústrias brasileiras envolvidas, mas também não posso lhe dizer o que foi, mas a expectativa é que seu vôo seja realizado em 2012 e os subseqüentes bem mais rapidamente. Além do que, a SARA de 2012 não é a mesma que foi projetada nos final dos anos 90, será mesmo uma cápsula muito sofisticada.

    Já o caso do INPE, a situação é mais grave a meu ver, pois o problema do CBERS e do Amazônia 1 já virou piada, mas garanto para você que se o governo tomar a decisão, tanto o INPE quanto o DCTA/IAE e as industrias envolvidas mudarão a cara do programa em três anos, pois existem meios para isso, mas infelizmente não existe vontade política e ai é que está o empecilho.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. Eu tenho a impressão que a comunidade científica brasileira não age em defesa dos seus interesses e dos interesses nacionais da forma como deveria...é preciso radicalizar...escancarar para o público tudo o que precisa ser mostrado,as pessoas comuns dese país sequer sabem que existe um programa espacial no Brasil,nem tampouco imaginam o que isso representa para o país. A comunidade científica está muito afastada dos cidadãos...os políticos apenas reagem às pressões.
    Até a comunidade gay consegue se mobilizar em torno dos seus interesses...é preciso se mobilizar e exigir os meios necessários,exigir respeito e o reconhecimento merecido.
    Essa ideia de encerrar o PEB é simplesmente absurda,o Brasil não pode abrir mão do PEB.
    Abraço a todos!

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  6. Olá Leo!

    Concordo contigo que deva haver uma maior mobilização de toda a sociedade para que essa situação altere. Infelizmente até o momento isso não aconteceu e os de..loides de Brasília vão continuar a conzinhar o PEB em banho maria até que sejam obrigados a se mexerem. Sem uma mobilização o PEB continuará sendo o mais extratégico programa espacial do mundo conduzido por um governo, desculpe-me Leo, mas nessas horas um pouco de ironia ajuda.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. Olá Duda,

    Infelizmente já não consigo mais me animar com estas notícias (já recorrentes) de que desta vez está tudo certo e o Programa Espacial Brasileiro vai finalmente deslanchar. Planos, acordos e promessas já são feitos desde a década de 70, mas no papel tudo é muito bonito e fácil, a prática é que complica as coisas. E aí o que vale é um planejamento sério e concreto, com metas bem definidas, cronogramas estabelecidos e verbas alocadas, e nada disso a meu ver existe nem existirá. O que existe está apenas no plano dos sonhos, do que poderia ser, mas não há nenhuma indicação de que estas coisas poderiam um dia virar realidade.

    Até agora não vi nenhuma nova revisão dos objetivos do PEB explicitando claramente quais as capacidades o Brasil persegue no âmbito espacial, os prazos esperados para alcançá-las e os recursos a serem dispendidos nisso. Quando se colocam coisas como prazos até 2018 para fazer isso, até 2022 para aquilo, etc..., fica claro que o que se está buscando é apenas jogar alguns marcos genéricos para um futuro longínquo, de forma a que os responsáveis atuais não possam ser mais cobrados, e assim não precisem de fato assumir responsabilidades. E desta forma vai-se empurrando com a barriga sem chegar a lugar algum, como sempre.

    Neste contexto, como é possível obter o apoio de algum político, que até lá terá já encerrado o seu mandato? Ou mesmo da própria sociedade, que não sabe o que se está buscando? Aliás, o apoio político serviria exatamente para quê afinal, considerando que não se consegue apresentar objetivos claros que requeiram apoio? Além de algum dia talvez lançar foguetes com nomes pomposos que incluem letras gregas, para quê exatamente estas cargas espaciais lançadas serviriam, o que acrescentariam ao país, e seria mesmo interessante gastar centenas e centenas de milhões na infra-estrutura exigida para colocá-las no espaço (incluindo aí os foguetes, as bases de lançamento e toda o suporte industrial e tecnológico necessário), se já existem vários provedores deste tipo de serviço no mercado mundial? O que garante que estaremos aprendendo de fato algo útil com isso, e não apenas gerando temas para teses acadêmicas que ficarão depois mofando em alguma estante? Quem está discutindo estas questões, e onde? A própria solicitação de sigilo que foi colocda para você mostra que existe um forte medo de que tudo não passe de mais uma “fase”, sem que na prática nada venha a acontecer, e depois mude tudo de novo.

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  8. Continuando...


    É esta a mudança de enfoque que precisa ser feita, e que não acredito que poderá derivar do programa atual, já por demais viciado. Os objetivos práticos e os recursos necessários e disponíveis para alcançá-los precisariam ser discutidos primeiro (o que não é feito), e só então se poderia definir o caminho que seria preciso seguir (se é realmente necessário um VLS alfa, beta ou gama, um Cyclone-4, o Cruzeiro do Sul, SARA, Amazônia-1, e por aí vai...).

    Enquanto a discursão girar em torno de objetivos e idéias criados há mais de 30 anos, em um outro mundo e um outro Brasil, somadas a outras idéias avulsas (interessantes mas desconexas)surgidas ao longo do caminho sem um planejamento definido, o PEB estará apenas correndo atrás do próprio rabo, sem muita chance de um dia chegar a lugar algum e sem sequer saber onde quer ou poderia chegar. E com isso o país continuará tendo a ilusão de já possuir um programa espacial de verdade (o que é falso), e não tomará as medidas necessárias para que efetivamente entre na era espacial. Anteontem o próximo passo seria uma versão tupiniquim do RD-0109, depois o L-75, hoje já é outra coisa, e amanhã, qual será a novidade? Sem um objetivo claro a atingir, qualquer mudança de rumo é aceitável, e com isso os prazos vão se alargando até chegarem ao infinito. Imagine o que acontecerá se mais algum dos próximos lançamentos previstos falhar como os anteriores (algo muito provável dada a complexidade da concepção do VLS e o ineditismo dos demais projetos), os prazos irão para depois de 2050?!?

    Precisaríamos primeiro parar com este círculo vicioso, e esperar a poeira baixar. Os responsáveis pela forma atual do programa seriam naturalmente colocados em posições-chave em qualquer nova iniciativa do país na área espacial que fosse feita agora, por pura falta de opções, e isso precisa ser evitado. No futuro, quando este pessoal já tiver partido para outras atividades (ou para o além túmulo) seria muito mais fácil preparar um novo começo, com novas pessoas e novas idéias, e aí sim ter chance de fazer a coisa como ela precisaria ser feita. Não tenho esperanças de que isso hoje seja possível, e não acredito mais em promessas, pois isso é só o que tenho visto pelos últimos 30 anos.

    E Leo, o encerramento do PEB atual não seria para deixar o país sem atuação nesta área, mas sim para permitir que algum dia possamos atuar nela de forma séria, com alguma chance de obtermos resultados palpáveis.

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  9. Olá Leandro!

    Olha, como tenho relações muito boas com o IAE e alguma com o INPE, lhe afirmo que objetivos claros e cronogramas bem definidos sempre existiram desde a época da antiga MECB. O problema é que os governos sempre se esforçaram desde essa época (por incrível que parece a excesão foi a do governo do ex-presidente José Saney) para atrapalhar qualquer cronograma ou acordo assinado pelo país. Um dos grandes exemplos disso é a solicitação recente do Gilberto Câmara para deixar a direção do INPE, que cansou desses de..loides, menestreis, políticos de m... e qualquer outra denominação pejorativa que queira acrescentar para descrevê-los. Você não tem idéia da má vontade dessa gente e como eles são escorregadios e dissimulados nos bastidores e em frenta da mídia. Essa gente não presta caro amigo e simplismente não farão nada até que o programa passe a exercer algum perigo a posição deles em Brasília. Para você ter uma idéia, no Congresso o PEB só tem três vozes realmente ativas e interessadas pelo programa, sendo o Deputado Carlinhos Almeida na Câmara e os Senadores Rodrigo Rollemberg e o outro não recordo o nome (o que foi reitor da UnB), o resto fala sobre o programa por motivos políticos que envolve a luta pelo poder. Portanto, esteja certo que as instituições envolvidas com o PEB estão preparadas para dar o salto necessário, assim que o governo tomar vergonha na cara, mas é ai que a coisa pega.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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