Ex-Funcion. da NASA são a Base da EMBRAER nos EUA
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (22/08) no site “IG” destacando que ex-funcionários da NASA são à base da nova fábrica da EMBRAER nos EUA.
Duda Falcão
Economia - Empresas
Ex-Funcionários da NASA são a Base da
Nova Fábrica da EMBRAER nos EUA
Com cortes no programa espacial, empresa brasileira recrutou
26% de sua mão-de-obra da agência para começar a produzir no país
Raphael Gomide
iG Rio de Janeiro
22/08/2011 - 07:00
Foto: Arquivo pessoal
Ryan Mitchell atuou por sete anos na NASA e agora trabalha na nova fábrica da EMBRAER, a poucos km |
O engenheiro norte-americano Ryan Mitchell, teve uma experiência singular em uma pequena ilha, com 30 habitantes, nas Bahamas.
“Minha família adorava falar sobre eu trabalhar no programa espacial. Vamos a um restaurante e meus pais e irmãos todos falam: ‘Ele é engenheiro da NASA (agência espacial dos Estados Unidos)!’ Aí, em uma ilha pequena nas Bahamas, onde vivem umas 30 pessoas, meu irmão disse à garçonete: ‘Ele é engenheiro da NASA!’ Ela perguntou: ‘NASA... Que NASA?’, e ele: ‘A da nave espacial!’, mas ela nunca tinha ouvido falar. Foi a única vez na vida que isso aconteceu, uma pessoa que não conhecia a NASA. Eu ri muito”, contou ao iG, em entrevista por telefone.
Depois de sete anos participando como prestador de serviço em 22 missões espaciais, Ryan não é mais engenheiro da NASA. Há seis meses, ele e 17 ex-colegas na supertecnológica agência espacial norte-americana formam a espinha dorsal da primeira fábrica da brasileira Embraer em território dos EUA, em Melbourne, Flórida. O grupo ex-Nasa corresponde a mais de um quarto (26%) dos novos 70 funcionários da Embraer na planta. É a segunda fábrica da Embraer fora do Brasil - a outra fica na China.
Foto: Arquivo pessoal
Ryan Mitchell brinca de astronauta, quando trabalhava na NASA |
A escolha do local para se instalar na “Costa Espacial”, a menos de meia-hora do John Kennedy Space Center, casa da NASA, não foi por acaso. A empresa aproveitou o fim do programa espacial e a demissão em massa da NASA para recrutar mão-de-obra qualificada entre 5.000 candidatos, a maioria da região, para o início dos trabalhos.
Além de a maioria dos clientes da Embraer estar nos EUA e da familiaridade da Flórida para brasileiros, “a decisão final de instalar a fábrica em Melbourne teve muito a ver com a disponibilidade de engenheiros e técnicos altamente qualificados e especializados, disponíveis devido ao corte de mão-de-obra da NASA. Estamos a menos de 30 minutos do Cabo Canaveral”, explicou ao iG o diretor-geral da Embraer Executive Jets, Phill Krull.
Inicialmente, a nova fábrica americana vai montar apenas o Phenom 100, menor modelo da Embraer, para seis pessoas. Parte do avião vai do Brasil para lá, onde é montado.
É com a base de funcionários da NASA – e a contratação de pessoal para um segundo turno de trabalho até o meio de 2012 – que a Embraer conta para entregar um Phenom 100 até novembro, 31 em 2012 e 60 em 2013, para atender à já “considerável demanda”, segundo o diretor.
“Estamos começando pelo menor jato de todos, e vamos estar seguros de que todo mundo está bem treinado e familiarizado com os aviões menores, antes de começarmos a trabalhar com aeronaves maiores. É mais uma decisão operacional do que comercial”, disse Krull, segundo quem a fábrica terá capacidade de produzir oito aviões por mês.
Fonte: Arquivo Pessoal
Mais de um quarto dos funcionários da nova fábrica da Embraer nos EUA veio da NASA |
Glamour
Daniel passou 31 anos na NASA. “De forma geral, é muito glamouroso. É uma máquina sensacional. Ter sido parte é um orgulho, e os EUA têm muito orgulho da NASA. É empolgante trabalhar nesse programa e eu adorei cada minuto. Quando eu trabalhava na nave, os momentos mais empolgantes eram os lançamentos. Mas quando passei para o motor principal mudou. A nave se separava do propulsor e todo mundo batia palmas... Mas os motores em que eu trabalhava ainda estavam a todo vapor por mais 6 minutos e meio. Aí era estressante... Mas terminou bem todas as vezes”, disse Daniel.
Foto: Arquivo pessoal
Daniel Jingle, na NASA |
Tecnologia mais Avançada que a de Vôos Espaciais do Passado
Para Daniel – que atuou na inspeção, concepção de peças de foguetes, reforma de peças usadas e no motor principal de naves espaciais – o começo do programa espacial da NASA “se assemelha muito” ao que vivem hoje na Embraer. “Estamos desenvolvendo procedimentos e todo mundo está aprendendo a fazer tudo. Com minha experiência, não tenho medo do que pode acontecer no dia-a-dia. Todo dia, há uma nova dificuldade, obstáculos, procedimentos que precisam ser adaptados”, afirmou, segundo quem a transição é “suave”.
Foto: Arquivo pessoal
Daniel posa com os novos colegas da EMBRAER, à frente do Phenom 100 |
Os dois profissionais consideram que a cultura de “arraigada de segurança e qualidade” trazida da NASA “se encaixa perfeitamente na cultura corporativa” da Embraer.
Ryan, que considerou “uma grande idéia” da Embraer usar a força de trabalho da NASA, vê ainda semelhanças inimagináveis, para um leigo, entre os foguetes e os jatos executivos.
Foto: Arquivo pessoal
Ryan Mitchell em grupo na NASA, onde atuou sete anos, antes de ir para a EMBRAER |
“Só que temos mais equipamentos de alta tecnologia hoje. Comparando, a tecnologia eletrônica a bordo do Phenom 100 é mais avançada do que a usada na maioria dos vôos espaciais da NASA”, afirmou Ryan
Fonte: Site G1 do globo.com
Comentário: Espero e torço para que esse exemplo agora dado pela EMBRAER seja seguido pelo governo Brasileiro, atraindo profissionais americanos, de outras nacionalidades ou mesmo e principalmente, brasileiros, que queiram participar do esfoço de desenvolvimento do PEB, principalmente na área de propulsão líquida, sólida, avançada e de tecnologias críticas para foguetes e satélites. Aproveito para agradecer ao leitor Ricardo Melo pelo envio dessa matéria.
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