O 'Telescópio Espacial SPHEREx', Lançado ao Espaço Pela SpaceX, Fará a Imagem Mais Colorida do Universo

Caros leitores e leitoras do BS!
 
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
O SPHEREx enxerga 102 tons de infravermelho, o que ajudará a construir o mapa do céu mais colorido já feito.

No dia de ontem (12/03), o portal Inovação Tecnológica destacou que com o seu curioso formato de cone, que tem sua razão de ser, o Telescópio Espacial SPHEREx que foi lançado pela SpaceX na madrugada da terça-feira (11) terá como a missão mapear todo o céu no comprimento de onda da luz infravermelha, com a intenção de ajudar a responder grandes questões sobre o Universo.
 
De acordo com a nota do portal, o nome SPHEREx é uma abreviatura da expressão em inglês para "Espectrofotômetro para a História do Universo, Época da Reionização e Explorador de Gelo".
 
O observatório fornecerá uma visão geral do cosmos como nenhuma outra antes, mapeando todo o céu em 102 cores infravermelhas, captando informações sobre as origens do Universo, as galáxias dentro dele e os principais ingredientes da vida em nossa própria galáxia.
 
Veja os principais destaques da missão do novo telescópio espacial.
 
Fenômeno Cósmico da Inflação
 
O SPHEREx deverá lançar algumas luzes sobre um fenômeno cósmico chamado inflação.
 
No primeiro bilionésimo de um trilionésimo de um trilionésimo de segundo após o Big Bang, o Universo aumentou de tamanho em um trilhão de trilhões de vezes. Chamado de inflação, esse evento quase instantâneo ocorreu há cerca de 14 bilhões de anos, e seus efeitos podem ser encontrados hoje na distribuição em larga escala da matéria no Universo.
 
Ao mapear a distribuição de mais de 450 milhões de galáxias, o SPHEREx ajudará a melhorar nossa compreensão da física por trás desse evento cósmico extremo observando como a matéria se distribui atualmente, de onde se poderá deduzir informações sobre a própria inflação.
 
[Imagem: BAE Systems/NASA/JPL-Caltech]
Ver o telescópio ainda no solo, na fase final de testes, dá uma ideia de sua dimensão.

Brilho das Galáxias
 
O observatório medirá o brilho coletivo de galáxias próximas e distantes.
 
Os cientistas têm tentado estimar a emissão total de luz de todas as galáxias ao longo da história cósmica observando galáxias individuais e extrapolando os dados para os trilhões de galáxias do Universo.
 
O telescópio espacial SPHEREx adotará uma abordagem diferente e medirá o brilho total de todas as galáxias, incluindo galáxias muito pequenas, muito difusas ou muito distantes para outros telescópios detectarem facilmente. Combinar a medição desse brilho geral com estudos de galáxias individuais de outros telescópios dará uma imagem mais completa de todas as principais fontes de luz no Universo.
 
Origem da Vida
 
A missão pesquisará na Via Láctea os sinais característicos de moléculas consideradas como blocos de construção essenciais da vida.
 
A vida como a conhecemos não existiria sem ingredientes básicos, como água e dióxido de carbono. O SPHEREx foi projetado para encontrar essas moléculas congeladas em nuvens interestelares de gás e poeira, onde estrelas e planetas se formam. A missão identificará a localização e a abundância desses compostos gelados em nossa galáxia, dando uma noção melhor de sua disponibilidade nas matérias-primas das quais se formam os planetas.
 
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Nuvens moleculares como esta, na constelação Ofiúco, ou Serpentário, são coleções de gás frio e poeira onde estrelas e planetas podem se formar. O SPHEREx pesquisará regiões assim por toda a Via Láctea para medir a abundância de gelo de água e outras moléculas congeladas.

Visão Geral
 
O novo telescópio adiciona pontos fortes exclusivos à frota de telescópios espaciais já em operação.
 
Telescópios espaciais como o Hubble e o Webb ampliaram muitos cantos do Universo para nos mostrar planetas, estrelas e galáxias em alta resolução.
 
Mas algumas perguntas podem ser respondidas apenas olhando para o quadro geral. Para isso, o SPHEREx fornecerá mapas que abrangem todo o céu. Objetos de interesse científico identificados pelo telescópio poderão então ser estudados em mais detalhes por telescópios mais direcionados, como o Hubble e o Webb.
 
Imagem Mais Colorida do Céu
 
O observatório SPHEREx fará o mapa de todo o céu mais colorido de todos os tempos, graças à sua capacidade de enxergar nada menos do que 102 cores dentro do espectro infravermelho.
 
Ele "vê" luz infravermelha. Indetectável ao olho humano, essa faixa de comprimentos de onda é ideal para estudar estrelas e galáxias.
 
Usando uma técnica chamada espectroscopia, o telescópio pode dividir a luz em suas cores componentes (comprimentos de onda individuais), como um prisma cria um arco-íris a partir da luz solar, para medir a distância até objetos cósmicos e aprender sobre sua composição.
 
Com o mapa espectroscópico do SPHEREx em mãos, os cientistas poderão detectar evidências de compostos químicos em nossa galáxia.
 
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Visão artística em corte, para mostrar a estrutura de proteção térmica do telescópio espacial SPHEREx.

Telescópio em Forma de Cone
 
O projeto em forma de cone do telescópio tem uma razão de ser: Manter os sensores frios para que eles consigam detectar a luz muito fraca de objetos de brilho tênue.
 
O telescópio infravermelho e seus detectores precisam operar em torno de -210 ºC para evitar que eles gerem seu próprio brilho infravermelho (calor), o que pode sobrepujar a luz fraca de fontes cósmicas muito distantes.
 
Para manter as coisas frias e, ao mesmo tempo, simplificar o projeto e as necessidades operacionais da espaçonave, o SPHEREx depende de um sistema de resfriamento totalmente passivo - nenhuma eletricidade ou refrigerantes são usados durante as operações normais.
 
A chave para tornar esse feito possível são três escudos de fótons em forma de cone que protegem o telescópio do calor da Terra e do Sol, bem como uma estrutura espelhada abaixo dos escudos para direcionar o calor do instrumento para o espaço. Esses escudos de fótons dão à espaçonave seu contorno distinto.
 
A análise científica dos dados do SPHEREx será conduzida por uma equipe de 10 instituições nos EUA, duas na Coreia do Sul e uma em Taiwan.
 
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