O Nosso Povo Até Hoje Não Aprendeu a Lição
Olá leitor
Enquanto no Brasil o Governo e suas instituições de gestão
ligadas ao Programa Espacial do Brasileiro (PEB) se esforçaram para jogar
confetes no que talvez tenha sido o pior ano de toda história do PEB, onde sequer
conseguiram cumprir o mínimo planejado, na Suécia, um dos mais ativos centros
de lançamento do mundo, o “Esrange Space Center”, da “Swedish Space Corporation
(SSC)” publicou dia 22/12 em seu website oficial a seguinte mensagem em inglês
de final de ano:
“Another Successful Year - 2017 Review
22 Dec 2017
Season's Greetings from SSC
2017 has
been another successful year for SSC. We successfully launched several
sounding rockets and stratospheric balloons, supporting advanced science,
helping push the human frontier forward. One example is the launch of Europe's
largest sounding rocket MAXUS, ending a 7-year scientific preparation,
delivering amazing results.
We have performed support to a large number of successful
LEOPs, i.e. to help customers take control of satellites in the right orbit
after it separates from the launch vehicle to its final orbit, helping to
create the vital space-based infrastructure that society requires today.
Our global network of ground stations has been used more
than ever, implementing new customers and services on a record level and
continue a valuable collaboration with long-term customers.
In Europe, our engineers have provided their skills as
part of operating crews in many European space missions, most of these services
as integrated parts of customer organizations.
In all, 2017 has been a fantastic year together with new
and old customers all over the world. It is a great pleasure to be able to
together help to achieve a more sustainable future on our planet.
Thank
you for 2017 – with wishes of an even better 2018.”
Pois é leitor, como você mesmo pode notar nesta pequena
nota em inglês só em 2017 a SSC fez mais pelo setor de C&T Espacial que o nosso
pífio PEB nos últimos cinco anos ou mais.
Na realidade hoje o PEB não existe mais como programa, e
vive de atividades pontuais (iniciativas) ligadas a alguns projetos, na maioria
desconexos, que são tratados por esses governos de POPULISTAS DE MERDA com descaso
e muita incompetência.
Fora isso leitor, como último reduto de resistência, surge
nas universidades do país, e até mesmo em escolas de ensino médio, atividades
de Foguetemodelismo e Espaçomodelismo graças iniciativas de educadores que
enxergam a extrema necessidade de se ampliar entre os nossos jovens a cultura
espacial. Entretanto, o que será desses jovens se as coisas continuarem como estão? Como atrair novos profissionais para um setor que vive de fantasias?
Outra coisa, é preciso lembrar, e aqui eu me dirijo a toda
Comunidade Espacial Brasileira que realmente se importa com a degradante situação
do setor que, Programa Espacial senhores é uma questão de estado, sendo assim,
não há como deixar o Governo e o Congresso fora disto como vem sendo sugerido por alguns.
Formar empresários como o Elon Musk e tantos outros que
existem pelo mundo afora só é possível quando existe um universo propicio para
que isto aconteça, ou seja, quando o Governo e o Congresso do país trabalham
conjuntamente para encontrar soluções que estimulem no desenvolvimento do setor
em questão.
O empresariado leitor, seja nos EUA, França, Japão, Rússia,
China, Brasil ou em qualquer lugar do mundo só investe quando existem perspectivas
de mercado propicias, entende?
Você já se perguntou o porquê a EMBRAER teve uma resistência
enorme para entrar no setor espacial? É simples, porque jamais ela acreditou no
negócio, não valia a pena, a falta de compromisso do Governo Brasileiro em
fazer a sua parte na área espacial tornava o negocio muito arriscado. Precisou
o governo estabelecer o projeto do Trambolho Espacial Francês (SGDC), onde foram gerados recursos de mais de três bilhões, para assim atrair o interesse da EMBRAER que, montou junto com o governo uma empresa mista (a tal VISIONA), empresa esta que pode até
está com seus dias contados se o governo não seguir com seus planos.
Leitor, nada neste universo, absolutamente nada, acontece
por acaso, tudo tem uma razão de ser, e com o PEB não é diferente. Assim sendo,
estamos pagando o preço do que foi plantado e continuaremos pagando até que haja
a mobilização da Comunidade Espacial cobrando que o Governo e o Congresso façam
a parte que lhes cabe.
O engraçado dessa história toda é que o compositor Geraldo
Vandré já dava a receita do bolo no seu ‘hino das massas’ do final’ da década de
60 do século passado, quando dizia em sua música “Pra Não Dizer Que Não Falei
da Flores” o refrão: “Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a
hora, não espera acontecer”. Porem pelo visto o nosso povo até hoje não aprendeu
a lição.
Duda Falcão
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