Governos Trocam Competição Por Projetos Conjuntos no Espaço
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada ontem (28/01) no site do Jornal “O Estado de São Paulo”, destacando
que Governos trocam competição por projetos conjuntos no espaço.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Governos Trocam
Competição Por
Projetos Conjuntos no Espaço
Com desafios
tecnológicos e financeiros de missões espaciais cada vez
mais ambiciosas,
países intensificam cooperação científica
Fábio de Castro,
O Estado de
S.Paulo
28 Janeiro 2018
| 05h00
Foto: NASA
Primeira estação espacial na órbita da Lua,
Deep
Space Gateway virá de parceria entre EUA e Rússia.
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Embora as
empresas estejam começando a dominar a
nova agenda da exploração espacial, incluindo a jornada a Marte, os governos
não saíram de cena – apenas trocaram a agressiva competição do passado pela
estreita cooperação científica.
De acordo com o
físico Adílson Oliveira, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),
intensificar essas parcerias internacionais foi a única saída para o futuro da
exploração espacial. “Esses novos projetos são muito mais caros e ambiciosos e
nenhum governo tem recursos suficientes para bancar isso sozinho. Na época da
corrida espacial, isso era orçamento militar e, por isso, havia briga política.
Hoje os componentes de computadores são feitos na China, o design das naves é americano
e a tecnologia para colocar em órbita, russa”, explica.
"A
exploração espacial deixou de ser uma disputa política e gera cada vez mais
interesse comercial", complementa.
A Corrida Espacial
A aventura
iniciada há mais de 60 anos entra em nova fase
Crédito: ilustração
3D: Jonatan Sarmento – ESTADÃO
A necessidade de parcerias é suficiente para
que os países superem as tensões políticas entre eles, como ficou claro em
setembro de 2017, quando os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo para
construir a primeira estação espacial na órbita da Lua – uma etapa do plano
para envio de missões tripuladas a Marte. Enquanto isso, a Agência Espacial
Europeia (ESA) e a Rússia se uniram no programa ExoMars, que tem o objetivo de
buscar vida em Marte. A primeira fase consiste em uma nave “farejadora” de
metano e um módulo de pouso. A segunda fase prevê o lançamento de um veículo
equipado com perfuratrizes, a ser enviado a Marte em 2020.
A NASA e a Agência Espacial Indiana – que
enviou sua nave Mangalyaan à órbita marciana em setembro de 2014 – formaram um
grupo conjunto de pesquisas para aumentar a cooperação entre os dois países nas
missões ao planeta vermelho.
Japão e Índia também anunciaram, em meados de
novembro do ano passado, que estão montando um programa conjunto para
exploração da Lua. A Agência Espacial do Japão planeja lançar uma missão de ida
e volta a duas das Luas de Marte, Fobos e Deimos, no início da década de 2020.
Contando com a cooperação de várias nações, a China tem planos para enviar um
veículo robótico para explorar a superfície do planeta vermelho em 2020 e está
trabalhando em uma missão para coletar amostras marcianas e trazê-las à Terra
em 2030.
Os Emirados Árabes também estão construindo
uma nave que deverá ser enviada à órbita de Marte pelos japoneses, em 2020, com
o objetivo de compreender a história das transformações do clima marciano.
Outros países que não tinham programas espaciais começaram a se alinhar. No dia
25 de setembro, a Austrália anunciou a criação de uma Agência Espacial
Australiana. De acordo com o governo do país, o objetivo é “aumentar o
interesse australiano nas estrelas, além de fornecer uma ligação com outras
agências espaciais e empresas que irão lidar cada vez mais com as viagens, a
exploração e a pesquisa espaciais”.
Oliveira explica que uma viagem a Marte é uma
tarefa tão desafiadora e dispendiosa que, mesmo com protagonismo das empresas,
o envolvimento dos governos permanece indispensável. “No momento nenhuma
empresa é capaz de investir algo na escala de US$ 100 bilhões só para ir a
Marte”, diz.
Brasil
De acordo com o presidente da Agência
Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho, o Brasil mantém parcerias com a
China, a Índia, os Estados Unidos, a Rússia e diversos países europeus. “O
setor público não deverá se subtrair dos novos desafios da exploração espacial.
Por outro lado, sabemos que a evolução da área espacial, antes totalmente
subvencionada pelos governos, hoje depende muito da iniciativa privada.”
Fonte: Site do
Jornal O Estado de São Paulo – 28/01/2018
Comentário:
Bom, na verdade não é bem assim como a matéria tenta mostrar. Países já cooperam
em varias áreas do setor espacial há décadas, e o maior e mais caro exemplo
disso é a própria Estação Espacial Internacional (ISS em inglês). Até o Brasil
deve muito o crescimento de seu programa espacial a parcerias feitas nos primórdios
com países como os EUA, a França e Alemanha então não é bem assim, mais
realmente essas cooperações entre países tendem a aumentar nos próximos anos.
Aproveitamos para agradecer a leitora Mariana Amorim Fraga pelo envio dessa
matéria.
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