Lua, o Próximo Alvo de Cooperação Internacional no Espaço

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante matéria postada hoje (09/10) no site do “Sputniknews - Brasil”, tendo como destaque uma cooperação espacial internacional que alavancará de vez a partição de seres humanos no espaço.

Duda Falcão

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Lua, o Próximo Alvo de Cooperação
Internacional no Espaço

Sputnik News Brasil
Publicado em 09/10/2017 – 05:46
Atualizado em 09/10/2017 – 05:54

© flickr.com/ gerlos

O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung entrevistou o cosmonauta alemão Thomas Reiter sobre as implicações da participação oficial da Rússia na construção da base orbital lunar.

Reiter assegura que a decisão da Rússia de participar da criação de uma estação espacial na órbita lunar e o acordo firmado entre a Roscosmos [Agência Espacial Federal Russa] e a NASA não foi uma surpresa.

"Aparentemente, a Rússia e os EUA agora começaram a realizar o Deep Space Gateway [projeto da NASA e da Roscosmos de criação de uma base lunar]. De fato, os cinco parceiros da Estação Espacial Internacional (EUA, Rússia, Europa, Japão e Canadá), têm trabalhado especificamente neste conceito nos últimos três anos", indicou o cosmonauta.

Independentemente disso, ao menos até os meados da próxima década, o nosso posto de observação em órbita terrestre baixa, a Estação Espacial Internacional (EEI), continuará funcionando.

O cosmonauta indicou que a Rússia ainda não apresentou suas próprias propostas quanto à estação lunar, contudo, a conclusão do acordo entre a Roscosmos e a NASA criaram uma base formal para o país dar uma contribuição concreta.

Para a Agência Espacial Europeia (ESA), a participação da Rússia na construção da estação lunar é de importância primordial, assegura Reiter.

"Para a ESA, esta será a primeira participação em voos espaciais humanos para além dos voos em baixa órbita terrestre em torno da Terra. Em segundo lugar, com nossa participação do Deep Space Gateway poderíamos compensar nossos custos do programa da EEI até 2021", explicou ele.

Quanto às obras da base lunar Deep Space Gateway, o cosmonauta explicou que os elementos individuais já estão sendo elaborados.

De acordo com os planos atuais, a construção da estação lunar se iniciará em 2022 junto com o segundo voo da espaçonave norte-americana Orion.

Nesse ano, os módulos separados serão, um a um, transportados para a órbita da Lua e montados lá, tal como aconteceu durante a construção da EEI, porém, com a diferença de que a distância a percorrer será mil vezes maior, quase 400.000 quilômetros em vez de 400.

"É obvio que [a distância] implica desafios muito especiais. Estamos felizes por agora a Rússia estar conosco no mesmo barco. A Rússia tem uma ampla experiência de construção de estações espaciais e voos espaciais longos", disse Reiter.

O cosmonauta explicou também que da Lua será mais fácil realizar um voo a Marte, pois não será necessário superar a gravidade da Terra.

Os planos de construir uma estação espacial na órbita lunar como trampolim para um voo a Marte e criação de uma base neste planeta estão muito bem combinados entre si, considera Reiter.

“A perspectiva de residência permanente em um 'assentamento lunar' […] despertou grande interesse por parte de nossos parceiros internacionais, incluindo a Rússia. Com o Deep Space Gateway seria possível tanto estabelecer a presença no satélite da Terra como realizar um voo a Marte”, sublinhou ele.

Falando sobre os próximos passos, Reiter disse que espera que, para além das grandes agências espaciais, os políticos consigam um acordo para que haja entendimento entre a Europa, EUA, Rússia, e a China, já que historicamente, Washington se recusa a colaborar no quadro de temas espaciais.


Fonte: Site Sputniknews - http://br.sputniknews.com/

Comentário: Pois é leitor, como venho dizendo publicamente desde a criação do BLOG em 2009, o mundo caminha para o espaço, a última fronteira da espécie humana, e assim as nações de verdade do planeta se empenham para fazerem parte desta importante corrida. Entretanto para o Brasil que sequer pode ser chamado de país, o resultado alcançado por esse Território de Piratas não podia ser diferente do atual, porém o engraçado é que, mesmo sendo o que somos e merecemos, tivemos boas oportunidades para estarmos entre essas nações dando a nossa colaboração, mas infelizmente pela nossa infantilidade, ignorância e estupidez como povo, optamos por não fazê-lo. Uma dessas oportunidades foi o acordo assinado para participarmos da construção da Estação Espacial Internacional (ISS), hoje em órbita funcional e embrião deste novo projeto “Deep Space Gateway”. Os países leitor que querem fazer a diferença no setor espacial, tem que ter entre seus governantes pessoas sérias, competentes e principalmente de visão e comprometidas com o futuro de suas sociedades. Para que você possa ter uma pequena ideia do que poderia representar para o Brasil esta participação na ISS (a um valor insignificante se levamos em conta os quase três bilhões de reais gastos irresponsavelmente com esse trambolho francês do SGDC que tecnologicamente não acrescentou nada ao Brasil, por exemplo) o idealizador do Projeto SARA, o saudoso Dr. Paulo Morais Junior, antes de nos deixar e de se aposentar do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) já trabalhava na concepção futura do SARA, visualizando ele (visionário como ele era) o desenvolvimento de uma capsula derivada do SARA com a capacidade de realizar acoplagem em órbita com outros objeto espaciais. Simplesmente fantástico. É claro que o Dr. Paulo não me disse que tinha em mente acoplar esta capsula na ISS, porém leitor se hoje fossemos um membro ativo desta cooperação da ISS como éramos e cumpridor de nossos compromissos, mesmo sendo difícil (os americanos são osso duro), seria uma possibilidade palpável e até natural. Você pode imaginar como essa tecnologia poderia abrir oportunidades para o Brasil??? É claro que isso tudo só seria possível se vivêssemos num universo interno diferente do que vivemos, sendo a nossa expulsão do Projeto da ISS uma clara demonstração disso. Finalizando, como o astronauta Reiner foi citado nesta matéria, para você ter uma ideia da visão estrangeira sobre as nossas atividades espacias, certa vez ouvir de um profissional da área o seguinte comentário: "Duda, tem uma piada entre os alemãs bastante constrangedora para nós. Eles dizem que irão fazer um programa espacial com os brasileiros, pelos brasileiros e apesar dos brasileiros. Triste.

Comentários

  1. Apesar do infeliz fato de o Brasil ter sido expulso da ISS, caso nossas diretrizes sejam mudadas e levadas à sério por nossos novos representantes (Governo 2019-2022), o Brasil deveria se dispor à negociar e trazer o jogo à ele. Assumindo responsabilidade por parte de um grande projeto como o Gateway, nós podemos reaquecer a indústria aerospacial, e recolocar nossa honra entre as grandes nações, como deveria ter sido desde o início com a ISS.

    Como o novo ministro Marcos Pontes passou por todo o processo desde 1998, ele com certeza entende a importância do Brasil para com o Gateway. Seria muito bom ver o MCTIC dando o aporte à AEB nestes próximos 4 anos.

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  2. Olá Unknown!

    Concordo contigo integralmente. É assim que uma Agencia Espacial de verdade deve atuar, ou seja, tendo atitude e visão, sempre buscando encontrar boas oportunidades em prol do setor espacial. Vamos aguardar e torcer.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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