Senadores e Comunidade Científica Manifestam-se Contra Fusão de Ministérios
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (24/05) no site da
“Agência Senado” destacando que em Audiência Pública realizada ontem na
Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal, Senadores e
Comunidade Científica manifestam-se contra fusão de ministérios.
Duda Falcão
TECNOLOGIA - POLITICA
Comissões
Senadores e Comunidade Científica
Manifestam-se Contra
Fusão de Ministérios
Agência Senado
Da Redação
24/05/2016, 14h48
Atualizado em 24/05/2016, 21h51
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia
nesta terça-feira (24), a comunidade científica e senadores manifestaram-se
unanimemente contra a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com
o das Comunicações. A alteração na estrutura administrativa do governo foi
feita pelo presidente da República interino, Michel Temer, por meio de medida
provisória (MP
726/2016), publicada no dia 12 deste mês, mesmo dia em que tomou posse.
O presidente da comissão, senador Lasier Martins
(PDT-RS), afirmou que encaminhará ofício a Temer pedindo o restabelecimento da
autonomia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), Helena Nader, afirmou que o Brasil precisa entender que
ciência, tecnologia e inovação devem ser objeto de uma política de Estado. O
MCTI é um ministério transversal, que perpassa todas as áreas do conhecimento,
explicou a pesquisadora.
Helena Nader disse ainda que a ciência brasileira, embora
jovem, está bem em termos de interdisciplinaridade. No que se refere à
inovação, entretanto, o país não mostra bons resultados por causa do número de
patentes.
— O Brasil está muito bem com suas universidades, com o
número de citações. Nós estamos mal é em número de patentes. Esse é um
calcanhar de Aquiles que temos que resolver — afirmou.
A presidente da SBPC criticou ainda os valores
orçamentários destinados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, observando que
equivalem ao que foi direcionado à pasta em 2001.
— Isso é assustador na minha visão. Aumentou o número de
pesquisadores, aumentou o número de pesquisas e o financiamento é o mesmo de 15
anos atrás — disse.
Para Elíbio Leopoldo Rech Filho, titular da Academia
Brasileira de Ciências (ABC), o Brasil precisa aumentar os recursos destinados
à Pesquisa e Desenvolvimento que, atualmente, ficam em torno de 2% do PIB,
enquanto em outros países correspondem a 3%. Segundo o acadêmico, a
descontinuidade nos processos do ministério poderá ser um atraso perigoso e
irrecuperável para o país.
Manoel Santana Cardoso, superintendente Científico,
Tecnológico e de Inovação da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal,
afirmou que a fusão entre os dois ministérios representa um risco à ciência e
tecnologia no país, porque é um setor que precisa de autonomia e de reforçar
sua agenda.
— Não é uma questão de não ver a importância do
Ministério das Comunicações. Mas Ciência e Tecnologia tem que ter uma agenda
própria, tem que ter um órgão que a represente de maneira autônoma.
Da mesma forma se manifestou o secretário-executivo da
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior
(Andifes), Gustavo Henrique de Sousa Balduíno. Ele questionou qual seria a
verdadeira motivação para unir as duas pastas e afirmou que a fusão é um
retrocesso.
— Não podemos pautar o projeto estratégico do país por
respostas simbólicas em momentos de conveniência da política e, certamente, a
fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia não é resposta para isso.
Risco
Os senadores Jorge Viana (PT-AC), Cristovam Buarque
(PPS-DF), Hélio José (PMDB-DF), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e o deputado Celso
Pansera (PMDB-RJ), ex-ministro da Ciência e Tecnologia, criticaram a fusão dos
dois ministérios. Para Jorge Viana, um dos autores de requerimento para a
audiência pública, a fusão é um absurdo e o país está correndo um risco.
— Agora o Brasil quer fazer o pior dos negócios, que é
pôr uma pedra em cima do conhecimento, do desenvolvimento científico. Nós
tínhamos que estar pedindo desculpas à comunidade científica, porque só agora
nós fizemos o marco regulatório. Eu não vou discutir outros, mas o fim do
Ministério da Cultura e o da Ciência e Tecnologia são inconcebíveis — disse.
Segundo Cristovam, o ensino superior deveria ser
incorporado ao MCTI para que o Ministério da Educação desse uma atenção
especial à educação de base. Ele chamou de insanidade a extinção da pasta.
O ministro anterior da Ciência e Tecnologia, deputado
Celso Pansera, concorda com Cristovam. Ele pediu o apoio dos senadores para
conseguir remanejamento de verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
e para ampliar o valor do déficit fiscal para o ministério na proposta que
altera a meta fiscal de 2016 (PLN 1/2016).
— Seria importante que os senadores aqui presentes nos
ajudassem na aprovação dessa emenda, ampliando em 600 milhões o orçamento do
Ministério, o que fará com que ele respire um pouquinho, os contratos, a Finep,
com o orçamento do CNPq voltando a oferecer as bolsas para o exterior, que
foram cortadas por falta de orçamento — pediu Pansera.
De acordo com o presidente da CCT, Lasier Martins, as
participações do público durante a audiência pelo portal e-Cidadania foram
majoritariamente contra a fusão dos dois ministérios.
A comissão pretende ouvir o novo ministro da Ciência,
Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, em uma próxima audiência
pública, ainda com data a definir.
Fonte: Site da Agência Senado
Comentário: Espero sinceramente que essa iniciativa dê
algum resultado, mais não acredito nisto, há não ser se as lideranças políticas
dessa ‘casa da vergonha’, realmente venham abraçar este movimento, caso contrário,
será mais uma palhaçada armada para enganar trouxas. E devo dizer sem ficar em
cima do muro de que, em minha opinião, a SBPC precisa de um novo líder, já que
apesar da boa vontade e seriedade da Dra. Helena Nader, lhe falta os requisitos
necessários para liderar a Comunidade Científica da SBPC e do país ao lado da
Academia Brasileira de Ciências (ABC). A comunidade precisa de um verdadeiro líder e a
Dra. Helena Nader já demonstrou não ser esta pessoa.
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