Projeto INCRA Sat: A Gênese
Olá leitor!
Lembra do tal Projeto INCRA Sat? Pois então amigo leitor segue abaixo um
artigo escrito e postado ontem (09/05) pelo companheiro André Mileski em seu "Blog Panorama Espacial", com mais informações sobre este projeto.
Duda Falcão
Projeto INCRA Sat: A Gênese
André Mileski
Blog Panorama Espacial
09/05/2016
Conforme divulgado pelo blog Panorama Espacial na
semana passada, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) assinaram em 5 de maio um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de um
sistema espacial de observação da Terra, denominado INCRA Sat. Apresentamos a
seguir mais informações sobre o projeto.
Ao menos desde o ano passado, o INCRA tem
analisado com maior atenção a ideia de contar com um sistema próprio de
observação terrestre, formado por veículos aéreos não tripulados (VANT) e satélites,
análises estas que têm contado com a participação da Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal TELEBRAS.
Embora constituída inicialmente com o propósito
de viabilizar o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC) e atuar como prime contractor de missões satelitais do Programa
Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e do Programa Estratégico de Sistemas
Espaciais (PESE), a Visiona ampliou seu escopo de atuação em novembro de 2015, quando do
lançamento de serviço de sensoriamento remoto por satélite, baseado na
comercialização de imagens geradas por satélites de parceiros internacionais
dos EUA, Japão, França e Alemanha.
A análise de notícias e relatórios divulgados
pelo INCRA em seu website dão uma breve noção sobre a gênese do
INCRA Sat, projeto cujas primeiras linhas foram delineadas em 2015.
A exemplo
de outros órgãos e autarquias do governo federal, o INCRA faz uso em suas atividades
de imagens geradas por satélites, adquiridas de fornecedores privados. Neste
sentido, técnicos da Visiona desenvolveram estudo sobre as ações conduzidas
pelo Instituto, que poderiam ser aperfeiçoadas a partir de soluções
customizadas de sensoriamento remoto. Com base nesse estudo e em discussões com
a Visiona, a direção do INCRA chegou à conclusão de que, “em
virtude do volume de imagens a serem adquiridas para fins diversos e da
importância do sensoriamento remoto para suas ações”, seria viável um acordo com outras instituições públicas
para o investimento em um satélite próprio.
Com base nesta demanda, um estudo de viabilidade
técnica tem sido executado pela Visiona e INCRA e deverá ser apresentado para
potenciais parceiros, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Dando continuidade às discussões, em 9 de março, representantes do INCRA e da Visiona se reuniram
novamente para tratar do uso de tecnologias de geoprocessamento para gestão
territorial, dando continuidade ao projeto do Instituto "de
modernização tecnológica [...] com a utilização de sistemas de sensoriamento
para desenvolvimento das ações de cadastro, certificação e regularização de
imóveis rurais, obtenção de terras para reforma agrária, fiscalização e gestão
ambiental de assentamentos, revisão ocupacional e planejamento de
infraestrutura nas áreas de reforma agrária."
Um novo encontro foi agendado para 30 de junho,
ocasião em que deverá ocorrer a apresentação das especificações do projeto,
plano de negócio (considera-se a comercialização de imagens excedentes geradas
pelo satélite) e cronograma de desenvolvimento da parceria entre INCRA e
Visiona. Presume-se que a AEB passará a ter algum envolvimento direto nesta
fase, tendo em vista o acordo firmado no início de maio.
Breves comentários
Alguns pontos relacionados ao INCRA Sat merecem
comentários específicos:
- Um único satélite? É
interessante observar que as notícias até então divulgadas mencionam apenas um
satélite (no singular), e não uma constelação (ao menos dois satélites). Tendo
em vista que satélites de sensoriamento são posicionados em órbitas baixas,
quanto maior o número de satélites, maior o número de revisitas a uma mesma
área, característica essencial para determinadas aplicações.
- Um satélite construído localmente? Apesar de ainda esta em fase embrionária, cabe a
especulação de se o satélite, uma vez contratado, seria construído localmente
ou adquirido diretamente no exterior. Imagina-se que questões como custos,
prazos e capacitação tecnológica serão essenciais nessa decisão. O INCRA Sat
poderia vir a ser a primeira experiência real da Visiona como prime contractor
da indústria espacial brasileira?
- Deficiências na estrutura e governança do Programa Espacial
Brasileiro. Apesar de louvável em certos aspectos, o
lançamento do projeto INCRA Sat escancara mais uma vez sérias deficiências na
estrutura e governança atuais do Programa Espacial Brasileiro, em particular,
do PNAE. É inegável que existe enorme demanda governamental (e das forças
armadas) por dados gerados a partir do espaço. Caso tal demanda fosse
devidamente organizada e centralizada, haveria, em tese, maior racionalização
dos recursos e investimentos, viabilizando projetos como a compra e/ou
desenvolvimento de satélites próprios.
Fonte: Blog Panorama Espacial - http://panoramaespacial.blogspot.com.br/
Comentário: Pois é leitor, parabenizo ao amigo jornalista
André Mileski pela autoria deste artigo trazendo maiores informações sobre esse
tal Projeto INCRA Sat. Entretanto, em minha opinião o amigo Mileski como a
maioria dos brasileiros comete um erro crucial em seu artigo, ou seja, de ainda acreditar que
apesar dos problemas do setor, o governo esta realmente comprometido em resolvê-los,
quando o objetivo desses vermes é na realidade saquear a nação. Como disse
anteriormente em meu comentário, duvido que este projeto saia do papel, mas
caso chegue a segunda fase, será um
avanço, se chegar a terceira fase será surpreendente, se chegar a quarta fase,
chama a Polícia Federal (PF) que tem algo de errado e acrescentaria agora,
principalmente com o envolvimento da VISIONA.
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