Contagem Regressiva
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na revista AEROVISÃO e
postada ontem (28/05) no site da Força Aérea Brasileira (FAB), tendo como
destaque a proximidade do lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC).
Duda Falcão
AEROVISÃO
Contagem Regressiva
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC)
está em fase de testes e profissionais se preparam para
controlar o
equipamento que vai levar banda larga a todo o País e
garantir
comunicação segura ao governo brasileiro
Por Ten Jussara Peccini
Agência Força Aérea
28/05/2016 - 08:00h
É em Cannes, cidade ao sul da França, que o Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) passa, a partir do
mês de abril, por testes para simular as condições encontradas no espaço. Com
5,8 toneladas e cinco metros de altura, o satélite será levado para um suporte
que o faz vibrar, simulando as condições de lançamento.
Já para os meses de junho e julho está prevista a
campanha de testes de comunicações. Dentro de um câmara anecóica, que não
reflete as ondas de rádio, serão avaliadas a qualidade do sistema e das antenas
responsáveis por transmitir e receber os sinais. O primeiro teste do satélite,
iniciado em março, foi o térmico: o equipamento foi colocado em uma câmara de
vácuo e submetido a temperaturas entre -100 °C a 125 °C.
Os testes fazem parte da fase final de preparação para o
lançamento, previsto para o segundo semestre de 2016. O SGDC ficará posicionado
a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo o
território brasileiro e o oceano Atlântico. Veja, na página 49, o infográfico
que representa a cobertura do SGDC.
De lá, o satélite vai se comunicar com uma antena de 18
metros de altura, 13 metros de diâmetro e 42 toneladas, localizada em Brasília
(DF). Uma segunda antena, em um centro de controle secundário, ficará no Rio de
Janeiro (RJ).
No espaço, por meio da banda Ka, o SGDC terá capacidade
para tramitar 54 gigabits por segundo, sendo considerado pelo Governo Federal
como prioritário para expandir o acesso à banda larga em regiões remotas do
país. Ao mesmo tempo, por meio da banda X, o satélite será utilizado para
transmissões militares.
O projeto, uma parceria entre os ministérios da Defesa,
das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação, é um investimento da
ordem de R$ 1,7 bilhão. A expectativa é entrar em serviço no início de 2017,
após um período de ajustes, e permanecer ativo durante quinze anos.
Participação Brasileira - De olho no
desempenho do satélite estão brasileiros como o Tenente-Coronel Christian
Taranti. Engenheiro eletrônico da Força Aérea Brasileira e doutor pela Naval
Postgraduate School (EUA), o militar atua na definição dos procedimentos de
controle da órbita do satélite, nos procedimentos de voo e na engenharia de
sistemas do satélite. “Minha atuação é particular, tanto no segmento de solo
quanto no satélite. Isto me permite uma visão global, identificando interdependências
entre o satélite, a estação de solo e os clientes, no caso militares e civis”,
explica o engenheiro.
A participação dos brasileiros em todas as etapas,
construção, montagem e testes, permite a cada um conhecer melhor os
procedimentos e também as dificuldades práticas encontradas em cada área de
atuação (térmica, mecânica e comunicações). Outros parâmetros devem ser levados
em consideração e contornados para que os resultados previstos durante o
projeto do satélite, possam ser validados e confirmados durante os ensaios.
São cerca de 30 profissionais brasileiros, oriundos da
Agência Espacial Brasileira, Telebras, Visiona, Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), Ministério da Defesa, que acompanham o processo, cada um
dedicado a uma área específica. A presença de profissionais brasileiros,
militares e civis, faz parte do processo de absorção de tecnologia. O
conhecimento detalhado vai permitir que eles identifiquem e resolvam possíveis
falhas de funcionamento que possam vir a surgir durante os 15 anos de vida útil
do satélite. A expertise também será útil às organizações em projetos futuros
de novos satélites.
A visão geral sobre o funcionamento, desenvolvimento e
fabricação do SGDC é considerada pelas organizações brasileiras como um passo importante
para que o Centro de Operações Espaciais (COPE) possa, futuramente, especificar
e contratar novos satélites, tanto em relação à infraestrutura de solo como a
parte espacial. “Cada um está sendo exposto não só a novas tecnologias, mas
principalmente novos conceitos, novas formas de trabalhar. Diversos pontos do
projeto e da operação de satélites vão sendo, aos poucos, compreendidos e
desmistificados”, analisa o Tenente-Coronel.
Fonte:
Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
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