AEB Traz Um dos Criadores dos Nanossatélites ao Brasil

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada ontem (21/03) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que a agência está trazendo ao Brasil um dos criadores dos nanossatélites.

Duda Falcão

AEB Traz Um dos Criadores dos
Nanossatélites ao Brasil

Coordenação de Comunicação Social (CCS-AEB)


Brasília, 21 de março de 2014 – O engenheiro Jordi Puig-Suari, professor da Universidade Politécnica da Califórnia (Cal Poly), dos Estados Unidos, foi convidado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) a fazer uma revisão crítica de alguns projetos de pequenos satélites, que estão em desenvolvimento no país com aporte de recursos da instituição.

Criador, ao lado do também norte-americano Bob Twiggs, dos picossatélites – artefatos com aproximadamente um quilo – Pui-Suari, além da AEB ainda visita os institutos de Pesquisas Espaciais (INPE), o Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ambos em São José dos Campos (SP), e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN).

Ele também irá a Escola Municipal Presidente Tancredo Almeida Neves, em Ubatuba (SP), para conhecer os alunos do ensino médio que desenvolveram um CanSat com a orientação do INPE. O UbatubaSat está programado para ser lançado  ao espaço a partir da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) no segundo semestre.

Junto com o UbatubaSat a ISS também lança o AESP-14 e o SERPENS, pequenos satélites que também estão em fase de produção. O primeiro é uma parceria entre o ITA e o INPE e o SERPENS faz parte de um programa coordenado pela AEB e que envolve diversas universidade nacionais, uma dos EUA e uma da Espanha.

As palestras que Puig-Suari profere no período de 23 a 30 deste mês em São José dos Campos e em Brasília (DF) têm como tema a “Importância dos satélites de pequeno porte: passado, presente e futuro”.

Renome – Puig-Suari e Twiggs são apontados internacionalmente como as maiores autoridades em desenvolvimento de pequenos satélites, artefatos adotados hoje por mais de 100 universidades, institutos de pesquisas, empresas e agências governamentais para a produção de pesquisas na área espacial, aplicação em sensoriamento remoto, coleta de dados atmosféricos, hidrográficos, etc.

Os projetos que serão objetos da revisão crítica do engenheiro chega ao Brasil nesta sábado (22) são o NanosatC-BR1, AESP-14, Projeto SERPENS, ITASat, UbatubaSat e o Transponder (placa para coleta de dados) do INPE, que deve ser embarcado no ITASat.


Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)

Comentário: Não estamos aqui para bater de graça na AEB ou em quem quer que seja. Assim sendo, parabenizo a agência por esse iniciativa, apesar de não entender o porque de uma Revisão Critica de um satélite que já está em fase final de testes e pronto para ser embalado para sua viagem, como é o caso do NanosatC-BR1. Mas enfim... Outra coisa, a CCS da AEB continua insistindo erradamente em chamar o "Tubesat TANCREDO 1" de Ubatubasat, que na realidade é o nome do projeto, prejudicando com isso uma homenagem do grupo do Prof. Cândido Moura ao ex-presidente Tancredo Neves e a sua própria escola, já que são das notas oficiais da AEB e de entrevistas com seus representantes que a mídia nacional tira as informações para as suas matérias.

Comentários

  1. Desculpe Duda, mas isso não me parece nada com uma possível “boa intenção”. Mais uma vez estou sentindo aquela sensação de "vergonha alheia"...

    Então, eu, um brasileiro, cientista ou professor, trabalho alguns ANOS construindo um satélite da melhor maneira possível, com pouco ou nenhum, e aí vem uma "agência espacial", baseada em sabe-se lá quais interesses, chamar um especialista estrangeiro para fazer uma análise crítica do meu trabalho já pronto ???

    É isso mesmo? E os professores e cientistas envolvidos com esses satélites vão ENTUBAR mais essa ???

    Quando eu digo que faltam "bolas" pra esse pessoal...

    Não sei quanto aos demais, mas se eu estivesse envolvido num desses projetos e esse "governo" quisesse usar o meu esforço e da minha equipe para se promover, eu tentaria impedir por todos os meios ao meu alcance.

    ISSO É UMA VER-GO-NHA ALHEIA !!!

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    1. Caro Marcos!

      As coisas não são bem assim. A Revisão Crítica e uma fase de projeto sempre realizada, como também a avaliação por profissionais especialistas, isto é um processo comum e desejado em qualquer agência espacial, principalmente quando há pouco experiência na área. Lembre-se, o único nanosatélite fabricado no Brasil foi o UNOSAT-1 no início da década passada, e ele era na realidade uma caixa repetidora de mensagem, muito simples, bem diferente desses satélites brasileiros, com exceção do Tubesat TANCREDO-1 que também é uma caixa repetidora de mensagem, porém mais sofisticada apesar do pequeno tamanho. O problema aqui é que a Revisão Crítica feita num satélite em fase final de testes do modelo de voo (NanosatC-BR1), e em vias de ser embalado para viagem é que é em minha opinião muito estranho. Entretanto, como a CCS da AEB costuma divulgar notas eleitoreiras e com informações truncadas, não duvido nada que essa nota seja mais um exemplo disso.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. Entendi o fato do termo "revisão crítica" fazer parte do processo...

      O que me incomoda é o fato de um aparente "tirar proveito" da situação.

      Será que em 2014, depois de tudo que passamos durante décadas, não temos cientistas, engenheiros e técnicos brasileiros capazes de realizar essa etapa?

      A mim parece mais uma jogada de marketing desse "governo" usando a AEB e este senhor...

      É isso que me incomoda, e mais ainda, que ninguém de dentro desses programas se manifeste. Como contribuinte, mais uma vez expresso minha preocupação. Depois de décadas e de gerações de cientistas engenheiros e técnicos formados aqui, se não temos pessoal capacitado para realizar essa atividade em micro e nano satélites, preferia que usassem o dinheiro dos meus impostos em outra coisa.

      Alguém explica?

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    3. Cara você é teimoso, não é nada disso. O processo de desenvolvimento de um novo produto passa por acertos e erros e não temos ainda essa conhecimento dominado no país. A 'Revisão Crítica' é feita por especialistas que tem experiência comprovada na área, seja no Brasil, nos EUA, na França ou em qualquer país do mundo, especialmente num país como o Brasil que tem pouquíssima experiência com nanossatélites. Veja o Caso da UnB, que para desenvolver o seu Laboratório envolvido com projetos dessa área trouxe especialistas italianos que hoje são professores desta universidade. A questão aqui é experiência comprovada que no setor espacial é de fundamental importância, já que se o satélite por alguma razão falhar no espaço não tem como consertar, assim sendo, quanto maior for a segurança aumenta a possibilidade de êxito da missão, e por isso esses especialistas são consultados. Entretanto, também não deixa de ser uma propaganda do governo, mas que nesse caso trará grandes benefícios as equipes envolvidas com esses projetos, principalmente sendo quem é o engenheiro Jordi Puig-Suari.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    4. Duda, discordo um pouco do termo "teimoso". Eu não sou dono da verdade, longe disso, sou apenas um estudante leigo do assunto.

      No entanto, reitero meu espanto !!!

      Eu sinceramente esperava que a essa altura nós tivéssemos gente com "experiência comprovada" no INPE para fazer a revisão crítica de micro e nano satélites, que até por impossibilidade física não podem ser de extrema complexidade mesmo no contexto de satélites...

      Então quer dizer que TODOS os satélites brasileiros até hoje sofrem esse processo de "revisão crítica" por intermédio de especialistas estrangeiros?

      Gostaria que se possível, você explicasse melhor, com o seu conhecimento, como isso vem sendo tratado ao longo de todos esses anos.

      Quer dizer que desde sempre o Brasil precisa de uma "chancela" de um especialista estrangeiro para colocar um satélite em órbita?

      Se for isso, então a coisa é pior do que eu imaginava. O pessoal formado e pós graduado em engenharia aeroespacial por aqui não estão aptos a efetuar esse procedimento?

      Por favor, aumente os nossos conhecimentos a respeito desse importantíssimo assunto, do qual eu não tinha idéia...

      Abs.

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    5. Olá Marcos!

      Poxa amigo, não entenda mal quando lhe chamei de teimoso, não foi esta a intenção. Eu pensei ter sido claro na primeira explicação e ainda mais na segunda, mas se você não entendeu, vou tentar de novo. Quando eu digo experiência comprovada eu falo em relação a todo processo de criação de um nanosatélite, ou seja, desenvolvimento, integração e lançamento. Sendo assim, é preciso que você entenda que no Brasil ainda não temos esse processo de conhecimento completo, pois não temos ainda um histórico que nos permita dizer que dominamos essa tecnologia. Fazer microsatélites (onde o Brasil tem algum conhecimento graças ao SCD-1 e SCD-2, dizem que perdido, mas não sei com certeza) é uma coisa, como também satélites maiores, mas fazer nanossatélites e picossatélites é uma outra história, e portanto ter ajuda de especialistas estrangeiros com histórico comprovado na área não é só desejado como necessário para garantir que a missão tenha mais possibilidade de êxito. entende? Agora, o fato do Brasil ainda não dominar essa tecnologia é uma outra situação resultado do já conhecido e amplamente debatido descaso de diversos governos subsequentes (desde COLLOR de MELLO) para com o Programa em todas as suas áreas, entende? Bom é isso, e espero ter sido mais claro dessa vez amigo.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    6. Opa! sem problemas amigão.

      Mas deixa eu ir mais fundo nisso, pra ficar bem claro.

      Então o Brasil possui pessoal tecnicamente qualificado para efetuar "revisões críticas" em satélites digamos "normais", mas nunca lançou um CubeSat antes, então o que eles procuram é experiência prática nesse tipo específico de plataforma. É isso?

      Se for, então poderíamos estar usando e prestigiando o conhecimento do pessoal do Equador por exemplo, que pelo que eu entendi já está no seu segundo CubeSat (que inclusive restabeleceu a comunicação com o primeiro).

      Então basicamente, apesar de o nosso pessoal ter o conhecimento teórico necessário eles estariam lidando com uma plataforma desconhecida para eles, e mesmo tendo dominado a parte teórica, a parte prática seria um "tiro no escuro", daí eles procurarem alguém com esse tipo de conhecimento na prática?

      E só para registrar, segue o link do projeto da Agência Espacial Civil Equatoriana (adoro esse nome), onde eles registram a missão do NEE-02 KRYSAOR, que "resgatou" o acesso ao NEE-01 PEGASO.

      Muito legal isso, nossos vizinhos já conseguem lançar um CubeSat em missão de resgate à um outro. Uma realização bastante interessante do meu ponto de vista.

      Abs.

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    7. Olá Marcos!

      Que bom que entendeu. Bom vou tentar de novo usando as suas perguntas:

      P: Então o Brasil possui pessoal tecnicamente qualificado para efetuar "revisões críticas" em satélites digamos "normais", mas nunca lançou um CubeSat antes, então o que eles procuram é experiência prática nesse tipo específico de plataforma. É isso?

      R: Sim, o Brasil tem especialistas com experiência comprovada em satélites maiores, o que garante uma confiabilidade maior não só na hora do lançamento com em todo processo de desenvolvimento. Exatamente, o Brasil nunca lançou um cubesat no espaço e nunca desenvolveu um cubesat com as complexidades dos cubesats que serão lançados, portanto existe a necessidade de se utilizar especialistas com experiencia comprovada na área para aumentar a confiabilidade do projeto como um todo e não só da plataforma.

      P: Se for, então poderíamos estar usando e prestigiando o conhecimento do pessoal do Equador por exemplo, que pelo que eu entendi já está no seu segundo CubeSat (que inclusive restabeleceu a comunicação com o primeiro).

      R: Poderíamos, mas não seria a melhor opção, já que este especialista que a AEB trouxe e o co-autor da tecnologia de cubesats, ou seja, foi ele um dos dois inventores desse tipo de satélite, e atualmente tem em seu currículo uma quantidade enorme de missões exitosas com esse tipo de satélite e de picosatélites. A EXA equatoriana esta ainda engatinhando.

      P: Então basicamente, apesar de o nosso pessoal ter o conhecimento teórico necessário eles estariam lidando com uma plataforma desconhecida para eles, e mesmo tendo dominado a parte teórica, a parte prática seria um "tiro no escuro", daí eles procurarem alguém com esse tipo de conhecimento na prática?

      R: Não só da plataforma. Veja bem Marcos, todo projeto passa por uma sucessão de erros e acertos e como eu disse anteriormente o Brasil não tem experiência comprovada no processo de desenvolvimento de cubesats (nanossatélites) e picossatélites, que envolve o desenvolvimento, a integração e o lançamento, entende? Experiência não é algo que se compra em porta de botequim e sim algo que se adquire com tempo após um processo ardo, especialmente em projetos espacias. Veja o Caso do Microsatélite ITASAT-1, quanto tempo a equipe do ITA está se batendo para desenvolver esse satélite? Já a UnB trouxe a Dra. Chantal Cappelletti e outros especialistas da área e em menos de um ano já está com o nanosatélite deles (Programa SERPENS) em vias de ser lançado, entende? Trazer gente que tem experiência só é benéfico, pois não só ajuda a formar especialistas no país com experiência comprovada, como também ajuda queimar rapidamente etapas de projeto.

      Bom é isso, espero agora que você não tenha mais dúvida.

      Forte abraço amigo.

      Duda falcão
      (Blog Brazilian Space)

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