Crise na Ucrânia: Sobrou Até Pro Nosso Datilógrafo
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo postado dia (13/03)
no site “meiobit.com” tendo como tema o Acordo Espacial Brasil-Ucrânia, o mesmo
que gerou a mal engenhada empresa bi-nacional Alcântara Cyclone Space (ACS).
Duda Falcão
CIÊNCIA
Crise na Ucrânia: Sobrou
Até Pro Nosso Datilógrafo
Por Carlos Cardoso
13 de março de 2014
Em 2003 uma
explosão na Base de Alcântara mandou para o espaço (sorry) a esperança do
Brasil ter um programa espacial decente. De lá pra cá, só desculpas, e se acha
que estou exagerando, lembro que a Isto É publicou uma matéria dizendo que o
foguete foi detonado por satélites norte-americanos armados com “lasers”.
Uma
estratégia para facilitar a vida do Programa Espacial Brasileiro seria o
aluguel da Base de Alcântara como ponto de lançamento para outras nações.
Estando bem próxima ao Equador, foguetes lançados a partir dali precisam de bem
menos energia do que os lançados de latitudes mais altas, o que significa
cargas úteis mais pesadas colocadas em órbitas mais altas.
Tudo ia bem
até que o acordo desandou quando descobriram que os EUA se reservavam ao
direito de não deixar brasileiros inspecionar lançamentos sigilosos, e também
não queriam compartilhar tecnologia em troca do privilégio de usar a base. Ao
final o Brasil acabou se aproximando da Ucrânia, fechando um acordo
curiosamente idêntico.
Nesse acordo
o Brasil participaria do desenvolvimento do Ciclone-4,
foguete capaz de colocar 5,5 toneladas em órbita baixa. Participaria do
desenvolvimento no sentido de que colocaríamos dinheiro e a Ucrânia
desenvolveria, claro.
Firmado em
2003, o acordo não é “nem ser científico nem de transferência de tecnologia, mas sim
comercial”, nas palavras de José Monserrat Filho, chefe da assessoria
internacional da AEB. Aquela que tem um datilógrafo em seus quadros.
O Brasil
além disso construiria as instalações de lançamento, que como ainda estão pela
metade, dificilmente estarão prontas pra Copa.
O Vôo
inaugural do Ciclone-4 deveria acontecer em 2006, mas como todo projeto com
brasileiro no meio, atrasou. A join-venture Alcântara-Cyclone
Space vem remarcando
data em cima de data. Em 2008 previa-se que o bicho voaria em 2014, e que as
obras estariam prontas em 2011. Em 2009 Lula e Viktor Yushchenko, presidente da Ucrânia
assinaram um acordo que dizia que o Cyclone-4 seria lançado em 2010.
MUHAHAHAHAHHA.
A situação
atual: o Brasil investiu nesse período R$ 1 BILHÃO. As obras estão pela metade,
e o foguete, só 80% pronto, segundo os mais otimistas. A projeção inicial
previa que ele se pagaria com 6 lançamentos anuais, mas como o valor previsto
de US$ 50 milhões por lançamento se tornou caro (culpa da SpaceX, Orbital Science,
Ariane Space e outros capitalistas) agora são precisos 12
lançamentos para o break-even. E não há mercado pra isso.
Cereja do
bolo? A Ucrânia é um país que vive da lembrança de ter sido parte da União
Soviética. O PIB deles é 13 vezes menor que
o nosso. Se nós não temos dinheiro pra pesquisa espacial, imagine lá. Veja este
caça MIG-29 da Força Aérea ucraniana:
Falta grana
pra lixar e remover a tinta da Força Aérea Soviética. Pintaram por cima e só.
Como a
Ucrânia consegue manter uma indústria espacial? Fácil, eles terceirizam a parte
complicada. As especificações são mandadas para empresas especializadas, como
a Energomash, que projetou os motores do primeiro estágio do foguete.
Essas empresas constroem toda a parte de infraestrutura, e os ucranianos
basicamente operam as máquinas.
Qual o
problema? Essas empresas são… Russas.
Isso mesmo.
O foguete que o Brasil estaria desenvolvendo com a Ucrânia é essencialmente
russo, nenhum dos países tem dinheiro pra bancar o final do projeto, a AEB só
tem previsão orçamentária de R$ 300 milhões reservada pro Cyclone-4.
A Ucrânia,
caso você tenha vivido com internet TIM nos últimos meses, está em vias de ser oficialmente
invadida pela Rússia,
vive uma pré-guerra
civil feia mesmo pros
padrões locais e cada Grívnia que o Presidente acha entre as almofadas do
sofá vai pra defesa.
Enquanto
isso vemos R$ 1 bilhão ir pelo ralo, não temos foguete, não temos base, nosso
“parceiro” vai tomar uma carcada bonita dos russos nos próximos dias, 11 anos
depois não temos uma nova geração de engenheiros pois ninguém quer trabalhar em
um programa
espacial de mentirinha, e a única pessoa feliz é o datilógrafo
da Agência Espacial Brasileira, afinal ele tem estabilidade.
Enquanto
isso a Olimpíada
Brasileira de Astronomia mal conseguiu 50% dos R$ 50 mil que precisa
para comprar um planetário digital e incentivar jovens do país inteiro a buscar
uma carreira em ciências.
Fonte: Site Meio Bit - http://meiobit.com
Comentário: Pois é caro leitor, a máscara
começa cair e se esse país tiver realmente um sistema jurídico digno, sério e
responsável, deverá cobrar judicialmente e criminalmente dos responsáveis
diretos e indiretos pelo estabelecimento e apoio desse acordo que jamais
deveria ter sido assinado. Aproveitamos para agradecer ao leitor Odirlei Zimmermann pelo envio desse artigo.
Seria cômico se não fosse trágico...
ResponderExcluirEu pedi R$ 50 mil, ou qualquer valor menor, para a AEB, visando organizar o FESTIVAL DE MINIFOGUETES DE CURITIBA. A AEB nem respondeu aos meus pedidos.
ResponderExcluirAlém da AEB não realizar os eventos dela (Foguetemodelismo e Cansat 2013), também não apoia quem quer fazer algo.
Mesmo sem o apoio da AEB, o Festival de Curitiba começará no dia 11 de abril.
Pois é Prof. Marchi, realmente a gestão da AEB deixa muito a desejar. O Blog BRAZILIAN SPACE aproveita para desejar ao senhor e toda a sua equipe sucesso na realização do "I Festival de Minifoguetes de Curitiba' e esperando também que o evento possa ter continuidade nos próximos anos.
ExcluirAbs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
O Brasil deveria ter honrado seu acordo com a Rússia, e participado do projeto Angara, lembrar que os russos nos convidaram......
ResponderExcluirMas estamos no País do Futebol, assim vamos ficar jogando bola......mas até quando ?
Tem dinheiro para Copa......mas e dinheiro para Educação, Saúde........Ciência e Tecnologia.......
Brasil é o País das Mentiras.
Miraglia
Cada moedinha achada no sofá vai para defesa ou para contas pessoais dos oligarcas que há muito estão se apossando de tudo que podem e destruindo destruindo o país.
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