Conheça a Situação de Descaso Com o ROI do INPE
Segue abaixo um artigo publicado no “Jornal do SindCT” de
dezembro de 2011, editado pelo “Sindicato dos Servidores Públicos Federais na
Área de C&T (SindCT)” dando destaque a atual situação do Radio
Observatório de Atibaia que é ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE).
Duda Falcão
Nosso Trabalho
ASTRONOMIA em Atibaia
Rádio-Observatório de Itapetinga: Antena
de Radiotelescópio do INPE em Atibaia
Está em Operação Há 38 Anos
Por Fernanda Soares
Fundado
em 20 de outubro de 1973 por Pierre Kausmann, o Observatório de Radioastronomia
e Astrofísica de Itapetinga – conhecido popularmente como Observatório do
Mackenzie - é um dos mais modernos do mundo, segundo especialistas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Encravado
na Serra do Itapetinga, o rádio-observatório está localizado numa região mais
afastada, a cerca de 20 minutos do centro da cidade de Atibaia.
O
local pertence à Universidade Presbiteriana Mackenzie e hoje é mantido pelo
INPE. Lá se desenvolve a radioastronomia, um ramo da astronomia que estuda os
corpos celestes medindo suas ondas eletro-magnéticas.
O
equipamento principal do rádio-observatório é uma imensa antena de 13,7 metros
de diâmetro. Considerada o maior radiotelescópio em atividade no país, a antena
pesa cerca de cinco toneladas, considerada bem leve para o seu tamanho.
Por
isso, ela é envolvida por uma redoma com 80% de transparência que a protege do
vento e da chuva.
O
que mais atrapalha a precisão no trabalho da radioastronomia é o ruído
elétrico, como a faísca do motor de um carro. Por esse motivo, o local precisa
ser mais ermo.
“O
ideal seria estarmos dentro de uma cratera de um vulcão extinto, protegido
eletricamente por todos os lados”, explica o técnico José Luiz Monteiro do
Vale.
Pesquisadores
de todo o país podem solicitar uso do rádio-observatório.
O
rádio-observatório de Atibaia é uma essencial ferramenta de estudo para
pesquisadores brasileiros, principalmente para físicos, astrônomos e
matemáticos.
Os
interessados enviam seus estudos e fazem o pedido para usar o equipamento.
“Quem
tem o trabalho aprovado por um colegiado de doutores vem para o observatório e
fica cerca de 15 dias aqui usando a estrutura”, explica o astrônomo.
Para
isso, o Rádio-Observatório do Itapetinga mantém cinco dormitórios e uma
estrutura para receber esses pesquisadores.
Durante
a visita do Jornal do SindCT, encontramos o aluno de doutorado da USP, Pedro
Paulo Beaklini, que explicou a vantagem dessa antena: “existem antenas mais
modernas, porém é aqui que conseguimos detectar se há mudanças, pois podemos
repetir a observação. Esse é o diferencial do Rádio- Observatório de Atibaia.”
Servidores
do INPE de Atibaia sofrem com abandono.
Por
ser muito antiga, muita gente não entende a importância da antena.
O
Rádio-Observatório do INPE em Atibaia acaba esquecido.
Por
estar localizado em área rural, sofre constantemente com quedas de energia.
Outra
queixa dos servidores é em relação à internet, que é via satélite, de baixa
velocidade (600 kb), alto custo e fica fora do ar todas as vezes que ocorre
chuva forte.
A
falta de pessoal, assim como em outras unidades do INPE, também atinge o rádio-observatório.
Atualmente
dois técnicos se revezam para realizar o trabalho que deveria ser feito por
quatro funcionários.
A
falta de engenheiros é contornada com engenheiros de São José dos Campos ou da
USP.
A
carência de investimentos em qualquer esfera do Programa Espacial Brasileiro
está presente em todas unidades do INPE e DCTA.
Fonte: Jornal do SindCT - Dezembro de 2011.
Comentário: Pois é leitor, veja a que ponto o governo
chegou em descaso com um equipamento como esse, tão importante para o
desenvolvimento da Astronomia e Astrofísica brasileira. É inadmissível o que
esses energúmenos são capazes de fazer, a que ponto eles são capazes de chegar
permitindo que um equipamento como esse chegue ao estado que se encontra de
abandono, fazendo com que até mesmo a própria comunidade astronômica dos país perca
o interesse pelo mesmo. Lamentável! Gostaríamos de agradecer publicamente ao leitor paulista José Ildefonso pelo envio desse artigo.
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