Experimento de Astrobióloga Brasileira Simula Com Sucesso Agricultura no Planeta Marte
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Foto: Rebeca Gonçalves/divulgação
A lavoura experimental com terra simulando solo marciano criada por Rebeca Gonçalves na Universidade de Wageningen (Holanda). |
No dia de 01/05, o portal do jornal 'O GLOBO' trouxe uma interessante matéria sobre o experimento da astrobióloga brasileira Rebeca Gonçalves, que com sucesso simula a agricultura no Planeta Marte, utilizado-se de uma técnica ancestral de plantio para cultivar tomate, ervilha e cenoura em um solo desprovido de nutrientes orgânicos.
De acordo com o artigo, essa técnica antiga de agricultura, que consiste em plantar variedades que se beneficiam mutuamente, pode ser fundamental para a produção de alimentos por futuros astronautas no solo marciano, um ambiente pouco explorado e hostil.
Embora nenhuma agência espacial tenha estabelecido uma data para enviar pessoas a Marte, é provável que tal empreendimento demande a capacidade de produzir alimentos no local.
O estudo da astrobióloga Rebeca Gonçalves, em colaboração com colegas da Universidade de Wageningen, na Holanda, revelou os desafios de fazer cultivos terrestres crescerem no "regolito" marciano, um solo mineral sem nutrientes orgânicos. No entanto, demonstrou que, com a abordagem correta, isso é possível.
O experimento descrito no artigo, conduzido como parte da tese de mestrado da cientista, envolve o cultivo de tomate, ervilha e cenoura em três tipos de solo: solo comum, areia e uma simulação de regolito marciano. A inclusão da areia tinha como objetivo testar a eficácia do consorciamento em solos degradados na Terra.
Embora nenhuma sonda espacial tenha trazido amostras do solo marciano, os cientistas conseguem produzir artificialmente o regolito com base na composição geoquímica conhecida do planeta. Isso é feito manipulando materiais coletados no deserto de Mojave, nos EUA.
O experimento de Rebeca e seus colegas visava entender os desafios da produção de alimentos em Marte. Inspirado no filme "Perdido em Marte", o experimento reproduziu uma atmosfera semelhante à terrestre, mas utilizou regolito como solo, dada a inviabilidade de transportar solo terrestre para o planeta vermelho.
A utilização do consorciamento com diferentes espécies de plantas foi uma estratégia para compensar a falta de nutrientes no regolito. No entanto, enquanto os tomateiros se beneficiaram significativamente, a ervilha e a cenoura enfrentaram dificuldades devido à compactação do solo.
Apesar dos desafios, o experimento foi bem-sucedido na areia, indicando a viabilidade do consorciamento como uma técnica agrícola eficaz. Isso pode ter aplicações não apenas em Marte, mas também em áreas degradadas na Terra.
Foto: Rebeca Gonçalves/divulgação
Rebeca destaca a importância de garantir que a pesquisa em astrobiologia contribua para a compreensão e preservação da Terra, uma lição que ela aprendeu durante sua passagem pela Agência Espacial Europeia.
Esse experimento ilustra não apenas os desafios da agricultura em Marte, mas também a importância de adaptar técnicas ancestrais e explorar soluções inovadoras para garantir a sustentabilidade em ambientes hostis.
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