Telescópios no Futuro Poderão Subir ao Espaço Com Espelhos Flexíveis Enrolados
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma curiosa notícia postada hoje (05/04), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que Espelhos Flexíveis
para telescópios subirão ao espaço
‘enrolados’. Saibam mais sobre
essa notícia pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Espelhos Flexíveis Para Telescópios Subirão ao Espaço
Enrolados
Redação do Site Inovação Tecnológica
05/04/2023
[Imagem: Sebastian Rabien/MPG/MPE]
Espelhos Flexíveis
Fabricar os espelhos e enviá-los para o espaço é um dos
maiores desafios para viabilizar os telescópios espaciais, como o James Webb,
que precisou de uma estrutura grande e complexa, na qual os espelhos subiram
dobrados e só abriram em órbita.
Mas um pesquisador alemão acaba de idealizar uma nova
técnica para produzir e moldar grandes espelhos de alta qualidade, que são
muito mais finos do que os espelhos primários usados anteriormente para
telescópios implantados no espaço.
A grande diferença é que os espelhos são flexíveis o
suficiente para serem enrolados e armazenados de forma compacta dentro do
foguete, simplificando e barateando muito a missão.
"Lançar e implantar telescópios espaciais é um
procedimento complicado e caro," disse o professor Sebastian Rabien, do
Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, na Alemanha. "Esta nova
abordagem - que é muito diferente dos procedimentos típicos de produção e
polimento de espelhos - pode ajudar a resolver problemas de peso e
empacotamento para espelhos de telescópios, permitindo que telescópios muito
maiores e, portanto, mais sensíveis, sejam colocados em órbita."
Molde de Água
Os espelhos flexíveis são criados usando a técnica
tradicional de deposição de vapor químico, com a diferença de que o local onde
o vapor é depositado, em vez de ser um substrato sólido, é um líquido, que é
mantido girando dentro de uma câmara de vácuo.
[Imagem: Sebastian Rabien/MPG/MPE]
Ao girar, o líquido gera um formato parabólico perfeito,
cuja profundidade pode ser precisamente definida apenas controlando a
velocidade de giro. Como material precursor são usados monômeros, que formam
polímeros conforme se depositam sobre a camada de líquido. Quando a camada de
polímero está grossa o bastante, é aplicada uma camada metálica para dar
reflexividade ao espelho.
Outros pesquisadores já criaram membranas finas para fins
semelhantes, mas os espelhos são normalmente moldados usando um molde óptico de
alta qualidade. Usar um líquido para conformação é muito mais acessível e pode
ser mais facilmente ampliado para tamanhos grandes.
Para testar sua técnica, o pesquisador fabricou
protótipos de espelhos de membrana parabólica de até 30 cm de diâmetro, mas ele
ressalta que tudo pode ser ampliado para fazer espelhos com os tamanhos
necessários para os telescópios espaciais.
"Embora este trabalho apenas demonstre a viabilidade
dos métodos, ele estabelece as bases para sistemas de espelhos embaláveis
maiores e mais baratos," disse ele. "Ele poderá tornar realidade
espelhos leves com 15 ou 20 metros de diâmetro, permitindo telescópios
espaciais que serão ordens de magnitude mais sensíveis do que os atualmente
implantados ou planejados."
[Imagem: Sebastian Rabien/MPG/MPE]
Além de viabilizar grandes telescópios espaciais, a técnica de espelhos de membrana será útil também para telescópios em terra. |
Espelhos de Membrana
O espelho fino e leve criado com essa técnica pode ser
facilmente dobrado ou enrolado para a viagem ao espaço.
No entanto, é muito difícil recuperar sua forma
parabólica perfeita depois de desenrolá-lo. Para isso, Rabien desenvolveu um
método térmico que usa uma mudança de temperatura localizada, criada com luz,
para permitir o controle adaptativo da forma, trazendo a membrana fina para a
forma óptica desejada.
Mas ele acredita que dá para melhorar em relação a esta
primeira versão, e está desenvolvendo um controle adaptativo mais sofisticado
para estudar o quão bem a superfície final pode ser moldada e quanto de
distorção inicial pode ser tolerada. Ele também planeja criar uma câmara de
deposição de um metro de diâmetro, para estudar melhor a estrutura da
superfície e os processos de empacotamento e desdobramento de um espelho
primário de grande escala.
Os novos espelhos de membrana também poderão ser usados
em sistemas de óptica
adaptativa, que melhoram o desempenho dos sistemas ópticos usando um
espelho deformável para compensar a distorção na luz recebida. Como a
superfície dos novos espelhos de membrana é deformável, esses espelhos podem
ser moldados com atuadores eletrostáticos para criar espelhos deformáveis que
serão mais baratos de fabricar do que aqueles criados com métodos
convencionais.
Bibliografia:
Artigo: Adaptive Parabolic
Membrane Mirrors for Large Deployable Space Telescopes
Autores: Sebastian Rabien
Revista: Applied Optics
DOI:
10.1364/AO.487262
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