Com Fim de Greve na Guiana, Brasil Deve Lançar Satélite no Dia 04/05
Olá leitor
Segue abaixo uma matéria publicada hoje (27/04) no site
“Defesanet.com”, destacando que com o fim da greve na Guiana Francesa o Satélite Frankenstein Francês SGDC será mesmo lançado ao espaço no dia 04 de maio.
Duda Falcão
COBERTURA ESPECIAL - Especial Espaço –
Defesa
Com Fim de
Greve na Guiana,
Brasil Deve Lançar Satélite
Nacionalistas
encerram paralisação após governo francês aceitar
investir ¤ 1,1
bi em território; envio de foguete é marcado para dia 4
Pablo Pereira,
Kouro
E Andrei Netto
DefesaNet.com
27 de Abril,
2017 - 10:10 ( Brasília )
Uma crise
social e política na Guiana Francesa, com greve geral, bloqueio de estradas e
de atividades econômicas e de abastecimento, e até fechamento temporário do
aeroporto da capital, Caiena, impede o Brasil desde o dia 21 de março de enviar
ao espaço um foguete com satélites, em um projeto de R$ 2,8 bilhões. Um acordo
recente entre manifestantes e o governo francês permitiu remarcar o lançamento
para 4 de maio.
Por enquanto,
o primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas
(SGDC) permanece no chão, em Kourou, a 70 quilômetros da capital do
departamento francês na América do Sul. Um comunicado da Arianespace, empresa
dona do veículo lançador, que tem na carteira mais de 550 satélites colocados
no espaço desde sua criação em 1980, alegou falta de condições mínimas para
operar a base.
O movimento
grevista, puxado pelo grupo local nacionalista Pou Lagwiyann dékolé (Para a
Guiana decolar), forte militância liderada por pelo menos 500 encapuzados
vestidos de preto, os “500 Irmãos”, chegou até a ter um grupo de 30 militantes
ocupando por 24 horas uma sala do Centro Espacial. Isso adiou também o
lançamento de um satélite menor, da Koreasat, da Coreia do Sul, que seria
levado com o SGDC brasileiro pelo foguete Ariane 5 no Flight VA 236.
No sábado, o
governo da França e os grevistas assinaram um acordo em torno de um “plano de
emergência” de um total de € 1,1 bilhão em investimentos nos próximos dez anos
para atender às reivindicações da população local. O Palácio do Eliseu se
comprometeu também a analisar o pedido de outros € 2 bilhões em investimentos.
O movimento
grevista pedia mais investimento na luta contra a insegurança, pelo
desenvolvimento das cidades do território, em especial em infraestruturas como
água, energia elétrica, serviços de saúde e educação. Entre as medidas
anunciadas estão um novo centro médico-cirúrgico, uma estrutura de polícia
ampliada e a cessão de terras – 650 mil hectares ao todo – às administrações
municiais e regionais do território.
Para Olivier
Goudet, um dos membros do Movimento dos 500 Irmãos, que liderou os protestos, o
acordo terá curta validade. “Uma vez que o próximo governo tome posse, desde o
primeiro dia nós vamos entrar em ação”, garantiu. “O Estado nos deve € 7
bilhões, e não € 2 bilhões.”
Avanço. A colocação do SGDC na órbita da Terra
amplia a oferta de banda larga (internet em alta velocidade) no País e permite
que as Forças Armadas brasileiras obtenham a soberania no controle de seus
sistemas de comunicações e monitoramento de fronteiras, por exemplo.
Atualmente, a Defesa nacional compra acesso a canais de satélite de companhias
estrangeiras. Com esse satélite em órbita, as comunicações desses órgãos
públicos migram para os canais do SGDC.
O equipamento
espacial é parte do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), planejado pelo
governo brasileiro em 2010. Em 2012, o governo federal pensava em popularizar a
internet distribuindo planos de 1 Mbps (Megabite por segundo) a preço de R$ 35
mensais. O satélite brasileiro começou a tomar forma em 2013 com investimento
inicial previsto de R$ 2,1 bilhões. O valor atualizado está em R$ 2,784
bilhões, dos quais o Brasil já pagou R$ 2,060 bilhões. O restante, cerca de R$
724 milhões, deve ser pago até 2019. Em março, segundo informações do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o governo
informava que o País já havia desembolsado, somente no governo Temer, R$ 495
milhões com o projeto.
O SGDC tem 7,1
metros de altura e pesa 5.735 quilos. O foguete francês o levará até uma
distância aproximada de 250 quilômetros. Aos 28m11s do momento do lançamento,
segundo a contagem oficial dos técnicos franceses, o satélite será desacoplado
para seguir viagem por mais 10 dias, navegando em círculos, até a órbita de
permanência, a 35.926 quilômetros da superfície terrestre. Ao alcançar a
posição geoestacionária, o equipamento entrará na fase dos testes por um
período de dois meses.
“O lançamento
do SGDC é um marco para o Brasil”, disse o presidente da Visiona Tecnologia
Espacial, Eduardo Bonini, responsável pela gestão e integração do projeto do
satélite. Segundo Bonini, o prazo previsto de entrega (setembro de 2016) e o
cronograma para a janela de lançamento, aberta agora em Kourou, também seguiu o
planejamento do SGDC.
Internet
rápida. Construído na França,
o satélite é produto de uma parceria da Visiona, criada para o projeto pela
Embraer (51%) e Telebrás (49%), em contrato com a companhia franco-italiana
Thales Alenia Space, construtora do equipamento em Cannes. O SGDC vai oferecer
57 transponders de banda ka, de uso comercial, e 5 canais de banda X, para uso
militar. Com a traquitana no espaço, a Telebrás terá capacidade para
transmissão de até 57 Gbps (Gigabytes por segundo), atendendo a demandas de
comunicação e internet rápida em rincões como comunidades da Amazônia ao sertão
nordestino e pampa gaúcho. O controle em Terra será feito por dois centros
espaciais, um no Rio e outro em Brasília, e mais 5 estações da Telebrás.
Um plano de
negócios para o potencial alargamento da oferta de internet rápida está em
andamento na Telebrás. O governo quer vender de lotes de banda larga para
empresas no segundo semestre. A Telebrás já tem o mapeamento dos locais de
construção de uma malha de antenas para faturar com a novidade que virá do
espaço. No Congresso, a oposição se mobiliza contra o plano da Telebras,
criticando a comercialização dos lotes.
“O SGDC é um
fato histórico para o Brasil", afirmou o presidente da Telebrás, Antonio
Loss, que em março acompanhou uma comitiva do governo brasileiro que esteve em
Kourou, quando o lançamento foi adiado a primeira vez por causa da greve que
bloqueou o acesso à base espacial e obrigou a transferência do lançamento pelos
técnicos do Ariane 5. Será o 287º lançamento feito pelos foguetes da
Arianespace.
Tecnologia. "Parado" no espaço, o SGDC vai
seguir o Brasil na mesma velocidade da rotação do Planeta com as antenas
ligadas 24 horas sobre a área de cobertura - por 18 anos. Segundo cientistas
brasileiros do projeto, este é um dos avanços da participação dos engenheiros
nacionais na construção do SGDC. Foi um dos técnicos brasileiros quem fez os
cálculos de redução de massa e aumento de capacidade de combustível e encontrou
a maneira de prolongar a vida útil do equipamento no espaço, prevista
inicialmente em 15 anos, acrescentando três anos de funcionamento.
“É como se
você iluminasse uma área do globo com a luz de uma lanterna”, explicou o
presidente da Telebrás. Um primeiro "facho", a banda ka, cobrirá a
superfície brasileira proporcionando acesso à internet e facilitando programas
de comunicações entre órgãos do governo. Os Ministérios da Saúde e da Educação
têm projetos de integração nacional de escolas e postos de saúde. Com o SGDC em
órbita, o Brasil poderá enxergar de alto a baixo a faixa de fronteiras
brasileiras, devendo cobrir até as águas territoriais além da Ilha da Trindade,
a mais distante da costa, a cerca de 1.400 quilômetros do Espírito Santo.
O segundo
"facho" de cobertura, mais amplo, será usado pelo Ministério da
Defesa (a banda X). Com comunicação criptografada, as antenas cobrem todo o
Continente Sul-Americano, do Atlântico ao Pacífico, de cima a baixo. O projeto
inicial, que começou no governo Dilma Rousseff, é uma parceria do Ministério de
Ciência e Tecnologia e Inovação e Ministério da Defesa, contratantes da Visiona
para a prestação do serviço.
De acordo com
técnicos, toda a comunicação governamental (civil e militar) será transferida
para dentro do sistema SGDC. Quando não prestar mais para nada, lá por 2035, o
satélite ainda terá forças para subir no céu para além da órbita dos 100 mil
quilômetros, onde ficará girando para sempre no lixão das tralhas espaciais.
Fonte: Site www.defesanet.com.br
Comentário: Bom, para quem ainda se interessa por esse
engodo, tá aí a confirmação da notícia anterior divulgada pelo Blog sobre o lançamento desse
Satélite Frankenstein Francês SGDC.
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