NASA Aprova Dois Novos Projetos de Telescópios Espaciais Futuristas no Âmbito do Programa 'NASA Innovative Advanced Concepts (NIAC)'

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[Imagem: Mary Knapp]
Representação artística do Grande Observatório de Comprimentos de Onda Longos (GO-LoW).
 
No dia de Hoje, 06/05, o portal 'Inovação Tecnológica' divulgou uma notícia sobre dois novos telescópios espaciais futuristas aprovados pela NASA, que prometem revolucionar nossa capacidade de observação cósmica.
 
Segundo a nota do portal, entre os projetos selecionados pela NASA para a Fase 2 de Programa Conceitos Avançados Inovadores (NIAC), destacam-se dois telescópios espaciais com propostas inovadoras.
 
O primeiro projeto, denominado Go-LOW (Great Observatory for Long Wavelengths), tem como objetivo superar uma limitação fundamental na observação do cosmos: a dificuldade em captar baixas frequências de rádio, devido à ionosfera da Terra e ao desafio técnico de construir telescópios espaciais adequados para esses comprimentos de onda extremamente longos, que variam de metros a quilômetros.
 
O Go-LOW propõe uma solução engenhosa: uma matriz interferométrica de milhares de microssatélites, posicionados em um ponto Lagrange Terra-Sol (provavelmente o L5), para detectar emissões de rádio em frequências entre 100 kHz e 15 MHz. Essa abordagem, baseada na interferometria, permite combinar os sinais de múltiplos receptores espacialmente separados, criando um telescópio "virtual" de grande porte. Além disso, cada satélite será equipado com uma antena vetorial inovadora, possibilitando o estudo dos campos magnéticos de exoplanetas.
 
Essa configuração oferece diversas vantagens em relação aos telescópios espaciais convencionais, como custo reduzido, alta resolução espacial e flexibilidade operacional.
 
Mary Knapp, do MIT, que lidera o projeto, destaca os desafios técnicos envolvidos na coordenação de todos os elementos do observatório, mas ressalta que a tecnologia necessária já está disponível, representando um passo significativo rumo à exploração de novos horizontes cósmicos.
 
[Imagem: Edward Balaban]
Representação artística do Telescópio Fluídico (FLUTE).
 
O segundo observatório, denominado FLUTE (Fluidic Telescope Experiment, ou Experimento do Telescópio Fluídico), é um projeto inovador conduzido pelo Centro de Pesquisas Ames da NASA.
 
Enquanto telescópios maiores oferecem maior capacidade de coleta de luz e permitem observar objetos distantes com maior detalhamento, o desafio reside em lançar esses grandes telescópios ao espaço. É aí que entra a tecnologia de lentes líquidas, que pode ser montada diretamente no espaço, viabilizando a construção de telescópios significativamente maiores.
 
Embora as lentes líquidas já sejam utilizadas em várias aplicações terrestres, como microscópios e óculos, sua aplicação em larga escala no espaço representa um desafio devido à complexidade do controle do líquido. No entanto, uma vez dominada essa tecnologia, as lentes líquidas podem alcançar dimensões gigantescas e oferecer vantagens únicas em relação aos tradicionais segmentos de espelhos utilizados em telescópios convencionais.
 
O projeto FLUTE tem como objetivo superar as limitações das abordagens convencionais, possibilitando a construção de observatórios espaciais com espelhos primários líquidos não segmentados de grande abertura, adequados para uma variedade de aplicações astronômicas. Esses espelhos seriam criados no espaço por meio de uma nova abordagem baseada na modelagem fluídica em microgravidade, cuja viabilidade já foi demonstrada com sucesso em experimentos laboratoriais e a bordo da Estação Espacial Internacional.
 
Edward Balaban, líder do projeto, destacou os avanços significativos alcançados até o momento em testes com lentes líquidas realizados ao longo dos últimos dois anos. O projeto visa tornar viável a implementação do conceito nos próximos 15-20 anos, utilizando tecnologias de curto prazo e custos realistas. Para isso, serão realizados estudos adicionais para aprimorar a modelagem e a dinâmica dos espelhos líquidos, bem como desenvolver técnicas para melhorar a refletividade dos líquidos iônicos, avançando assim no caminho rumo a uma nova era na observação astronômica.
 
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