Cooperação Entre o JPL/NASA e INPE Promove Pesquisa de Fronteira em Física Planetária
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (24/11) no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que cooperação
entre o JPL/NASA e INPE promove pesquisa de fronteira em Física Planetária.
Duda Falcão
Cooperação Entre o JPL/NASA e INPE Promove
Pesquisa de Fronteira em Física Planetária
Terça-feira, 24 de Novembro de 2015
Em 2011, iniciaram-se as primeiras conversas entre a
pesquisadora Rosaly Lopes, coordenadora de Ciências Planetárias do Laboratório
de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, e o pesquisador Walter Gonzalez, líder do
grupo de Heliofísica da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA)
do INPE. A partir destes contatos, foram traçadas as primeiras atividades em
comum com o objetivo de se criar e consolidar uma nova área de pesquisa na CEA,
no campo de Física Planetária, fronteira do conhecimento em que alguns países
vêm investindo nos últimos anos.
A estratégia para a criação dessa linha de pesquisa no INPE foi reunir a
experiência da pesquisadora da NASA, em vulcanismo e dinâmica planetária, e a
do grupo de pesquisadores da CEA, liderado por Gonzalez, na área de
magnetosferas planetárias. Apesar de campos de conhecimento distintos, os dois
temas possuem conexões, afirmam os pesquisadores, principalmente quando se
trata da magnetosfera de Júpiter e de atividades vulcânicas de Io, uma das
maiores luas deste planeta. Io é um dos astros de maior atividade vulcânica enquanto
Júpiter é o planeta com maior campo magnético do sistema solar.
A pesquisadora da NASA explica que “a intensa atividade vulcânica de Io e a
interferência que provoca no campo magnético e na magnetosfera de Júpiter gera
um toros (um anel pneumático) de plasma ionizado em torno do planeta”. Como
parte desse fenômeno, partículas ejetadas pelo vulcanismo de Io precipitam-se
ao longo do campo magnético de Júpiter e ao se conectarem com a região auroral
do planeta, nos polos magnéticos, geram intensas emissões de rádio. Estas
emissões, segundo Gonzalez, também podem ser fonte de identificação de
exoplanetas, planetas fora do sistema solar, que possam apresentar fenômenos
semelhantes a este na região auroral de Júpiter.
Apesar de se conhecer as correlações entre o vulcanismo de Io e o comportamento
da magnetosfera de Júpiter, em especial, em sua região auroral, pouco se sabe
ainda sobre como estas ocorrem com maior profundidade. O que se sabe hoje
desses fenômenos, em grande parte, é resultado de observações coletadas por
sondas espaciais, como Ulisses e Cassini, que fizeram passagens não muito
próximas ao planeta nos últimos anos.
A pesquisadora Rosaly Lopes afirma que a missão da sonda espacial JUNO,
desenvolvida em parceria entre a NASA e a ESA (Agência Espacial Europeia)
deverá trazer novos dados sobre esses fenômenos, permitindo melhorar a
compreensão sobre a interação de Io com a magnetosfera de Júpiter. A sonda,
programada para ser lançada no próximo ano, ficará em órbita polar de Júpiter.
No INPE, o grupo do pesquisador Walter Gonzalez vem atuando há vários anos no
estudo da magnetosfera terrestre, cujo comportamento é bastante influenciado
pelo vento solar, enquanto o de Júpiter recebe maior influência de seu próprio
movimento de rotação, mais rápido que o da Terra.
A troca de experiências e as atividades conjuntas de pesquisa estão recebendo o
suporte do Programa Ciência Sem Fronteira (PSF), que deu apoio à visita da
pesquisadora da NASA, Rosely Lopes, ao INPE, realizada entre os dias 16 e 20 de
novembro. O Programa também vem oferecendo apoio à visita de uma aluna de
doutorado do INPE ao JPL/NASA, onde recebe a orientação da pesquisadora Rosely
Lopes. Os pesquisadores envolvidos nessa cooperação NASA e INPE estudam ainda a
possibilidade de propor o envio de um magnetômetro, tecnologia em
desenvolvimento no INPE, em uma futura missão de sonda espacial.
Também como resultado dessa parceria, está sendo organizado um workshop – Io-Iteraction between Volcanic
Activity and Jupiter’s Magnetosphere – programado para
abril do próximo ano, no INPE, que já conta com a confirmação da participação
de 20 pesquisadores de instituições estrangeiras que desenvolvem pesquisa na
área. O evento irá acontecer três meses antes do lançamento da sonda espacial
JUNO e um dos principais pesquisadores que integram a missão já confirmou
presença no workshop.
Durante a sua visita ao INPE, além de atividades de pesquisa, Rosely Lopes
proferiu uma palestra aberta ao público sobre as atividades vulcânicas da lua
Titã, de Saturno, cujos dados para pesquisa foram obtidos pela sonda espacial
Cassini, da NASA.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
Comentário: Bom, bom, muito bom mesmo, não só por ter a
Dr. Rosaly Lopes (carioca de nascimento) finalmente colaborando com as
pesquisas espaciais de interesse do INPE, bem como também saber desta
possibilidade do instituto de colocar um magnetômetro desenvolvido no INPE em
uma futura missão de sonda espacial. Vamos ver se realmente dá certo e se
outras possibilidades ainda mais significativas possam vir a surgir desta
parceria do JPL/NASA com o CEA/INPE. Quem sabe um nanosatélite ou uma pequena sonda para pesquisas
astrofísicas ou planetárias. Quem sabe?
A Dr. Rosely tem se empenhado em manter uma colaboração positiva com a CEA e isso é interessante para a pesquisa.
ResponderExcluirNunca se esqueçamos que o INPE é o Instituto Nacional de PESQUISAS ESPACIAIS e isso é pesquisa.
Tenho orgulho da Dr Rosely e do CEA/INPE por dar visibilidade as pesquisas feitas no Brasil nesta área.
Pena que não ocorra o mesmo com outras divisões do INPE.