As Incertezas de Um Programa Cada Vez Menos Brasileiro

Olá leitor!

Na semana que vem (segundo foi divulgado pelo IAE - Instituto de Aeronáutica e Espaço), mais precisamente no dia 11/11, deverá ser lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) talvez a mais importante missão tecnológica espacial do Brasil nesta década, pelo menos até agora.

Evidentemente que estou falando da tão aguardada "Missão do SARA Suoborbital 1" da “Operação São Louenço”, missão esta que será lançada através de um foguete VS-40M V03, o quarto da história a ser lançado, e o terceiro em território brasileiro.

O leitor leigo deve-se estar perguntando o porquê desta missão ser classificada pelo BLOG como tão importante quanto a “Missão do EPL/L5” da “Operação Raposa”, realizada com sucesso entre agosto e setembro do ano passado.

Apesar leitor desta Missão do EPL/L5 está relacionada com o desenvolvimento de propulsão líquida no país (área extremamente importante para qualquer programa espacial do mundo) sendo a primeira missão de voo teste de um motor foguete líquido e também de procedimentos operacionais de preparação e lançamento de veículos com este tipo de propulsão no Brasil, o que certamente tem alguma significância (não resta a menor dúvida quanto a isto), é preciso dizer que até onde se sabe o projeto não sofreu continuidade e a única notícia que chegou ao BLOG que, pode ser relacionada com a continuidade das pesquisas nesta área de Propulsão Líquida no IAE nos deixou desanimados, extremamente FURIOSOS e preocupados (veja aqui).

Além disso, vale lembrar (afinal a memória brasileira sofre de amnésia constante) de que a Missão EPL/L5 foi realizada como uma espécie de ‘Tapa Buraco’, já que a intenção original do IAE era testar em voo o motor foguete L15 (mais poderoso) e não o L5, através do lançamento de um novo foguete de sondagem denominado V-15. Entretanto, devido à falta de compromisso deste governo petista de merda, irresponsável e debiloide, o projeto teve de ser cancelado. Diante disto, tendo o IAE já qualificado em solo o motor L5 que também precisava ser qualificado em voo, restou estão aquele ditado. Só tem tu, vai tu mesmo. (É claro que o instituto jamais confirmará esta versão, mas foi o que aconteceu).

Quanto ao SARA, é preciso leitor que você entenda que o objetivo do mesmo seria se tornar no futuro uma plataforma industrial orbital para a qualificação de componentes e equipamentos espaciais a um baixo custo, o que abriria interessantes oportunidades de negócios no Brasil e no exterior, além de realizar pesquisas científicas em microgravidade. Ao mesmo tempo, a sua conclusão permitiria o desenvolvimento de materiais especiais, como o carbono/carbeto de silício, e ter a capacidade de modelar os fenômenos físicos, o que permitiria ao Brasil se manter conectado com a nova geração de veículos de reentrada atmosférica.

Na prática, o Projeto SARA aperfeiçoaria a forma do IAE conduzir projetos, com novas técnicas de gestão e uma nova aproximação da industria nacional. É um projeto pequeno, porém muito complexo e em nossa opinião extremante visionário.

Mas Duda, por que você esta usando palavras como seria, abriria, aperfeiçoaria? Ora leitor, vamos falar serio, não há como conduzir qualquer programa espacial exitoso sem compromisso do governo, coisa que no Brasil, além da conhecida falta de compromisso, ainda temos de conviver com a estupidez política (o caso da binacional ACS é um grande exemplo disto), a corrupção, a falta de políticas de desenvolvimento, a falta de leis condizentes e antenadas com as necessidades do setor, a falta de brasilidade, gestões ruins motivadas pelo apadrinhamento político ou pela aceitação da situação pela própria comunidade espacial, entre tantos outros problemas que geram um universo que não é propício ao desenvolvimento do setor espacial, bem como da C&T como um todo, mas extramente favorável a divulgação de fantasias inerentes a venda de imagem positiva de um desgoverno desastroso, irresponsável e corrupto.

Diante disto, a incerteza quanto a continuidade do Projeto SARA, como também das pesquisas na área de Propulsão Líquida no país (o que pretendem fazer se levarem avante é um tremendo absurdo demonstrando que a brasilidade que existia nos pioneiros (Capitão Basílio Baranoff, Cel. Ivan Janvrot Miranda e o Cap. Eng. Heitor Borges Jr, só para citar alguns exemplos) parece não existir mais nos atuais militares), bem como de outros projetos importantes atualmente em curso no IAE e no INPE eu diria que o FUTURO do Programa Espacial Brasileiro é bastante sombrio para o próximos anos, isto é, se é que o mesmo poderá continuar sendo chamado de brasileiro.

Em nossa insignificância como 'profeta' segundo alguns, só nos resta desejar que nossas previsões não se concretizem e aproveitando também desejar neste momento sucesso ao lançamento do SARA Suborbital 1.

Duda Falcão

Comentários

  1. Me desculpe, mas que artigo mais confuso!

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    1. Olá RodrigoV!

      Eu que lhe peço desculpas já que para nós está bem claro, e o que não ficou claro era para não ficar mesmo. Tá ok?

      Saudações Aeroespaciais

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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