Após 11 Anos da Tragédia, Brasil Tenta Lançamento do Novo VLS

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada hoje (02/01) no site do jornal “O VALE” destacando que após 11 anos da tragédia o Brasil tentará lançamento de um novo VLS.

Duda Falcão

NOSSA REGIÃO

Após 11 Anos da Tragédia, Brasil
Tenta Lançamento do Novo VLS

Após sucessivos atrasos, DCTA programa para este ano voo tecnológico,
sem satélite acoplado, para avaliar resultado de mudanças no projeto após
o incêndio em 2003 que matou 21 pessoas em Alcântara

Chico Pereira
São José dos Campos
January 2, 2014 - 09:06

Foto: Divulgação
A nova torre no Maranhão está pronta e aguarda
seu primeiro teste desde 2003.

O IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), de São José dos Campos, programou para este ano o primeiro voo tecnológico de um protótipo do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), para testar o sistema de navegação do veículo espacial.

O sucesso desse teste é considerado uma das etapas fundamentais para o voo do VLS-1 com carga útil, ainda sem previsão.

Vinculado ao DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), o IAE é o responsável pelo programa de desenvolvimento do foguete nacional para lançamento de satélites, que integra o Programa Espacial Brasileiro.

Depois de duas tentativas frustradas de voo do veículo espacial e da destruição do terceiro protótipo do VLS e da TMI (Torre Móvel de Integração) por um incêndio em 2003, que vitimou 21 técnicos do IAE no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), o projeto passou por revisão geral.

Operações

Tenente-Coronel Alberto Walter da Silva Mello, gerente do Projeto do VLS-1, explica que estão previstas duas operações para o VLS-1 ao longo deste ano.

Uma para testes funcionais de todos os sistemas embarcados e meios de solo, denominada Santa Barbara.

A outra de lançamento com o voo tecnológico do VSISNAV (um protótipo do VLS), que servirá para qualificar o sistema de navegação para veículos espaciais, os propulsores da parte baixa do VLS-1, incluindo-se a separação de primeiro e segundo estágios e a estabilidade de queima do motor do veículo sob aceleração.

É esse sistema que permite o controle da trajetória do veículo sem o auxílio de qualquer sinal externo, um das dificuldades enfrentadas pelo VLS.

Recursos

De acordo com o tenente-coronel, a continuidade do projeto e a inserção de carga útil em órbita utilizando-se o VLS-1 dependem da complementação de recursos orçamentários.

“Também do sucesso do lançamento do VSISNAV em 2014. A previsão atual é que o próximo protótipo, denominado XVT-02, seja lançado em 2016”, declarou.

No ano passado, o governo federal destinou R$ 15,5 milhões para o projeto do VLS-1, mesmo montante previsto para ser liberado este ano, segundo o tenente-coronel.

Para o SindCT (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial), o Programa Espacial Brasileiro não tem a “atenção merecida do governo federal, que não aporta recursos suficientes para o programa”.

“O governo prefere destinar verba para a ACS (Alcântara Cyclone Space) em vez de aplicar recursos no desenvolvimento de um foguete nacional”, disse o presidente da entidade, Ivanil Elisiário Barbosa.

A ACS é uma empresa pública binacional de capital brasileiro e ucraniano constituída em 2006 com o objetivo de comercialização e lançamento de satélites utilizando o Foguete espacial ucraniano Cyclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara.

Segundo o dirigente sindical, em reunião ocorrida no final do ano passado com o pessoal que trabalha no Projeto do VLS-1, no IAE, a gerência do programa garantiu que os recursos para o voo tecnológico do protótipo do veículo espacial este ano estão garantidas.

Foto: Arquivo
Detalhe da estrutura destruída na maior tragédia
de um programa espacial no mundo.

Torre de Alcântara Já Está em Operação

A nova TMI (Torre Móvel de Integração) do Centro de Lançamento de Alcântara foi finalizada e está em funcionamento, informa o gerente do Projeto VLS-1, tenente-coronel Alberto Walter da Silva Mello.

Ele ressalta que, para a operação de lançamento, ainda faltam ligações específicas entre a casamata e a torre, envolvendo cabos e fibras óticas.

“Esta infraestrutura é necessária para comunicação entre o veículo lançador e os meios de solo e para configuração dos parâmetros de voo”, explicou o tenente-coronel.

Segundo o gerente do Projeto do VLS-1, a conclusão dessa etapa está prevista para o primeiro trimestre deste ano.

A nova TMI custou cerca de R$ 44,1 milhões e seu projeto foi revisado e aperfeiçoado no quesito segurança. A torre ficou pronta em 2012.

Ela contempla equipamentos que não existiam na primeira e que permitem uma fuga rápida de pessoal em caso de acidente, como o que destruiu a primeira, que foi consumida pelo fogo em minutos.

Um dos equipamentos que se destacam na configuração da nova TMI é o túnel de escape acoplado à torre que possibilita evacuação rápida.

A nova TMI mede 33 metros de altura, o equivalente a um edifício de nove andares, possui 10 metros de largura e 13 metros de comprimento e pesa 380 toneladas.

Empresa Participa do Projeto do VLS

A Mectron, de São José dos Campos, é a responsável pelo desenvolvimento e fabricação das redes elétricas (equipamentos eletrônicos de bordo) do VSISNAV – Veículo Lançador do SISNAV, que vai testar o sistema de navegação do VLS. Os equipamentos sob responsabilidade da empresa são todos os computadores e equipamentos eletro-eletrônicos de bordo que compreendem suas redes de controle, serviço, segurança e telemetria.

Técnicos Concluem Reprojetos do VLS

No ano passado, os técnicos do projeto do VLS-1 finalizaram os reprojetos, os desenhos e as fabricações dos módulos e componentes para o veículo. Segundo o IAE, também estão sendo concluídos os carregamentos dos cinco propulsores dos primeiro e segundo estágios, totalizando mais de 30 toneladas de propelente ativo. Fases importantes do embarque do VLS-1 para Alcântara (MA).

PROJETO DO VLS-1

Teste

IAE programou para este ano o voo tecnológico de um protótipo do VLS-1

Navegação

O voo servirá para testar o sistema de navegação do veículo lançador

Fundamental

Esse sistema é considerado fundamental para o voo real do VLS-1

Sem previsão

Por enquanto, não há previsão de quando ocorrerá o voo do VLS-1 com carga útil. O veículo servirá para a colocação de satélites em órbita

Sistema

Também será realizado operação para testar os sistemas embarcados e meio de solo do protótipo do VLS-1

Torre

A construção da nova TMI (Torre Móvel de Integração), do veículo espacial, no Centro de Lançamento de Alcântara (MA) foi finalizada

Sistema

A nova torre contempla sistema de segurança que permite fuga em caso de incêndio

Destruição

A torre anterior foi destruída em 2003 por um incêndio


Fonte: Site do jornal “O VALE” - 02/01/2014

Comentário: Bom leitor, caso essa matéria do jornal O VALE tenha divulgado informações confiáveis pode ser que realmente exista a possibilidade (ainda que pequena) do VLS-1 VSISNAV vir a ser lançado em 2014. O que precisa se entender é que a questão agora não é mais a falta de recursos financeiros (como já colocado pelo Brig. Kasemodel e pela matéria acima) e sim de tempo hábil para preparar a missão. O que acontece é que (levando em consideração que todos os prazos e procedimentos técnicos sejam cumpridos rigorosamente) em entrevista recente ao Blog, o gerente do Projeto SIA, Dr. Waldemar Castro Leite (veja aqui), disse que a previsão para que o Modelo de Vôo do SISNAV fique pronto é junho de 2014. Bom leitor, isto significa que na melhor das hipóteses a “Operação Santa Bárbara I” seria iniciada em julho se estendendo até meados de agosto, e assim restariam apenas 4 meses para o final do ano. O problema é que pelo que sabemos a preparação para um lançamento como este leva em média 6 meses, o que inviabilizaria assim o lançamento do VSISNAV em 2014. Entretanto, segundo o que disse a matéria do jornal O Vale, já está sendo concluído o carregamento dos cinco propulsores do primeiro e segundo estágios, parte essa mais complicada e que demanda mais tempo em todo processo de preparação do voo. Assim sendo, se não houver realmente problemas de recursos financeiros, interferência política danosa, e total comprometimento de todos os envolvidos com a missão, pode ser que a missão venha ocorrer ainda em 2014. No entanto, continuamos não acreditando nessa possibilidade, mas ficaremos aqui na torcida para que estejamos errados. 

Comentários

  1. O Sr. Coronel Alberto não deveria estar dando nenhuma entrevista sobre o assunto pois o mesmo se encontra demissionário das suas funções passando para a reserva. Também membros da gerência do VLS estão sendo transferidos bem com o Sr. Diretor do IAE passando pra reserva. Ou seja, dentro de 3 meses não haverá mais ninguém que tenha dado entrevista para dar satisfação do andamento das atividades.
    O mais importante é estar claro que não será por falta de recursos financeiros caso o lançamento não aconteça.

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    1. Caro Sr. Heisenberg!

      Creio que não havendo boicote financeiro do governo e se realmente houver interesse do COMAER em dar prosseguimento ao que já está planejado e em curso, não acredito que haja qualquer problema quanto a esta questão, pois bastaria aos novos gestores dar prosseguimento ao que já está sendo realizado, afinal, supostamente já existiria uma meta a ser alcançada, e para atingi-la no prazo, seria contraproducente mexer no que já está em curso, pelo menos assim deveria ser num universo onde impera a seriedade. Entretanto, como não confio nesse governo de energúmenos, sinceramente acredito que algo acontecerá para que essa meta não seja atingida. Mas enfim, vamos aguardar os acontecimentos e torcer para estarmos errados.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Cara, sempre é bom ouvir noticias positivas em relação ao nosso VLS. Uma coisa é certa, o projeto vai sair e poderemos nos orgulhar e quiçá nos poderemos orgulhar de estarmos entre o restrito grupo que domina a tecnologia de lançamento de foguetes e colocação de saltélites. Pergunto-me qual será o destino que darão ao nosso VLS depois. Pode ser que seja somente um veículo de transição para mais altos voos. Assim espero e fico na torcida para que tudo dê certo desta vez.

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  3. Eu já não vejo a hora desse foguete decolar ""direito"".

    Tô com aquele incidente de 2003 entalado na garganta até hoje, orgulho patriota ferido...

    Nem que seja pra dizer: "conseguimos!" e depois nunca mais usar esse troço, mas os órgãos envolvidos tem que fazer esse foguete funcionar.

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  4. Bom, eu apesar de não torcer contra, continuo cético a respeito desse projeto, que já era antiquado na época e agora vão tentar novamente 11 anos depois...

    Tudo bem que a estrutura ao redor melhorou MUITO. E esperamos todos que dessa vez, nenhum recurso de segurança seja descartado por falta de orçamento.

    As colocações feitas por alguns colegas são pertinentes, principalmente em se tratando de uma instituição militar os que estão no topo da hierarquia estão se desligando e pronto. Mais uma vez eu tenho que ressaltar. Se o gerenciamento fosse profissional, haveria um acordo para que os funcionários chave não se desligassem num período tão crítico, mas no esquema militar as coisas não são bem assim. Fazer o que?

    De qualquer forma, vamos aguardar e desejar boa sorte a todos os envolvidos.

    Abs.

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  5. Muito bom realmente ouvir que neste ano -ou no próximo- o Brasil vai retomar os lançamentos do VLS. Ficaremos torcendo para tudo dar certo desde Argentina!

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  6. Não tem como voltar atrás é questão de honra e respeitos as vitimas deste projeto que ele saia do papel de vez.

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  7. O mais fracassado programa espacial da história já deveria ter sido arquivado e ressuscitado apenas quando este país tiver um chefe de estado e não apenas o escolhido por um partido e por uma massa de acéfalos para ser o seu chefe de governo.

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  8. Só mesmo aqui, é um absurdo, esperar por ONZE ANOS!!!! (na melhor das hipoteses) para um novo lançamento. Mas fazer o que? somos governados por acéfalos descompromissados com o futuro do pais.

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