Segundo Estudo da 'Colaboração ALPHA', a Antimatéria Não Cai Para Cima
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (27/09) foi postado no site Inovação Tecnológica uma matéria destacando
que segundo estudo da Colaboração
ALPHA (Aparato de Física a Laser de Anti-Hidrogênio), localizado no ‘Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN)’
em Genebra, na Suíça, está
confirmado, a chamada Antimatéria não cai para cima. Entendam
melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Confirmado: Antimatéria Não Cai Para Cima
Redação do Site Inovação Tecnológica
27/09/2023
[Imagem: NSF]
Este gráfico mostra átomos de anti-hidrogênio caindo e se aniquilando dentro de uma armadilha magnética, parte do experimento ALPHA-g no CERN para medir o efeito da gravidade na antimatéria. |
Antimatéria é Atraída Pela Gravidade
Se você soltar um punhado de antimatéria a uma certa altura
do chão, ela irá cair para baixo ou levitar? E se existir uma estrela de
antimatéria, ela terá uma força repulsiva, uma antigravidade, em vez de
tradicional força gravitacional atrativa que conhecemos?
A julgar por um experimento inédito, feito utilizando anti-hidrogênio
- a antimatéria do gás hidrogênio -, parece que não: Os dados indicam que a
antimatéria não "cai para cima", ela cai para baixo como a matéria
comum.
A aceleração gravitacional da antimatéria medida no
experimento ficou próxima da aceleração gravitacional da matéria normal na
Terra: 1 g, ou 9,8 metros por segundo ao quadrado (m/s2) - mais
precisamente, a aceleração gravitacional da antimatéria está dentro de cerca de
25% (um desvio padrão) da gravidade normal.
Os resultados foram obtidos pela colaboração ALPHA, sigla
em inglês para Aparato de Física a laser de Anti-Hidrogênio, localizado no
Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em Genebra, na Suíça. Ao longo dos
últimos anos, este laboratório tem gerado uma riqueza
de informações sobre a antimatéria.
"Ela certamente acelera para baixo e está dentro de
um desvio padrão da aceleração na taxa normal," disse o professor Joel
Fajans. "O resultado final é que não existe almoço grátis e não seremos
capazes de levitar usando antimatéria."
Ao confirmar que a antimatéria e a matéria comum são
atraídas gravitacionalmente, os resultados também excluem a repulsão
gravitacional como a razão pela qual praticamente não vemos antimatéria no
Universo observável, quando ambas devem ter sido criadas em proporções iguais
no Big Bang.
Mas Seria Interessante Se Fosse o Contrário
Apesar de jogar um balde de água fria em muitos sonhos de
tecnologias vistas na ficção científica, o resultado não surpreendeu a maioria
dos físicos. A teoria da Relatividade Geral de Einstein, embora concebida antes
da descoberta da antimatéria, que ocorreu em 1932, trata toda a matéria de
forma idêntica, implicando que a antimatéria e a matéria respondem da mesma
forma a todas as forças, incluindo a força gravitacional. Toda matéria normal,
como prótons, nêutrons e elétrons, possui antipartículas que carregam carga
elétrica oposta e, quando encontram sua contraparte de matéria normal, aniquilam-se
completa e imediatamente.
"O resultado oposto teria tido grandes implicações;
seria inconsistente com o princípio da equivalência fraca da Teoria Geral da
Relatividade de Einstein," disse o professor Jonathan Wurtele. "Este
experimento [representa] a primeira vez que foi feita uma medição direta da
força da gravidade na antimatéria neutra. É mais um passo no desenvolvimento do
campo da ciência da antimatéria neutra."
De fato, nenhuma teoria física realmente prevê que a
gravidade deva ser repulsiva para a antimatéria. Alguns físicos afirmam que, se
fosse assim, seria possível criar uma máquina de movimento perpétuo, o que as
teorias atuais afirmam ser impossível. E os resultados batem com outros
experimentos, como o BASE, que mostrou que a antimatéria
não cai para cima comparando a razão carga-massa para o próton e o
antipróton.
No entanto, a ideia de que a antimatéria e a matéria
pudessem ser afetadas de forma diferente pela gravidade era atraente porque
poderia explicar alguns enigmas cósmicos. Por exemplo, esse comportamento
poderia ter levado à separação espacial da matéria e da antimatéria no universo
primitivo, explicando por que vemos apenas uma pequena quantidade de
antimatéria no Universo que nos rodeia. A maioria das teorias prevê que
quantidades iguais de matéria e antimatéria deveriam ter sido produzidas
durante o Big Bang que deu origem ao Universo.
Bibliografia:
Artigo: Observation
of the effect of gravity on the motion of antimatter
Autores: E. K.
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Woosaree, J. S. Wurtele
Revista:
Nature
Vol.: 621, pages
716-722
DOI:
10.1038/s41586-023-06527-1
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