Visita Técnica - Direção do DCTA Acompanhou o Rastreamento de Veículo Espacial Europeu do Esquecido CLBI

Olá leitores e leitoras do BS! 

 

Por Duda Falcão

 

Pois então amigos, no início da tarde do dia (01/07) foi postada uma nota no site oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), destacando no dia (22/06) uma comitiva liderada pelo Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, e composta também por Oficiais-Generais do DCTA e pelo Comandante do Terceiro Distrito Naval, Vice-Almirante André Morais Ferreira, foi recebida no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), para assim acompanhar o rastreamento do veículo ARIANE VA-257, lançado recentemente do Centro Espacial Guianês, localizado em Kourou, na Guiana Francesa. 

 

Bom leitor, não sei se uma coisa está ligada a outra, mas notem que esse visita técnica dos militares do DCTA ao CLBI ocorreu após aquela que o EMAER fez ao DCTA e aos seus institutos (reveja aqui), estão lembrados? Entretanto essas visitas são costumeiras, e portanto pode na verdade não significar nada de realmente de concreto. 

 

No entanto, neste momento em que todos os holofotes estão voltados para o CLA/CEA, quero aqui aproveitar e lembrar ao COMAER/DCTA a importância para o Brasil deste centro de lançamento, não só para a história das atividades espaciais brasileiras, bem como também e principalmente pelo que o mesmo pode se transformar caso venha a ser conduzido com competência, foco e seriedade. 

 

O leitor neste momento pode está se perguntado o porquê estou dizendo isso, né verdade? Muito simples amigos leitores. Ocorre que o CLBI, como Centro de Lançamento de Foguetes, encontra-se atualmente seriamente ameaçado pela iniciativa imobiliária da região, e se o COMAER/FAB não se articularem rápido para cobrar do Governo Federal que se mobilize nessa 'Casa de Vergonha' que chamamos de Congresso Nacional, para assim criar uma área de proteção que impeça esse avanço imobiliário, em breve o CLBI como centro de lançamento de foguetes deixará de existir. A inatividade de décadas nesta questão por parte da FAB, infelizmente colocou em risco esse importante e crucial equipamento para o Brasil. 

 

E porque Duda você disse que o CLBI pode se tornar um centro muito valioso para o Brasil? Simples leitor, não só pela sua infraestrutura instalada, mais também pela sua localização geográfica em relação a outros centros semelhantes, como foi apontado em um excelente estudo intitulado 'INSTALAÇÃO DO ESPAÇOPORTO DOS AÇORES E A CONCORRÊNCIA COM ALCÂNTARA: ESTUDOS, CONSIDERAÇÕES E OS SEUS REFLEXOS PARA O BRASIL' realizado há algum tempo pelo Prof. Rui Botelho, que também aborda a questão do uso comercial do CLBI, estudo este que os nossos leitores podem ter acesso pelo link: https://revista.esg.br/index.php/revistadaesg/article/view/1114/897

 

Recordo-me amigos inclusive que, há alguns anos atrás, houve uma discursão interessante entre o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) representado pelo DCTA/FAB, o Governo do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a própria gestão do CLBI da época, para transformar o estado do Rio Grande do Norte num ‘Polo de Aeroespacial’ voltado para o desenvolvimento de Tecnologia Hipersônica, discussão esta realizada durante a realização do ‘II Encontro de Hipersônica’, ocorrido em agosto de 2015, no próprio auditório da reitoria da UFRN (reveja aqui). 

 

Naquela época amigos leitores, essa seria uma das ações no âmbito do pouco divulgado ‘Projeto PHiLO (Plataforma Hipersônica de Lançamento Orbital)’, uma grande e bem vinda iniciativa que envolveria tanto o CLBI, a UFRN, o IEAv, entre outros, que além de dar uma nova função extremamente significativa para este Centro de Lançamento, abriria uma nova janela de desenvolvimento e formação de novos profissionais para esta importante área de hipersônica a ar aspirando de grande interesse para a FAB, mas infelizmente pelo visto a ideia morreu no nascedouro, coisa amigos leitores nada incomum nos bastidores do nosso ‘Patinho Feio’. A história está ai para infelizmente comprovar o que eu digo. Triste. 

 

Pois é amigos leitores, leiam o artigo do Prof. Rui Botelho para entender que com visão, competência, seriedade e dinamismo, o CLBI pode realmente se transformar em um Centro de Lançamento tão importante para o Brasil quanto é no momento o CLA, mas a continuar essa falta de atitude, de visão e de compromisso da FAB com este equipamento, a continuidade de sua própria existência como centro de lançamento de foguetes espaciais estará seriamente ameaçada.

 

VISITA TÉCNICA

 

DCTA Acompanha Rastreamento de Veículo Espacial no CLBI

 

A comitiva acompanhou, da Estação de Telemedidas do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, o rastreamento do veículo ARIANE VA-257, lançado do Centro Espacial Guianês, localizado em Kourou, na Guiana Francesa 

 

Por Tenente Larissa 

Publicada em: 01/07/2022 - 13:00 

Fonte: DCTA 

Edição: Agência Força Aérea 

 

Fotos: CLBI

O Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, e uma comitiva composta por Oficiais-Generais do DCTA e pelo Comandante do Terceiro Distrito Naval, Vice-Almirante André Morais Ferreira, foi recebida, no dia 22/06, pelo Diretor do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), Coronel Erivando Pereira Souza, para acompanhar, da Estação de Telemedidas do CLBI, o rastreamento do veículo ARIANE VA-257, lançado do Centro Espacial Guianês (CSG), localizado em Kourou, na Guiana Francesa.

 

“Os dados de telemetria do Veículo foram enviados em tempo real para o Centro de Controle da Missão, em Kourou, e garantiram o monitoramento e a segurança no deslocamento do veículo Ariane para a Órbita Geoestacionária, conforme os protocolos estabelecidos pela Agência Espacial Europeia”, ressaltou o Coronel Erivando.

 

O VA-257 foi lançado às 18h50 do dia 22/06, horário de Brasília, transportando como carga útil dois satélites de comunicações geoestacionários: o MEASAT-3D e o GSAT-24. O primeiro pertence à Malásia e será usado nos serviços de comunicações, tais como conectividade, internet e provimento de serviços de banda larga, sobretudo para áreas rurais. O segundo pertence à Índia, e tem por objetivo prover serviço de distribuição de sinais de televisão e telecomunicações por assinatura via satélite (DTH).

 

Para o Diretor-Geral do DCTA, o evento comprovou a busca da Organização Militar pela soberania na forma de ciência, tecnologia, inovação. “Foi uma oportunidade única estar próximo da nossa equipe do CLBI no momento do cumprimento dessa missão, com total sucesso, e poder acompanhar in loco o profissionalismo do nosso pessoal civil e militar. Continuaremos firmes, olhando para o Espaço”, concluiu o Tenente-Brigadeiro Medeiros.

 

Entre os dias 22 e 23 de junho, também aconteceu a Visita Técnica do DCTA ao CLBI, liderada pelo Diretor-Geral do DCTA e composta por Oficiais-Generais do DCTA, complementada por oficiais e servidores civis, com atuação nas áreas de Segurança do Trabalho, Controle Orçamentário, Controle Interno, Infraestrutura e Patrimônio, Gestão da Inovação, Governança, Recursos Humanos, Inteligência, Tecnologia da Informação e Segurança.

 

A finalidade da Visita Técnica foi avaliar o desempenho técnico, operacional e administrativo, possibilitando a verificação, in loco, da Governança e da Gestão Institucional no que se refere aos ajustes necessários no andamento das ações em curso, com vistas ao cumprimento das Diretrizes do Plano Setorial/Atividades Setoriais, bem como a sua contribuição para o cumprimento da Missão do DCTA.

 

No roteiro planejado, a comitiva, acompanhada pelo Diretor do CLBI, visitou as instalações operacionais do Centro e participou de um encontro com a cúpula da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Norte (RN), autoridades civis e Comandantes de Organizações militares, com a proposta de estreitar e consolidar as parcerias institucionais realizadas pelo CLBI para efetivas colaborações bilaterais. 

 

Parceria Entre DCTA e UFRN 

 

Durante a passagem por Natal, o DCTA firmou uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o objetivo de estreitar o vínculo entre os setores aeroespacial e acadêmico, visando o fortalecimento de ações estratégicas relacionadas ao ensino, pesquisas e eventos científicos. O acordo foi formalmente assinado pelo Diretor-Geral do DCTA e pelo Reitor da Universidade, Henio Ferreira de Miranda.

 

Segundo o Diretor do DCTA, a interação entre a Força Aérea Brasileira e universidades renomadas do país é fundamental e estratégica no que tange ao desenvolvimento científico. “A interação proporciona um ambiente propício para a pesquisa e a inovação, fomentando a capacitação dos recursos humanos e a solidificação da tecnologia", concluiu o Oficial-General.