Um Novo Planeta Extrassolar ‘Genuinamente Brasileiro’
Olá leitor!
Segue abaixo uma
interessante notícia postada dia (01/09) no site do jornal “O Globo” destacando
que uma equipe formada apenas por Astrônomos Brasileiros descobriu um Planeta Extrassolar
genuinamente brasileiro.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Um Novo Planeta
Extrassolar
‘Genuinamente Brasileiro’
Equipe formada
apenas por astrônomos do país descobre objeto do
tamanho de
Saturno na órbita de estrela distante parecida com o Sol
Por Cesar Baima
Jornal O GLOBO
01/09/2017 - 19:01
Atualizado
01/09/2017 - 21:23
Ilustração: Divulgação
Ilustração de um exoplaneta do tipo ‘Júpiter quente’ como
o
recém-descoberto pela equipe de astrônomos brasileiros.
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RIO – Uma equipe
de formada apenas por astrônomos brasileiros descobriu um planeta extrassolar
na órbita de uma estrela parecida com o Sol a cerca de 1,2 mil anos-luz da
Terra, na direção da constelação de Monoceros (Unicórnio). Com o tamanho
aproximado de Saturno, mas metade da massa do famoso planeta dos anéis de nosso
Sistema Solar, o novo exoplaneta “genuinamente brasileiro” é um gigante gasoso
de um tipo apelidado como “Júpiter quente” e tem uma densidade extremamente
baixa, o que permitiria que flutuasse na água como o gelo se houvesse um copo
grande o bastante para colocá-lo.
Segundo os
astrônomos, o novo planeta extrassolar está muito próximo de sua estrela – com
massa 8% maior, raio 21% menor e temperatura 200 graus Celsius superior aos do
Sol -, completando uma órbita em pouco menos de sete dias. Assim, ele
provavelmente está em uma situação conhecida como “armadilha de maré”, em que
um lado fica permanentemente voltado para a estrela, como a Lua com relação à
Terra. Isso faria com que a temperatura em seu lado de “dia” passasse de 1,1
mil graus Celsius, produzindo ventos que cortam sua atmosfera a milhares de
quilômetros por hora.
A descoberta do
novo planeta foi possível graças a um novo algoritmo para análise dos dados do
observatório espacial europeu Corot, que entre 2006 e 2012 procurou por sinais
de planetas extrassolares por chamado método “de trânsito”, no qual detecta as
ínfimas variações provocadas no brilho das estrelas quando estes objetos passam
em frente a elas do nosso ponto de vista. O algoritmo foi desenvolvido pelo
astrônomo brasileiro Rodrigo Bonfleur como parte de seu doutorado no
Observatório Nacional, defendido na instituição na última segunda-feira.
De acordo com
Bonfleur, o novo algoritmo modificou os parâmetros para correção das chamadas
“curvas de luz” detectadas pelo Corot. Estas correções são necessárias para
separar os sinais da presença de planetas na órbita de uma estrela de “ruídos”
como a variação natural no brilho delas e limitações do próprio equipamento.
Com isso, ele revelou nos dados do observatório espacial europeu não só a
existência do novo exoplaneta, como dois outros fortes candidatos a “Júpiteres
quentes” que ainda precisam ser confirmados por observações adicionais com
outros equipamentos.
- A estatística
mais robusta do novo algoritmo fez uma diferença muito grande na hora de
remover estes ruídos – conta Bonfleur, que assina como primeiro autor artigo
que relata a descoberta do novo exoplaneta e dos outros dois fortes candidatos,
publicado nesta sexta-feira no prestigiado periódico científico astronômico
“Monthly Notices of the Royal Astronomical Society” (MNRAS). - E já temos uma
lista de outros bons candidatos que ainda precisam destas observações
adicionais.
Segundo José
Dias do Nascimento, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) e um dos coautores do artigo, o desenvolvimento do algoritmo por
Bonfleur e a colaboração de vários astrônomos brasileiros em torno da
caracterização do novo exoplaneta coloca o Brasil junto da “elite mundial” dos
caçadores destes objetos.
- Neste momento
de crise no financiamento da ciência brasileira, isso dá um fôlego extra para
nosso trabalho – considera Nascimento, que também é pesquisador visitante do
Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA), nos EUA, e vai apresentar a
descoberta na próxima terça-feira durante a reunião anual da Sociedade
Astronômica Brasileira (SAB).
Fonte: Site do
Jornal o Globo - http://oglobo.globo.com
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