Brasil e Argentina Se Unem na Construção de Radiotelescópio
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia 18/12 no site da “Agência
USP” destacando que o Brasil e a Argentina se uniram para construção de um radiotelescópio.
Duda Falcão
Tecnologia
Brasil e Argentina Se Unem na
Construção de Radiotelescópio
Fernanda Drumond, do USP Online
Por: Da Redação - agenusp@usp.br
Publicado em 18/dezembro/2014
Foto: Instituto Argentino de Radioastronomía
Local escolhido:
Cordilheira dos Andes,
a cinco mil metros de altitude.
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Astronomia
é a observação do céu e a dedução de propriedades físicas dos astros, planetas,
buracos negros e outras estruturas do Universo. Isso, normalmente, é feito
através da observação de luz visível. A radioastronomia, ao invés de captar as
ondas visíveis de luz, usa ondas de rádio para analisar as propriedades.
As
características são as mesmas — o que difere uma área da outra é a forma
como as propriedades são estudadas e percebidas. As ondas de rádio não são
captadas pelo olho humano. Todas essas medidas se completam e ajudam a entender
e deduzir o que acontece no Universo.
Para
ampliar os seus estudos na área, o Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, em parceria com a FAPESP, assinou um
convênio de radioastronomia com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Produtiva da Argentina, para a construção de um radiotelescópio.
As
ferramentas mais comuns na astronomia são os telescópios ópticos, nos quais as
lentes refletem os feixes de luz em um jogo espelhos que monta a imagem em um
receptor.
O
professor Jacques Lépine, coordenador brasileiro do convênio, explica que na
radioastronomia, “uma grande antena, o radiotelescópio, é responsável por
recolher a radiação e transferi-la para uma placa em que as ondas de rádio são
transformadas em espectro, a luz em função do comprimento de onda”. As
diferentes linhas no espectro podem ajudar a identificar a composição de
planetas e estrelas, por exemplo.
Um
radiotelescópio é um prato com forma parabólica que concentra as ondas de rádio
do infinito e as projeta em um suporte de análise. As informações podem tanto
mostrar as moléculas presentes no objeto analisado, quanto uma radiação muito
forte que cobre todas as frequências igualmente.
LLAMA
Nomeada
de LLAMA (Large Latin American Millimeter Array), a antena terá 12 metros de
diâmetro, sendo capaz de detectar ondas de comprimento milimétrico e
submilimétrico. A previsão é de que o radiotelescópio entre em funcionamento
até 2017.
O local
escolhido foi a Cordilheira dos Andes, a cinco mil metros de altitude, próximo
à cidade de de San Antonio de Los Cobres, onde a camada de gases que forma a
atmosfera é menor. Lá, há maior possibilidade de captar emissões de frequências
mais altas, ainda pouco estudas pela radioastronomia mundial. No Brasil, não
existem picos tão altos.
No lado
Chileno da fronteira dos Andes, já há um projeto semelhante, o ALMA (Atacama
Large Millimeter/submillimeter Array). O convênio mundial entre Estados Unidos,
Canadá, União Européia, Japão e outros países construiu 66 radiotelescópios e
custou US$ 1,5 bilhões. Entretanto, Brasil e Argentina ficaram de fora do
convênio, motivando o consórcio entre os países.
Do lado
brasileiro, haverá um aporte de US$ 10 milhões da FAPESP para construção da
antena do LLAMA, pela empresa alemã Vertex Antennentechnik, e desenvolvimento
de outros equipamentos no IAG.
Os
argentinos são responsáveis pela parte de infraestrutura: a estrada até o
local, a base de concreto onde vai ser montada a antena, as linhas elétricas,
geradores a base de gás, e as redes de telecomunicações, com o custo de US$ 8
milhões.
O
observatório ficará em uma região mais baixa, cerca de 3800 metros de altura,
para facilitar a adaptação dos pesquisadores e técnicos. O objetivo final é
observar remotamente, com os dados sendo enviados a São Paulo.
Entre as
linhas de pesquisa que o Instituto pretende desenvolver, está o estudo de jatos
de matéria que os objetos espaciais emitem. O professor Lépine, por exemplo,
tem interesse em descrever a estrutura da Via Láctea e conhecer sua geografia e
a configuração de seus braços espirais — o que é difícil de fazer com
telescópios ópticos. Isso porque nos encontramos dentro desta galáxia, e assim
a estruturas ficam sobrepostas.
Segundo
o professor, sondas espaciais demorariam mais de 1 bilhão de anos para
fotografar a galáxia por fora. Portanto, estas observações precisam ser feitas
através de emissões de rádio.
Fonte: Site da Agência USP
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