Maior Projeto da Ciência Brasileira Ganha a Canetada Que Faltava Para Virar Realidade
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (19/12) no blog do jornalista
“Herton Escobar” do jornal “O Estado de São Paulo”, destacando que maior
projeto da Ciência Brasileira ganha a canetada que faltava para virar realidade.
Duda Falcão
Maior Projeto da Ciência Brasileira Ganha a
Canetada Que
Faltava Para Virar Realidade
Acelerador de
partículas Sirius deverá ficar pronto em 2018,
em Campinas. Custo
total do projeto é de R$ 1,3 bilhão
Herton Escobar
19 dezembro 2014 | 22:28
Foto: Marcio
Fernandes/Estadão (2013)
Pesquisador analisa equipamento em uma das linhas de luz do
acelerador atual, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas.
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O maior projeto da ciência brasileira ganhou a canetada
que faltava para se tornar realidade. Em uma cerimônia em Campinas, foi lançada
a pedra fundamental e assinado, nesta sexta-feira (19), o contrato de
construção do prédio de 68 mil metros quadrados (maior do que muitos estádios
de futebol) que vai abrigar o novo acelerador de partículas brasileiro, chamado
Sirius. O custo total estimado do projeto é de R$ 1,3 bilhão, e a previsão é
que a máquina comece a operar em 2018.
O Sirius terá um anel de 165 metros de diâmetro, que será
usado para acelerar elétrons a uma velocidade muito próxima da velocidade da
luz (99,999999%, para ser exato). Diferentemente do que ocorre no Large Hadron Collider (LHC) e outros
grandes laboratórios dedicados ao estudo da física de partículas, porém, o
objetivo do Sirius não é fazer com que os elétrons se choquem, mas aproveitar a
luz que é gerada por eles quando acelerados a essa velocidade.
Essa luz, chamada de luz síncrotron, é uma radiação
eletromagnética de amplo espectro, abrangendo diferentes tipos de energia,
desde o infravermelho até os raios X. Ela é captada de dentro do anel e
direcionada para as chamadas “linhas de luz”, onde os cientistas podem
utilizá-la para uma série de aplicações — principalmente, para investigar as
propriedades atômicas de materiais, tanto orgânicos (como uma célula, ou uma
proteína) quanto inorgânicos (como uma liga de metal ou algum tipo de cerâmica
industrial).
Made in Brazil
Há várias fontes de luz síncrotron em operação no mundo e
o Sirius, segundo os responsáveis pelo projeto, será o mais avançado da sua
categoria. Ele vai substituir o acelerador atual, chamado UVX, que foi
inaugurado em 1997 e funciona bem até hoje, mas é pequeno demais para atender
às demandas científicas da atualidade. Ambos os projetos são desenvolvidos e
construídos no Brasil (não são máquinas prontas, compradas no exterior).
O projeto é do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS),
que é um dos laboratórios que compõem o Centro Nacional de Pesquisa em
Energia e Materiais (CNPEM),
em Campinas. A maior parte dos custos será bancada pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI). O contrato de construção do prédio, de R$ 510
milhões, foi assinado com a empresa Racional Engenharia. Todos os cientistas
brasileiros (e também estrangeiros) poderão utilizar o acelerador, mediante a
apresentação de projetos.
Para mais detalhes sobre o Sirius, veja a reportagem
especial que publiquei sobre o projeto em 2013: Sirius,
o maior projeto da ciência brasileira — Parte 1 e Parte 2 (O custo estimado do projeto
à época era de R$ 650 milhões, mas ele foi ampliado e refinado tecnologicamente
desde então.)
Clique aqui para ver um infográfico interativo,
explicando como o acelerador funciona: http://goo.gl/PzQpN4
Para ver a página oficial do projeto no LNLS, clique
aqui: http://lnls.cnpem.br/sirius/
Fonte: Blog do “Herton Escobar“ - 19/12/2014 - http://blogs.estadao.com.br/herton-escobar
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