Os Interesses Chineses em Defesa e Espaço no Brasil
Olá leitor!
Segue abaixo uma pequena nota da coluna “Defesa &
Negócios” publicada na edição de setembro da Revista Tecnologia & Defesa
(T&D) e postado ontem (07/10) no blog “Panorama Espacial”, dando destaque
aos interesses chineses em Defesa e Espaço no Brasil.
Duda Falcão
Defesa & Negócios
Os
Interesses Chineses em Defesa
e Espaço no Brasil
Revista Tecnologia & Defesa
Edição n.º 138, Setembro de
2014.
Blog Panorama Espacial
07/10/2014
Em meio a
dezenas de atos assinados durante a visita de Estado do Presidente Xi Jinping
ao Brasil, em 17 de julho, que incluiu uma significativa venda de E-Jets da
Embraer, chamou pouca ou nenhuma atenção um acordo firmado entre uma empresa
brasileira e entidades chinesas visando os setores de defesa e segurança
pública: o Acordo-Quadro de Cooperação Tripartite entre a Engevix Sistemas de
Defesa Ltda., o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) e a China
Electronics Import and Export Corporation (CEIEC). Não foram divulgados maiores
detalhes sobre o escopo do instrumento, muito embora algo possa ser deduzido a
partir do expertise da CEIEC e de declarações de autoridades.
A empresa
chinesa tem um amplo espectro de atuação, que se estende de sistemas de comando
e controle, radares, equipamentos de comunicação e guerra eletrônica, a
sistemas eletro-óticos e veículos aéreos não tripulados. Na região, por
exemplo, a CEIEC já forneceu alguns centros de comando e controle para
segurança pública ao Equador.
O interesse
chinês no mercado brasileiro de defesa foi evidenciado em reuniões com
autoridades e na celebração de acordos. O ministro Celso Amorim recebeu Xu
Dazhe, ministro da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa da China, e
destacou a possibilidade de abertura de outras áreas de cooperação além das já
existentes, como "proteção marítima e de vigilância da fronteira
terrestre". Em nota divulgada
logo após o encontro, o Ministério da Defesa citou o interesse chinês em "expandir
a cooperação em programas brasileiros de proteção aos recursos naturais, como o
Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAz), além de dar continuidade à
parceria espacial".
Ainda, na visita de Estado, foi firmado um acordo para fortalecer o Sistema de
Proteção da Amazônia (SIPAM), por meio de iniciativas de sensoriamento remoto,
telecomunicações e tecnologia da informação para a defesa e proteção da
Amazônia.
Novidades
também no campo espacial, área em que os dois países cooperam há mais de 25
anos, com o programa do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres
(CBERS). O lançamento do CBERS 4, previsto para o início de dezembro, foi
confirmado, assim como a construção do CBERS 4A (um terceiro artefato da
família de segunda geração). Ainda, foi assinado um memorando envolvendo dados
e aplicações em sensoriamento remoto, além de manifestado interesse na formação
de recursos humanos e no desenvolvimento de uma terceira geração da família (5
e 6). Em agosto, um laboratório
conjunto para clima espacial foi inaugurado em São
José dos Campos (SP), além de ter sido firmado acordo entre
a brasileira Orbital Engenharia e as asiáticas China Great Wall Industry
Corporation (CGWIC) e Shanghai Institute of Space Power Sources para que a
empresa nacional atue como suas representantes. Segundo divulgado na ocasião, o
acordo também preveria o desenvolvimento de projetos e produtos. Os chineses
também estão de olho na futura missão meteorológica geoestacionária (ver reportagem em T&D n.º 137).
No setor
espacial, aliás, não seria exagero afirmar que a China é hoje a principal
parceira da América do Sul, considerando o programa CBERS e o fornecimento de
satélites de comunicações para a Venezuela e Bolívia, e de observação para a
Venezuela, havendo outros negócios em prospecção.
Fonte: Revista T&D, n.º 138, via Blog Panorama Espacial - 07/10/2014
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