INPE Disponibiliza Software Livre Para Estimativas de Emissões Por Desmatamento
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada hoje (29/10) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que o instituto disponibilizou
software livre para estimativas de emissões por desmatamento.
Duda Falcão
INPE Disponibiliza Software Livre Para
Estimativas de
Emissões Por Desmatamento
Quarta-feira, 29 de Outubro de 2014
O INPE-EM (Emission Model) é um
sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que apresenta
estimativas anuais de emissões de gases do efeito estufa (GEE) por mudanças de
cobertura da terra no Brasil de modo espacialmente explícito.
A versão atual do INPE-EM disponibiliza estimativas
anuais de emissões para a Amazônia Brasileira com base nos dados do sistema PRODES,
também do INPE.
Desde 2012 são apresentadas estimativas de 1ª Ordem (que
supõe de modo simplificado que 100% das emissões ocorram no momento da mudança
de uso/cobertura)e de 2ª Ordem(que buscam representar o processo gradativo de
liberação e absorção do carbono como ocorre de fato). Diversas melhorias foram
introduzidas este ano. Além das estimativas anuais de CO2, o sistema
passou a apresentar estimativas de emissões de CH4, N2O,
CO e NOx para toda a região, e também em mapas de emissão. As tabelas e mapas
estão disponíveis para downloadem formato excel e shapefile.
A maior novidade, no entanto, é a apresentação do código
fonte do arcabouço que estima emissões de 1ª e 2ª ordem para o processo de
desmatamento corte raso. “Decidimos disponibilizar uma versão inicial do
código para download, dado o interesse na utilização e adaptação do modelo. Estamos
iniciando um projeto (financiado pelo BNDES/Fundo Amazônia) que irá permitir a
contratação de equipe dedicada à produção de documentação e material de
treinamento, assim como suporte a usuários. Mas a versão atual está robusta o
suficiente para ser compartilhada”, informa Ana Paula Aguiar, pesquisadora do
Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CST) do INPE.
Além das emissões brutas relacionadas ao corte raso, o
sistema também estima emissões líquidas, que consideram a dinâmica de
crescimento/corte da vegetação secundária. Os resultados indicam um aumento da
influência do crescimento da vegetação secundária no balanço de carbono da
região, decorrente da diminuição da área de floresta primária desmatada na
última década e manutenção da área de vegetação secundária.
De acordo com o Jean Ometto, chefe do CST/INPE, “o efeito
do crescimento da vegetação secundária só não é maior porque ela continua sendo
cortada. Estudos recentes apontam uma meia vida de cinco anos – logo, boa parte
do carbono absorvido é liberado novamente em poucos anos.”
“A Amazônia teria potencial de se tornar um sumidouro de
carbono, se a tendência de queda de desmatamento da floresta primária fosse
mantida e as florestas secundárias valorizadas. Os dados do PRODES de 2013
mostraram, no entanto, um aumento de 29% no desmatamento da floresta primária
em relação a 2012, e consequentemente nas emissões de 1ª Ordem de CO2
e demais gases em relação a 2012”, completa a pesquisadora Ana Paula Aguiar.
Já as estimativas de emissões de 2ª Ordem apresentam uma
resposta atenuada em relação a oscilações da taxa do desmatamento (aumentos e
quedas), pois carregam a influência das emissões históricas, isto é, dos
processos de decomposição/queima da biomassa remanescente dos desmatamentos
ocorridos nos anos anteriores. Logo, o aumento observado pelo PRODES na taxa de
desmatamento entre 2012 e 2013 se refletirá ao longo dos próximos anos nas
estimativas de 2ª Ordem - combinado à futura trajetória (de aumento ou queda ou
estabilização).
Mais informações: http://inpe-em.ccst.inpe.br/
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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