Setor Espacial Terá R$ 9 Bi para Formar Mão de Obra

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada hoje (21/03) no site do jornal “Valor Econômico” destacando que segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, o governo pretende acelerar a formação de profissionais altamente qualificados no setor, com investimentos de R$ 9,1 bilhões no período 2012-2021.

Duda Falcão

Tecnologia

Setor Espacial Terá R$ 9 Bi
para Formar Mão de Obra

Por Daniel Rittner
De Brasília
21/03/2013 às 00h00

Para evitar um apagão de mão de obra no desenvolvimento de suas atividades espaciais, o governo pretende acelerar a formação de profissionais altamente qualificados no setor, com investimentos de R$ 9,1 bilhões no período 2012-2021.

Caso todas as promessas de investimentos realmente saiam do papel, estimativas extraoficiais apontam a necessidade de contratação de mais 3 mil profissionais nos próximos dois anos. O número engloba não só cientistas e engenheiros aeroespaciais, mas também especialistas envolvidos em outras áreas da cadeia produtiva, como físicos, químicos e técnicos de laboratório.

Segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, pelo menos quatro ações sendo preparadas para atacar o déficit de engenheiros aeroespaciais: a abertura de cursos de graduação especializados em universidades federais, o envio ao exterior de 300 estudantes de mestrado e doutorado, a importação de profissionais estrangeiros e novos concursos públicos.

Hoje existem apenas seis faculdades no país com graduação em engenharia aeroespacial. "Isso não é suficiente. A demanda por especialistas vai ser muito grande", diz Coelho. Ele afirma que está negociando a criação de novos cursos com três universidades federais: a UFF (Federal Fluminense), a UFCE (Ceará) e a UFRN (Rio Grande do Norte). "Quando a agência foi instalada, há 19 anos, não havia nenhum apelo para esses cursos. Hoje é bem diferente."

Nos níveis de mestrado e doutorado, o plano é enviar cerca de 300 estudantes ao exterior, dentro do programa Ciência Sem Fronteiras. Até agora, a concessão de bolsas na área se resume a dez alunos de mestrado da Universidade de Brasília, que foram completar sua formação em engenharia aeroespacial na Ucrânia.

"Estamos estudando a iniciativa de contratá-los. Parte pela própria AEB, parte pela Alcântara Cyclone Space (empresa binacional constituída entre o Brasil e a Ucrânia) e parte pela indústria nacional", diz Coelho. A fim de ampliar o número de brasileiros estudando em centros de referência mundial, uma proposta de mandar mais 300 mestrandos e doutorandos, a partir de 2014, foi levada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no mês passado. Os países-alvo são principalmente Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Japão, França e Itália.

Até a importação de especialistas, aproveitando a disponibilidade de mão de obra por causa da crise internacional, entrou no radar do governo. "Queremos atrair gente de fora. Sabemos até de americanos que perderam emprego na Nasa. A Espanha também tem um programa especial muito ativo e possui mão de obra disponível", observa Coelho. Segundo ele, os estrangeiros poderão ser alocados em universidades ou em órgãos oficiais envolvidos com o programa espacial, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

A estratégia de atacar o risco de déficit de profissionais se complementa com a abertura de concursos. Na AEB, que funciona com pessoal cedido de outras instituições, a meta é fazer o primeiro concurso em quase duas décadas de história. Um projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados, criando um quadro próprio da agência, e ainda tramita no Senado. O primeiro concurso, tão logo seja autorizado, abrirá vagas para 120 a 150 pessoas. "Daremos prioridade às áreas mais técnicas", afirma Coelho, garantindo que pelo menos 80% dos cargos serão para as atividades-fins.

Para ele, não é mais possível trabalhar apenas com cargos comissionados, que têm salários relativamente baixos e são muito instáveis. "É um desastre. No princípio, a AEB se restringia a conversar com os órgãos executores do programa espacial. Hoje, assumimos diretamente uma parte do programa. Não concebemos mais uma agência sem um quadro de pessoal próprio."

Para a Associação Aeroespacial Brasileira, uma entidade civil que congrega representantes do setor, o governo precisa agir urgentemente para resolver esses problemas. "Já temos um déficit de quadros", diz o presidente da entidade, Paulo Moraes Júnior.

De acordo com ele, um tema que aflige o setor é a aposentadoria de "dezenas" de profissionais no Inpe e no DCTA, agravando a escassez de mão de obra. "É um processo que tem ocorrido a conta-gotas. Se não houver uma reposição gradual, o problema vai se tornar crítico até 2015", ressalta Moraes, ele mesmo um engenheiro do DCTA que vai se aposentar no fim do ano que vem.

A associação vê demanda por mais 3 mil profissionais, nos próximos dois anos, mas destaca que não basta apenas formar gente. A preocupação é assegurar também que o programa espacial não será descontinuado e que não vão faltar oportunidades. "Isso geraria uma desmotivação muito grande", pondera.

O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), lançado em janeiro, define prioridades para o período 2012-2021 e busca justamente dar mais previsibilidade aos principais projetos do setor. Ele prevê investimentos anuais perto de R$ 900 milhões, não só com base no orçamento da própria AEB, mas incluindo parcerias internacionais ou com empresas. É o caso do veículo lançador de satélites Cyclone-4, desenvolvido com a Ucrânia, e o satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas, que tem recursos da estatal Telebras.

A projeção de investimentos é uma gota no oceano de US$ 276 bilhões que a indústria espacial de todo o mundo movimentou em 2010 (último dado disponível). Países como Brasil, Argentina, México, Coreia do Sul, África do Sul, Cazaquistão e Ucrânia têm investido uma média de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões por ano. Novos atores, como Austrália, Taiwan, Indonésia, Tailândia, Malásia, Bolívia, Chile e Venezuela têm investido entre US$ 20 milhões e US$ 50 milhões.


Fonte: Jornal Valor Econômico - 21/03/2013 - Via NOTIMP da FAB

Comentário: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, desculpe-me leitor, mas tem de sorrir para não chorar. Às vezes eu fico me perguntando se o Sr. José Raimundo Coelho realmente acredita em baboseiras com essa? Ora leitor, faça-me uma garapa. Ou o presidente da AEB é um completo ingênuo ou não é uma pessoa séria. Não é possível Sr. José Raimundo que o senhor venha a público divulgar uma notícia estapafúrdia com essa, tenha dó e responsabilidade (não insulte a minha inteligência e a de meus leitores), não só para com o povo ao qual o senhor representa, mas também com a sua própria profissão. Notícias fantasiosas com essa só vem atrapalhar o PEB, que já está com a sua imagem super abalada perante a sociedade brasileira, e não precisa mais de promessas e expectativas sem qualquer fundamento. O que o senhor precisa dizer é que o programa está passando pelo seu pior momento, e que o governo não tem interesse no mesmo, tendo como seu plano empurrá-lo com a barriga, seguindo assim o exemplo de governos anteriores. Assim o senhor estaria realmente ajudando a sensibilizar a sociedade em prol do PEB e não indo a mídia para divulgar essas notícias fantasiosas. Faça a sua parte, é tudo que pedimos. Lamentável!

Comentários

  1. Esse cara é um..............! Não inspira confiança em mim!

    Deus nos proteja!!

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  2. Tomara que tudo seja verdade,más em se tratando de Brasil é melhor sentar!.

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  3. Parece coisa de maluco...

    Para que 3.000 profissionais se os únicos lançamentos regulares que ocorrem nesse país são os nossos espetaculares Foguetes de Treinamento.

    E mesmo assim, só o Básico e o Intermediário. O Avançado ainda está nos sonhos...

    Só pode ser brincadeira.

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  4. Mais uma propaganda para iludir os incautos. Noticias como essa, já vi aqui no blog umas duas ou três vezes, e só estou por aqui a cerca de um ano... e nenhuma delas foi concretizada.

    O mais humilhante é o carinha querer comparar o programa brasileiro com os novos players minúsculos lá fora. A comparação deve ser feita com os BRICS, e aí perdemos feio.

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