Startup CLC Lança no Mercado o Dispositivo Portátil SADA

Olá leitor!

O Brasil hoje é um país onde as atividades espaciais (um setor de suma importância para o nosso desenvolvimento científico e tecnológico como nação soberana) não tem o apoio, competência e nem a seriedade governamental necessária para o seu desenvolvimento, mesmo sendo o seu programa o quarto mais antigo do mundo, só atrás do Russo, Americano e do Francês.

Desde que o PEB foi criado no inicio dos anos 60 do século passado, em torno das atividades dos institutos governamentais responsáveis desde aquela época por essas atividades, foram surgindo no mercado empresas brasileiras para atender as necessidades destes institutos bem como do Setor Aeronáutico e de Defesa, mas que com o passar do tempo por falta de uma politica governamental séria, eficiente e moderna, a parte espacial dessas empresas passaram por grandes dificuldades, fazendo com que grande parte das mesmas tivessem seus departamentos espaciais vendidos para empresas estrangeiras, ou até mesmo as empresas como um todo. E aqui leitor vale lembrar que, como essas empresas naturalmente eram de segurança nacional e se desenvolveram tecnologicamente graças a recursos públicos repassados as mesmas, todo esse processo constituiu e continua constituindo um crime contra o patrimônio científico e tecnológico brasileiro, realizado com o silencio e a concordância de um Governo omisso, incompetente e irresponsável. Por quê isso? Bom leitor esta é uma outra história.

Mesmo assim, apesar dessa tremenda baderna que tem impedido o nosso desenvolvimento espacial sob o comando de um governo politicamente desinteressado e incompetente, exemplificamente representado pelo pífio desempenho de uma Agência Espacial de Brinquedo (AEB) que, infelizmente está sob o comando de um tremendo banana de carreira (“diga com quem tu andas, que eu lhe direi que tu és”, diz o ditado sabiamente), graças a profissionais formados nos novos Cursos de Engenharia Aeroespacial das universidades brasileiras, o abandono de profissionais do programa governamental descontentes e em busca de novos horizontes, e a aposentadoria de profissionais extremamente qualificados desses mesmos institutos que atendem o PEB (ITA, INPE, IAE, IEAv, etc...), vem ocorrendo um fenômeno de resistência que tem municiado velhas e novas iniciativas. Com isso, algumas empresas brasileiras estão voltando a se interessar pelo setor espacial buscando recursos para novos projetos, bem como tem surgido no país pequenas startups espaciais tendo como origem esses velhos e novos profissionais saídos de nossas universidades ou profissionais brasileiros vindos de temporadas em outros países.

Uma dessas Startups (já abordada aqui no Blog) é a Castro Leite Consultoria  - CLC (www.castroleite.com) do prestigiado e conhecidíssimo Dr. Waldemar Castro Leite Filho (coordenador por muitos anos do Projeto SIA - Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial do Instituto de Aeronáutica e Espaço – IAE), empresa esta leitor que já vem trabalhando firmemente para fornecer ao mercado espacial brasileiro soluções tecnológicas muito interessantes, soluções como a “PINA_M - Plataforma Inercial de Navegação Auxiliada” (já apresentada aqui no Blogreveja aqui) e outras ainda mais relevantes que por força de contrato não podem ser ainda divulgadas, bem como o “Sistema de Aquisição de Dados Acelerométricos - SADA” que é o tema central deste artigo.

O SADA - Sistema de Aquisição de Dados Acelerométricos

Pois então leitor, os profissionais que usam acelerômetros em seus projetos sabem que estes são sensores naturalmente ruidosos e que para que seja possível a utilização de suas medidas, o ruído gerado deve ser eliminado sem comprometer sua precisão.  Além disso, é preciso que sua fonte de alimentação esteja muito bem regulada, caso contrário sua flutuação será entendida como aceleração.

Vale lembrar também que a observação das medidas exige algum tipo de instrumento como um osciloscópio.  Ou seja, é preciso uma certa quantidade de equipamentos para sua utilização (fonte, osciloscópio, aquisição do sinal e filtragem).

Diante disto e para enfrentar este problema, a CLC resolveu desenvolver o SADA, que é um dispositivo portátil de aquisição de dados analógicos de alta precisão, voltado para medidas de acelerômetros de classe inercial. Este dispositivo utiliza a tecnologia de tensão/frequência de forma a maximizar a precisão das informações.

Segundo a CLC, o SADA é perfeitamente portátil, dispensando toda a equipagem normalmente necessária a esse tipo de aquisição de precisão. É alimentado por uma fonte de notebook comum e se conecta por USB com qualquer computador que tenha seu aplicativo instalado. Sua simplicidade de uso e portabilidade permite o uso em campo, e a tecnologia do SADA pode ser utilizada em qualquer sinal analógico.

Os dados uma vez adquiridos são mostrados na tela do computador em tempo real (tanto os dados acelerométricos como os dados de temperatura do acelerômetro), além de simultaneamente serem armazenados, no computador a ele conectado. A temperatura obtida permite a compensação das medidas feitas, no intuito de aumentar a precisão. A tecnologia V/F por utilizar integração do sinal medido, naturalmente lhe filtra o ruído propiciando assim uma informação limpa e precisa.

Veja nas figuras abaixo a ilustração da conexão do SADA ao acelerômetro e o notebook, um exemplo de tela real a ser observada, bem como as características destes dispositivo desenvolvido pela CLC.

Duda Falcão


Características

* Frequência de transmissão de dados 125 Hz (8ms)
* Precisão 50 µg
* Faixa de medidas ±5G, podendo ser costumizado
* Permite auto teste do acelerômetro
* Fonte de ±15V para alimentação do acelerômetro
* Dimensões 124 x 85 x 53 mm
* Conector para Acelerômetro e saída USB
* Alimentação 19-36 V, fonte padrão de notebook

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