Teléscópio Espacial James Webb Encontra 'Vapor D’água' em Exoplaneta Distante
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue uma curiosa notícia postada ontem (01/05) no
site ‘Olhar Digital’ destacando que o
Telescópio Espacial James Webb
encontrou ‘vapor d’água’ em exoplaneta distante. Saibam mais sobre essa história pela
matéria abaixo.
Brazilian Space
CIÊNCIA E ESPAÇO
James Webb Encontra Vapor D’água em Exoplaneta
No entanto, cientistas não conseguem dizer ainda se o
vapor d'água é do próprio planeta
Por Layse Ventura
01/05/2023 - 17h48
Fonte: NASA
Via: Website Olhar Digital - https://olhardigital.com.br
Imagem: NASA, ESA, CSA, Joseph Olmsted (STScI),
Leah Hustak (STScI) / Divulgação
Ilustração representa o exoplaneta rochoso GJ 486 b, no qual cientistas acreditam poder ter vapor d'água. |
O telescópio espacial James Webb, da NASA,
descobriu vapor d’água no exoplaneta rochoso conhecido como GJ 486 b. Embora
esse fenômeno já tivesse sido visto em exoplanetas gasosos antes, até hoje ele
não tinha sido detectado em nenhum exoplaneta rochoso – e isso é importante
para determinar se existe um astro do tipo com atmosfera.
Ainda assim, a equipe responsável pelo achado adverte que
a água observa pode estar localizada na estrela na qual orbita o planeta, e não
nele próprio.
“Nós vemos um sinal, e quase certamente é devido à água.
Mas ainda não podemos dizer se essa água faz parte da atmosfera do planeta, o
que significa que o planeta tem uma atmosfera, ou se estamos apenas vendo uma
assinatura de água vinda da estrela.”
Sarah Moran, da Universidade do Arizona, principal
autora do estudo
Caso a água não seja do exoplaneta, uma explicação
plausível é que ela seja da estrela. Isso porque pode existir vapor d’água em
manchas solares, já que elas são muito mais frias do que a superfície da
estrela. Como a estrela hospedeira do GJ 486 b é muito mais fria do que o Sol,
então, é possível que ainda mais vapor d’água se concentre em suas manchas
solares. Dessa forma, o vapor criaria um sinal que pareceria uma atmosfera
planetária.
Entenda o Contexto
Acredita-se que a maior parte dos planetas rochosos
esteja orbitando estrelas anãs vermelhas. Como elas são frias, para que um
planeta consiga se manter quente o suficiente para hospedar água líquida, ele
deve ficar bem próximo a essa estrela.
Além disso, as estrelas anãs vermelhas são ativas,
principalmente quando são jovens. Isso faz com que elas liberem radiação
ultravioleta e raios-X que podem destruir atmosferas planetárias.
Diante disso,
astrônomos buscam entender se um planeta rochoso poderia criar ou manter uma
atmosfera em um ambiente tão hostil.
No caso, os
cientistas investigam o planeta GJ 486 b. Ele é cerca de 30% maior que a Terra
e três vezes mais massivo, o que significa que tem uma gravidade mais forte que
a Terra. Ele completa uma órbita em torno de sua estrela anã vermelha em pouco
menos de 1,5 dias terrestres.
Este planeta é muito quente para ter água líquida. A
temperatura na superfície é de cerca de 800 graus Fahrenheit (ou 430 graus
Celsius). Ainda assim, a ferramenta de infravermelho do telescópio espacial
captou indícios de vapor d’água.
Ou seja, se o vapor de água estiver realmente associado
ao planeta, isso indicaria que ele tem uma atmosfera apesar de sua temperatura
escaldante e da proximidade com sua estrela.
“O vapor de água
na atmosfera de um planeta rochoso quente representaria um grande avanço para a
ciência dos exoplanetas. Mas devemos ter cuidado e garantir que a estrela não
seja a culpada.”
Kevin
Stevenson, principal pesquisador do Laboratório de Física Aplicada da
Universidade Johns Hopkins
Próximos Passos
Caso GJ 486 b
realmente tenha uma atmosfera, ao cruzar na frente da estrela que orbita (a
partir do nosso ponto de vista), a luz da estrela vai se infiltrar através
desses gases e permitir que os cientistas decodifiquem sua composição por meio
de uma técnica chamada espectroscopia de transmissão.
Uma das próximas
etapas é observar o lado diurno do planeta com o Mid-Infrared Instrument (MIRI).
Se o planeta não tiver atmosfera, ou tiver apenas uma atmosfera fina, espera-se
que a parte mais quente de sua superfície esteja diretamente sob a estrela. No
entanto, se o ponto mais quente estiver deslocado, isso indicaria a presença de
uma atmosfera capaz de circular o calor.
Também será
necessário observar os comprimentos curtos de onda infravermelha com outro
instrumento do telescópio espacial, o Near-Infrared Imager and Slitless
Spectrograph (NIRISS). Dessa forma, será possível diferenciar entre
atmosfera e mancha solar.
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