Astrônomos Conseguem Pela Primeira Vez Registro Observacional de Uma Estrela Engolindo Seu Planeta, Ilustrando Assim o Destino Final da Terra
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (03/05), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que Astrônomos conseguiram o
primeiro registro observacional de uma estrela chegando a fim de sua vida e
inchando até engolir um de seus planetas. Saibam mais sobre essa história pela nota abaixo, vale a
pena conferir.
Brazilian Space
ESPAÇO
Estrela Engolindo Planeta Ilustra Destino Final da
Terra
Redação do Site Inovação Tecnológica
03/05/2023
[Imagem: International Gemini
Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/M. Garlick/M. Zamani]
Este processo nunca antes visto ilustra o destino final da Terra quando nosso próprio Sol se aproximar do fim de sua vida, daqui cerca de cinco bilhões de anos. |
Morte de Um Planeta
Astrônomos conseguiram o primeiro registro observacional
de uma estrela chegando a fim de sua vida e inchando até engolir um de seus
planetas.
Em cerca de 5 bilhões de anos, nosso Sol chegará a uma
etapa de envelhecimento semelhante, possivelmente atingindo 100 vezes seu
diâmetro atual e se tornando o que é conhecido como uma gigante vermelha.
Durante esse surto de crescimento, ele absorverá
Mercúrio, Vênus e possivelmente a Terra.
"Esse tipo de evento foi previsto por décadas, mas
até agora nunca havíamos observado como esse processo se desenrola," disse
Kishalay De, membro da equipe.
O evento, formalmente chamado ZTF SLRN-2020, foi
descoberto com o auxílio de vários telescópios terrestres e do observatório
espacial Neowise.
O planeta provavelmente era do tamanho de Júpiter, com
uma órbita ainda mais próxima de sua estrela do que a de Mercúrio é do Sol. A
estrela está no início da fase final de sua vida, sua fase de gigante vermelha,
que poderá durar mais de 100 mil anos.
Como Uma Estrela Engole Um Planeta
Depois de ficar sem combustível em seu núcleo, uma estrela
semelhante ao Sol começa a inchar, diminuindo a distância em relação aos
seus planetas mais próximos, acabando por consumi-los inteiramente.
Uma estrela tipo solar funde hidrogênio em hélio em seu
núcleo quente e denso, o que permite que a estrela resista ao peso esmagador de
suas camadas externas. Quando o hidrogênio no núcleo acaba, a estrela começa a
fundir hélio em carbono, e a fusão de hidrogênio migra para as camadas externas
da estrela, fazendo com que elas se expandam, transformando a estrela em uma
gigante vermelha.
[Imagem: International Gemini
Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/P. Marenfeld]
No caso agora observado, à medida que a estrela se
expandia, sua atmosfera externa acabou envolvendo o planeta. O arrasto da
atmosfera desacelerou o planeta, encolhendo sua órbita e, eventualmente,
enviando-o para baixo da superfície visível da estrela, como um meteoro
queimando na atmosfera da Terra.
A transferência de energia fez com que a estrela aumentasse
temporariamente de tamanho e se tornasse algumas centenas de vezes mais
brilhante. Observações recentes mostram que a estrela voltou ao tamanho e
brilho que tinha antes de absorver o planeta.
A morte planetária ocorreu em nossa própria galáxia, a
cerca de 12.000 anos-luz de distância, perto da constelação da Águia. O sinal
veio quando os astrônomos observaram uma explosão de uma estrela que se tornou
mais de 100 vezes mais brilhante em apenas 10 dias, antes de desaparecer
rapidamente.
Curiosamente, esse flash branco quente foi seguido por um
sinal mais frio e duradouro. Essa combinação, deduziram os cientistas, só
poderia ter sido produzida por um evento: Uma estrela engolindo um planeta
próximo.
Bibliografia:
Artigo: An infrared transient
from a star engulfing a planet
Autores: Kishalay De, Morgan
MacLeod, Viraj Karambelkar, Jacob E. Jencson, Deepto Chakrabarty, Charlie
Conroy, Richard Dekany, Anna-Christina Eilers, Matthew J. Graham, Lynne A.
Hillenbrand, Erin Kara, Mansi M. Kasliwal, S. R. Kulkarni, Ryan M. Lau, Abraham
Loeb, Frank Masci, Michael S. Medford, Aaron M. Meisner, Nimesh Patel, Luis
Henry Quiroga-Nuñez, Reed L. Riddle, Ben Rusholme, Robert Simcoe, Loránt O.
Sjouwerman, Richard Teague, Andrew Vanderburg
Revista: Nature
Vol.: 617, pages 55–60
DOI: 10.1038/s41586-023-05842-x
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