Cientistas Publicam Finalmente Suas Conclusões Sobre o Impacto da Sonda DART da NASA no Pequeno Asteroide Dimorphos
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (02/03), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que o impacto no pequeno asteroide
Dimorphos
realizado ano passado pela Sonda Espacial DART da NASA, teve finalmente suas
conclusões publicadas pelos cientistas.
Saibam mais sobre essa notícia pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Impacto no Asteroide: Cientistas Publicam Suas Conclusões
Redação do Site Inovação Tecnológica
02/03/2023
[Imagem: NASA/ESA/STScI/Jian-Yang Li (PSI)/Joseph
DePasquale (STScI)]
Imagens do Hubble na sequência do impacto, mostrando a cauda que o asteroide ganhou com o material ejetado pelo projétil. |
Impacto Bem-Sucedido
A NASA fez uma sonda
espacial colidir com um asteroide em 2022 na tentativa de movê-lo de sua órbita,
o primeiro experimento real de defesa
planetária contra asteroides que possam vir a se chocar com a Terra.
Agora os cientistas da missão terminaram de analisar os
dados, inclusive das observações de acompanhamento feitas por telescópios. Os
resultados foram publicados em cinco artigos científicos, abordando os diversos
aspectos da missão.
A principal conclusão é que a colisão teve mais efeito na
órbita do asteroide do que o previsto, não exatamente por causa da sonda, mas
devido à própria consistência do asteroide alvejado no teste.
Ao acertar um pequeno asteroide chamado Dimorphos,
que orbita outro asteroide maior, chamado Didymos,
a sonda DART (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo) empurrou Dimorphos
para mais perto de Didymos, tornando cada órbita cerca de 33 minutos mais curta
do que antes do impacto.
Isso é mais de 25 vezes a mudança esperada no período
orbital para que a missão fosse considerada um sucesso.
Fator Beta
Mas não foi só a energia cinética do projétil de 570 kg
que ajudou a acelerar o asteroide: Pedaços de rocha e toda a poeira levantada
pela colisão deram um impulso extra inesperado.
A maioria dos asteroides estudados até hoje, incluindo o alvejado
Dimorphos, são pilhas de escombros mantidos coesos pela gravidade. Então,
quando o projétil o atingiu, entre 0,3 e 0,5 por cento da massa do asteroide
saiu voando, formando uma enorme nuvem de material ejetado. E essa pluma
amplificou o momento transferido da espaçonave para o asteroide por um fator de
3,6.
Embora não seja uma novidade total, esse chamado fator
beta ficou além de todas as previsões, e deverá agora ser incorporado nos
modelos que analisam como desviar um asteroide que entre em rota de colisão com
a Terra.
"A massa ejetada dá um empurrão maior ao asteroide
do que a própria espaçonave, o que significa que, no futuro, se tivermos que
usar essa tecnologia para evitar que um asteroide atinja a Terra, não
precisaremos necessariamente de uma espaçonave enorme," disse Jian-Yang
Li, do Instituto de Ciências Planetárias.
[Imagem: NASA/JHU-JPL]
Expectativa versus realidade: O tipo de rocha espacial que os cientistas esperavam encontrar e o que a sonda DART de fato encontrou. |
Agora Temos Um Dado Real
É preciso considerar este foi apenas um primeiro teste, e
agora será necessário ampliar nosso conhecimento dos asteroides em geral, para
nos certificarmos de sua consistência e composição, de modo a calcular o fator
beta gerado por cada tipo de corpo celeste no caso de ser necessária uma ação
real.
"Acredito que o resultado mais importante é o que
aprendemos em termos de como ancoramos nossas simulações. Nós tentávamos
derivar todas as previsões de deflexão com base nos primeiros princípios, mas
não tínhamos um único ponto de dado real. Agora temos isso e podemos comparar
quais resultados correspondem e quais nos dão uma melhor compreensão, para que
tenhamos melhores previsões no futuro," disse Siegfried Eggl, da
Universidade de Illinois.
O experimento também colocou Dimorphos ao lado de alguns
corpos celestes muito exóticos, os asteroides
com cauda, hoje catalogados como "asteroides ativos". Vários
astrônomos haviam sugerido que essas caudas inesperadas poderiam ter sido
geradas por colisões com corpos menores, e o impacto da sonda DART mostrou que
esta é uma boa hipótese.
Bibliografia:
Artigo: Orbital
Period Change of Dimorphos Due to the DART Kinetic Impact
Autores: Cristina A. Thomas,
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Autores: Jian-Yang Li, Masatoshi
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Revista: Nature
DOI: 10.1038/s41586-023-05811-4
Artigo: Momentum
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Autores: Andrew F. Cheng, Harrison
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Derek C. Richardson, Elisabetta Dotto, Angelo Zinzi, Vincenzo Della Corte,
Thomas S. Statler, Steven Chesley, Shantanu P. Naidu, Masatoshi Hirabayashi,
Jian-Yang Li, Siegfried Eggl, Olivier S. Barnouin, Nancy L. Chabot, Sidney
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Revista: Nature
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Artigo: Light
Curves and Colors of the Ejecta from Dimorphos after the DART Impact
Autores: Ariel
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Antonin Borot, Arnaud Malvache, Laurent Marfisi, Tyler M. Powell, Patrice Huet,
Matthieu Limagne, Bruno Payet, Colin Clarke, Susan Murabana, Daniel Chu Owen,
Ronald Wasilwa, Keiichi Fukui, Tateki Goto, Bruno Guillet, Patrick Huth, Satoshi
Ishiyama, Ryuichi Kukita, Mike Mitchell, Michael Primm, Justus Randolph, Darren
A. Rivett, Matthew Ryno, Masao Shimizu, Jean-Pierre Toullec, Stefan Will,
Wai-Chun Yue, Michael Camilleri, Kathy Graykowski, Ron Janetzke, Des Janke,
Scott Kardel, Margaret Loose, John W. Pickering, Barton A. Smith, Ian M.
Transom
Revista:
Nature
DOI:
10.1038/s41586-023-05852-9
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