Irmão Mais Novo do 'Radiotelescópio BINGO' em Construção no Sertão da Paraíba, é Inaugurado em Campina Grande
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue agora uma interessantíssima notícia publicada ontem
(31/10)
no site “Canaltech”, destacando que enquanto
o Radiotelescópio
BINGO (Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutral Gas Observations),
já abordado pelo BS, segue em desenvolvimento
para operar em ‘Aguiar’, no sertão
da Paraíba, o seu "irmão mais novo”
já foi instalado em Campina Grande-PB.
Sensacional, na verdade sequer sabíamos da existência desse
‘Radiotelescópio Uiarupu’, e
parabenizo a toda equipe envolvida com o mesmo. Uma maravilhosa iniciativa que certamente
ajudará entre outras coisas, na formação de novos profissionais para essa área
da ciência astronômica.
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Uirapuru: Conheça o Radiotelescópio Que é
"Irmão" do Observatório BINGO
Por Danielle Cassita
Editado por Patrícia Gnipper
31 de Outubro de 2022 às 17h59
Via: Web Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Fonte: Divulgação
Enquanto o radiotelescópio Baryon
Acoustic Oscillations from Integrated Neutral Gas Observations (ou apenas
BINGO) segue em desenvolvimento para operar em Aguiar, no sertão da
Paraíba, seu "irmão mais novo” já foi instalado em Campina Grande, no
mesmo estado. Chamado Uirapuru, este é um radiotelescópio com apenas uma
antena-corneta, que já está contribuindo para a formação de estudantes.
A instalação do Uirapuru faz parte de um período de
testes, conduzido antes de o BINGO iniciar suas operações. “Ele é um radiotelescópio menor, mas já em funcionamento, e tem como objetivo, assim como o BINGO,
observar as FRB, ainda pouco conhecidas e que estão entre os fenômenos mais
energéticos do Universo”, explicou Amílcar Rabelo de Queiroz, professor do
departamento de física da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e um
dos coordenadores dos dois projetos.
(Imagem: Divulgação)
Em questão de milissegundos, as rajadas
rápidas de rádio (“FRBs”, na sigla em inglês) emitem toda a energia que o
Sol leva três dias para liberar. Entretanto, ele observa que o Uirapuru
dificilmente conseguirá observar alguma FRB sozinho. “Mas trabalhando em
conjunto com o BINGO e outros auxiliares formando uma rede de interferometria é
possível observar
FRBs e, sobretudo, conseguir localizá-los” disse, em entrevista ao Canaltech.
A identificação da localização das FRBs é de grande
interesse para os astrônomos, porque pode revelar a origem destes fenômenos
misteriosos — mas, apesar da importância, os estudos delas ainda estão em uma
etapa bem inicial. “A ideia da construção dessa rede tendo o BINGO como
principal é uma dessas iniciativas e muito bem recebida pela comunidade
internacional”, acrescentou o professor. Quando estiver em operação, o BINGO poderá
estudar também estruturas desconhecidas das galáxias, pulsares distantes e
mais.
O Radiotelescópio Uirapuru.
Queiroz explica que a equipe queria dar um nome bem
brasileiro ao “irmão mais novo” do BINGO. “Daí veio a ideia de dar nomes
tupi-guarani de pássaros típicos do Brasil”, disse. Após pesquisas em
catálogos de pássaros e dicionários, veio a ideia. “Em um desses momentos,
vimos que uma das alcunhas do Uirapuru em parte da região amazônica é
pássaro-corneta, já que ele tem esse canto belíssimo e bem famoso”, relembrou.
(Imagem: Divulgação)
Além da plumagem pardo-avermelhada, uma das
características que mais chama a atenção nos pássaros uirapuru é seu canto
único; eis que surgia, ali, o nome perfeito. Além de inspirar o nome do novo
“irmão” do BINGO, o uso dos nomes
de pássaros em tupi-guarani servirá também como uma "regra" para
outros radiotelescópios, que futuramente vão servir como auxiliares do BINGO.
Por enquanto, o Uirapuru vem atuando em testes de
componentes em desenvolvimento que serão integrados ao BINGO, como receptores,
códigos de computadores, sensores de monitoramento, algoritmos e mais. “O mais
importante, no entanto, é que o Uirapuru tem sido usado para a formação e
educação dos estudantes”, destacou Queiroz, ao Canaltech.
(Imagem: Divulgação)
Com o Uirapuru, os graduandos de Campina Grande vêm
aprendendo a manusear radiotelescópios e estudam sobre outras áreas, como o
processamento de sinais e análise de dados. “Cientificamente, um desafio é
conseguir detectar e monitorar algum pulsar que seja mais intenso”, afirmou
ele. “Há algumas semelhanças no processo de detecção de pulsares e de FRBs, então, será um aprendizado para os estudantes que vai ter muita serventia
na detecção de FRBs”.
O novo radiotelescópio Uirapuru poderá contribuir também
para a formação de novos especialistas no estado. “[Os radiotelescópios], em
sua própria construção e nesses testes, já têm contribuído para a formação de
novos profissionais, uma mão de obra altamente qualificada que beneficiará
tanto a ciência
nacional quanto o mercado de tecnologias”, finalizou. No futuro, a equipe
do projeto planeja construir ainda mais radiotelescópios no país, ampliando e
levando o conhecimento proporcionado por eles a outras regiões.
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