Captação de Primeiras Imagens Por Meio do CBERS-4A e Primeiro Contato Com o Floripasat-1 Ocorrem Com Sucesso

Olá leitor!

Segue abaixo a nota oficial postada dia (31/10) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), tendo como destaque a captação das Primeiras Imagens do CBERS-4A e o Primeiro Contato bem sucedido com o Floripasat-1. 

Duda Falcão

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Captação de Primeiras Imagens Por Meio do CBERS-4A e Primeiro Contato Com o Floripasat-1 Ocorrem Com Sucesso

Por ASCOM
Publicado 31/12/2019 - 14h47
Última modificação 31/12/2019 - 15h55

CBERS 04A - Primeiras Imagens.

A primeira passagem do satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS- 04A com imageamento do território brasileiro ocorreu em 27 de dezembro de 2019. Após uma semana de testes com todos os subsistemas do satélite e de uma sequência de manobras para colocá-lo em sua órbita nominal, as três câmeras do CBERS- 04A foram ligadas sobre o Brasil por 11 minutos, de 10h56 a 11h07, horário local de Brasília. A estação terrena do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, instituto de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em Cuiabá recebeu e gravou dados brutos das câmeras WPM, MUX e WFI.

O lançamento do satélite e a captação de imagens foram realizados com investimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e outros parceiros e a iniciativa teve o apoio do Ministro Aastronauta Marcos Pontes desde o início do governo Jair Bolsonaro, reforçando o compromisso com o desenvolvimento da área espacial brasileira.

Inicia-se, a partir de agora, a fase de comissionamento do CBERS- 04A, com previsão para durar três meses. Durante essa fase serão avaliadas a qualidade radiométrica e geométrica das imagens das três câmeras. Todos os ajustes necessários, tanto no software de processamento quanto nos parâmetros de configuração de cada câmera, serão feitos nesse período com o objetivo de gerar produtos de imagens com a melhor qualidade possível. Essa fase se encerrará no final de março de 2020 com uma discussão técnica e aprovação do relatório final do comissionamento pela equipe de especialistas do Programa CBERS. A partir daí o satélite CBERS- 04A será então declarado operacional.

Seguem exemplos de imagens das três câmeras do satélite, captadas e processadas em território brasileiro.

Imagem WFI – composição em cores reais, 55 m de resolução espacial, recorte de 330 km por 200 km (Cuiabá, MT, abaixo à esquerda; Reservatório do Manso acima no centro).
Imagem MUX – composição em cores reais, 16 m de resolução espacial, recorte de 30 km por 20 km (cidades de Jardim e Guia Lopes da Laguna, MS).
Imagem WPM – banda pancromática, 2 m de resolução espacial, recorte de 5 km por 3 km (cidade de Primavera do Leste, MT).

Abaixo vemos exemplos das primeiras imagens recebidas do CBERS 4A em território chinês. A imagem logo a seguir é da câmera WPM, onde foi feita uma fusão entre a banda pancromática e as bandas multiespectrais, que lhe conferem o colorido. 

Imagem WPM – Composição em cores reais, banda pancromática (2 m) mais as bandas multiespectrais (8 m), recorte de 2 km por 2 km (LhaSa, província do Tibete).
Imagem MUX – Composição em cores reais, resolução espacial de 16 m, recorte de 20 km por 11 km (região de Aksu, província de Xinjiang).
Imagem WFI – Composição em cores reais, resolução espacial de 55 m, recorte de 620 km por 180 km (Lago Qinghai, província de Qinghai).

FLORIPASAT -1 

A equipe de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que trabalha com o satélite FloripaSat-1, que foi colocado em órbita no mesmo foguete lançador, também tem recebido sinais de telemetria em todas as passadas do nanossatélite por Florianópolis.

Eles também recebem os dados de radioamadores de diversos países. A página preparada com instruções para os radioamadores é bastante útil, onde os radioamadores conseguem configurar os equipamentos praticamente sozinhos, sem precisar de apoio da equipe. Para os alunos que desenvolveram o satélite, o pleno funcionamento “foi o melhor presente de Natal” da vida deles, declarou o Professor Eduardo Bezerra, coordenador do projeto.

Entusiasmados com os primeiros resultados obtidos, os estudantes chegaram a montar uma ground stationestação terrena fora da UFSC, na casa de um deles, para não precisar se deslocar até a universidade na noite de Natal.

Fotos: AEB/INPE/MCTIC
A equipe de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que trabalha com o satélite FloripaSat-1.
A equipe de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que trabalha com o satélite FloripaSat-1.

Missões universitárias como essa do FloripaSat-1 possuem impacto social importante. Durante todo o desenvolvimento do projeto que tem o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, por meio do programa Uniespaço, a equipe contou com integrantes carentes de baixa renda, que foram contemplados com bolsa de estudos. A participação em projetos como esse é importante como um fator motivacional que auxilia na redução da taxa de evasão escolar e também para possibilitar que os alunos coloquem em prática os conceitos trabalhados durante o curso.

“A atuação dos alunos nas atividades de projeto, desenvolvimento, integração, testes, e operação do satélite geram resultado direto no desempenho acadêmico.”, conta o Professor Eduardo Bezerra. Bezerra, coordenador do projeto.

O satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres  (CBERS-4A) e o nanossatélite FloripaSat-1 estão em órbita a 628 km da Terra. Os dois foram lançados a 00h22 (horário de Brasília) do dia 20 de dezembro, um minuto além do previsto. Aproximadamente 15 minutos após o lançamento, o terceiro estágio do foguete liberou o satélite na trajetória nominal.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (do MCTIC), Marcos Pontes, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, o diretor de Projetos da AEB, Paulo Barros, o Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Darcton Damião, o coordenador da Missão Floripasat-1, Eduardo Bezerra e outras autoridades brasileiras, acompanharam presencialmente o lançamento dos satélites do Centro de Lançamento de Taiyuan (TSLC), na China.

Marcos Pontes relembrou sua trajetória de vida a bordo de um foguete. Segundo ele, quando a situação se inverte, ou seja, quando passa a ser um espectador, a situação é bem diferente. “Ver o foguete decolar é algo maravilhoso”, disse.  O ministro aproveitou o momento para parabenizar a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e todos aqueles que trabalharam para o sucesso da operação.

Para o presidente da AEB, autarquia vinculada ao MCTIC, Carlos Moura, foi um voo perfeito que cumpriu completamente o perfil da missão. “As expectativas são as melhores possíveis para o CBERS-4A que continuará, pelo menos por quatro anos, fornecendo imagens para os dois territórios países parceiros. Já o FloripaSat-1 é um exemplo de engenharia aeroespacial que pode produzir pequenos produtos e aplicações interessantes no futuro. É um mundo a explorar.  É a nova tecnologia São as novas tendências do new space se mostrando-se na prática”, afirmou Moura.

Darcton Damião, diretor do INPE, lembra que este lançamento bem-sucedido é a coroação de um trabalho iniciado logo após o lançamento do CBERS-4, em dezembro de 2014. Ele afirma que a entrada em órbita do CBERS-4A irá dobrar, pelo período que resta ao CBERS-4, a capacidade do Brasil de gerar imagens no espectro óptico em todo o território nacional.

“O novo satélite traz avanços significativos de desempenho em relação ao seu ‘irmão mais velho’, como por exemplo a melhor resolução espacial. Com ele em operação, o INPE tem como aprimorar a sua atuação no monitoramento ambiental, seja da superfície terrestre, seja do mar territorial, entre outras aplicações típicas deste satélite de sensoriamento remoto, explica o Diretor do instituto. 

PARCERIA CHINA X BRASIL 

O CBERS-4A é o sexto satélite desenvolvido por meio de uma parceria entre Brasil e China, que já dura 31 anos. O Programa é uma iniciativa inovadora entre Brasil e China que estabeleceu um novo paradigma de cooperação. A convergência de interesses para o desenvolvimento da série CBERS resultou em um modelo de cooperação de sucesso, além de ser um empreendimento inédito na área espacial de tecnologia sensível.

Quando o CBERS-4A estiver plenamente operacional, os usuários do sistema CBERS terão o dobro de imagens disponíveis, já que o satélite CBERS-4, lançado em dezembro de 2014, continua em órbita. Desde a implementação da política de livre acesso a dados e imagens do INPE, em 2004, já foram distribuídas gratuitamente quase 2,4 milhões de imagens CBERS a cerca de 20 mil instituições país.

Em outro no segmento da indústriasetor da economia, o Programa CBERS vem estimulando a participação e a capacitação da indústria nacional para o desenvolvimento e fabricação de sistemas e subsistemas de satélites. Ter esses componentes provados em voo é um dos critérios para que nossa indústria espacial possa se inserir no mercado internacional. Os benefícios se estendem à criação de novos empregos e à geração de inovações tecnológicas e de processos, presentes em novos produtos e serviços. 

SOBRE O INPE 

É uma das unidades de pesquisa do MCTIC, responsável por produzir ciência e tecnologia nas áreas espacial e do ambiente terrestre e por oferecer produtos e serviços singulares em benefício do Brasil.O INPE tornou-se referência nacional e internacional nessas áreas, por meio da geração de conhecimento e pelo atendimento e antecipação das demandas de desenvolvimento e de qualidade de vida da sociedade brasileira. 

SOBRE A AEB 

A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para empreender os esforços do governo brasileiro na promoção da autonomia do setor espacial.


Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC)

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