Missão do Satélite Científico EQUARS é Avaliada Por Especialistas do INPE e AEB
Caro leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (25/10) no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que a Missão do satélite
científico EQUARS foi avaliada por especialistas do Instituto e da Agencia
Espacial Brasileira (AEB).
Duda Falcão
NOTÍCIA
Missão do Satélite EQUARS é Avaliada Por Especialistas do
INPE e AEB
Por
INPE
Publicado: Out 25, 2019
São José dos Campos-SP, 25 de outubro de 2019
Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) reuniram-se entre os
dias 23 e 24 de outubro para a Revisão de Requisitos Preliminares da Missão
EQUARS (Equatorial Atmosphere Research Satellite). O EQUARS é um
satélite cientifico projetado para obter dados sobre a atmosfera da região
equatorial que ajudarão a investigar fenômenos físicos que perturbam o
comportamento do plasma ionosférico.
A missão permitirá avanços científicos sobre os processos
de acoplamento entre a baixa e a alta atmosfera equatorial que atuam na
formação de bolhas ionosféricas, fenômeno que pode interferir em diversas
atividades tecnológicas, principalmente nas áreas de telecomunicações e de
navegação por satélite.
A atmosfera equatorial produz um efeito significativo
sobre o balanço energético do planeta. A expectativa é de que os dados do
EQUARS sejam utilizados no Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do
Clima Espacial (EMBRACE), do INPE.
O EQUARS deverá ser um satélite de 200 quilos, com órbita
circular, a 635 quilômetros de altitude e inclinação de 18 graus em relação ao
Equador. A equipe de trabalho do EQUARS, gerenciada por Leandro Toss Hoffmann,
da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espaciais do INPE, definiu cinco
instrumentos científicos para a missão: GLOW, GROM, IONEX, ELISA e APEX
(confira a descrição desses instrumentos logo abaixo).
Os objetivos específicos da Missão EQUARS estão definidos
da seguinte forma:
1.
Estabelecer
as condições eletrodinâmicas da ionosfera responsáveis pela variabilidade da
ocorrência e amplitude das bolhas de plasma equatoriais.
2.
Determinar
os processos eletrodinâmicos responsáveis pela formação e evolução das bolhas
de plasma equatoriais.
3.
Identificar
o espectro das ondas atmosféricas que desempenha um papel relevante em
processos eletrodinâmicos da alta atmosfera.
4.
Investigar
a influência da precipitação de partículas energéticas na região da Anomalia
Magnética do Atlântico Sul (SAMA) nos processos de ionização das camadas
ionosféricas E e F.
Além desses objetivos científicos, o desenvolvimento da
Missão EQUARS irá contribuir com a qualificação de uma plataforma orbital entre
100 a 200 quilos.
A Revisão de Requisitos Preliminares da Missão EQUARS
marca o final da Fase A que verifica a viabilidade técnica e programática do
projeto. Se aprovada, a próxima etapa será dedicada à definição das tecnologias
a serem utilizadas no desenvolvimento do satélite.
A banca de avaliação do EQUARS foi presidida pelo
coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Diretoria de Satélites,
Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Rodrigo Leonardi. Também integraram a
banca Marco Chamon, Adenilson Silva e Sebastião Varotto, do INPE, Fernanda e
Lima Alexandre Oliveira, da AEB, Paulo Fagundes, da UNIVAP, e Massimo Tinto, do
JPL (NASA).
GLOW
Fotômetro para registro de emissões de aeroluminescência
(airglow) de constituintes fotoquímicos presentes na alta atmosfera
terrestre. Possui quatro canais de fotodetecção para medir o fluxo de radiação
em regiões espectrais distintas. A avaliação deste fluxo serve a estudos de
propagação de modos de ondas atmosféricas e da morfologia e dinâmica das bolhas
de plasma.
GROM
Receptor sofisticado de sinais GPS, o GROM emprega a
técnica de Rádio Ocultação (RO) para estudos meteorológicos, atmosféricos e de
clima espacial. Sua base de dados serve ao entendimento dos processos físicos
de acoplamento entre a baixa e a alta atmosfera. Os dados possuem um vasto
potencial de aplicação, que vai desde o monitoramento da resposta ionosférica
aos eventos de tempestade magnética solar, até a utilização como insumos ao
aperfeiçoamento de modelos prognósticos de mudanças climáticas globais.
IONEX
Consiste em um conjunto de sensores ionosféricos: HFC
(sonda capacitiva de alta frequência), LP (sonda de Langmuir) e ETP (sonda
de temperatura dos elétrons). Quando os dados destes sensores são
combinados, permite-se a investigação da estrutura e eletrodinâmica associada
ao plasma ionosférico e das instabilidades magneto-hidrodinâmicas, que originam
as bolhas de plasma ionosféricas.
ELISA
O instrumento ELISA (Electrostatic Energy Analyzer) foi
concebido para medir o fluxo e o espectro de energias dos elétrons na faixa de
1 a 30 keV. Os dados resultantes permitem investigar a precipitação de elétrons
na Anomalia Magnética do Atlântico Sul (SAMA), seus efeitos na alta atmosfera
e, ainda, o processo de interação feixe-plasma na ionosfera equatorial e a
distribuição espectral das energias dos elétrons presentes no ambiente
espacial.
APEX
O APEX (monitor of Alpha, Proton and ElectronfluXes) é um
detector de partículas energéticas para estudos de geofísica espacial. Com o
monitoramento contínuo do fluxo de partículas, irá gerar uma base de dados para
a modelagem do ambiente na magnetosfera interna. O instrumento é especialmente
adaptado para monitorar os eventos de elétrons relativísticos frequentemente
esperados durante os períodos de atividade solar mínima.
O estudo da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (SAMA) é
um dos objetivos da missão EQUARS.
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Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE).
Comentário: Pois é leitor, a história do desenvolvimento
deste satélite científico pelo INPE desde que se falou nele pela primeira vez (creio
eu no inicio da década passada se não me falha memória), acabou se transformando num temendo folhetim interminável
do estica e puxa, e do tipo ‘Transformers’, e agora novamente volta aos
holofotes como um projeto sendo considerando para ser desenvolvido. O engraçado
é que segundo a nota o desenvolvimento desta missão irá contribuir entre outras
coisas na qualificação de uma plataforma orbital entre 100 a 200 quilos, coisa que
não tem como não me causar calafrios, pois todos lembram da interminável novela
da qualificação da PMM (Plataforma Multi-Missão) que só será testada realmente em
voo (caso tudo saia dentro do que se espera) quando do previsto lançamento do
Satélite Amazonia-1 no ano que vem. Quanto ao contexto científico do satélite
ou mesmo técnico, não sou um especialista da área para opinar, mas se este
projeto for definido para continuar perpetuando à ineficiência, a falta de
compromisso e a enrolação que temos visto nesses anos todos, graças a falta de fiscalização
e cobrança por resultados de um governo que realmente seja comprometido em
governar e conduzir o rumo deste tão importante programa para o futuro do país,
o melhor e mais sensato a se fazer seria primeiro arrumar a casa e o setor como um todo, antes de partir
para um projeto como este.
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