Agência Espacial Brasileira Planeja Antecipar Lançamentos de Três Satélites

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (31/05) no site da “Rádio CBN” destacando que segundo o seu presidente a Agencia Espacial Brasileira (AEB) planeja antecipar lançamentos de Três Satélites.

Duda Falcão

PAÍS

Agência Espacial Brasileira Planeja
Antecipar Lançamentos de Três Satélites

Apesar da instabilidade política, a Agência Espacial Brasileira trabalha para
antecipar três lançamentos de satélites. A AEB reconhece que a meta é ambiciosa,
mas tenta agilizar as datas para colocar em órbita dois satélites e um Veículo
Lançados de Microsatélites. Nesse cenário, o governo federal negocia uma parceria
com a NASA sobre uso da Base de Alcântara, no Maranhão, cobiçada pelos americanos. Especialistas afirmam que o país não superou a explosão que matou 21 cientistas, em 2003.

Credito: Divulgação
Agência Espacial Brasileira controla o lançamento de satélites.

André Coelho
Rádio CBN
QUARTA, 31/05/2017, 06:00

Mesmo em meio à crise política, a Agência Espacial Brasileira tenta antecipar três lançamentos espaciais para o fim do ano que vem. Os projetos estão previstos para o primeiro semestre de 2019, mas a agência passou a concentrar recursos e mão de obra para acelerar os três. O objetivo é concluir iniciativas que podem impulsionar o programa espacial brasileiro, abalado e atrasado desde o acidente na Base de Alcântara, no Maranhão, em 2003.

A explosão deixou 21 cientistas mortos e praticamente encerrou grandes lançamentos do setor no país. Agora, a AEB trabalha para terminar o Cbers 4A, o sexto satélite desenvolvido em parceria com a China, a um custo de R$ 69 milhões. Além dele, o primeiro lançamento do Veículo Lançador de Microssatélites também está previsto para daqui a dois anos. O VLM será a nova ferramenta de Alcântara para o envio de satélites ao espaço. O terceiro projeto é o satélite Amazônia-1, o primeiro totalmente desenvolvido e operado no país.

O presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Braga Coelho, explica que os três são investimentos prioritários e, por isso, tenta antecipá-los. Mesmo assim, ele reconhece que atrasos em etapas de contratação podem obrigar o governo a manter o planejamento original."E, se for possível, estamos desenvolvendo esforços gigantescos, para lançar esses satélites ainda no ano de 2018. Entretanto, nós temos dificuldades porque a fase de contratações demorou acima do esperado e pode ser que isso escape para 2019", explica Braga Coelho.

A agência vai investir, ao todo, R$ 61,7 milhões no VLM de Alcântara. Ele será o primeiro lançamento em órbita na base em mais de uma década. Desde o acidente, o local lança apenas cargas suborbitais, pelo menos duas vezes por ano. A agência reconhece dificuldades orçamentárias, mas explica que os recursos disponíveis serão suficientes para concluir os projetos.

Nos últimos oito anos, a agência investiu R$ 400 milhões na Base de Alcântara. Coelho avalia que as obras de reconstrução foram capazes de torná-la uma instalação moderna e eficiente. Ele explica que o acordo negociado com a agência espacial dos Estados Unidos, a NASA, consiste em uma parceria que permite brasileiros e norte-americanos realizarem lançamentos na base, garantindo a proteção tecnológica de cada um dos países.

Coelho espera que a parceria seja firmada antes do fim do ano e garante que, nesse caso, todas as operações no local continuarão sob o comando brasileiro: "Os americanos não vão operar nada lá na base. Eles vão ficar lá, se eles quiserem, para, no momento da campanha de lançamento, resguardar suas tecnologias junto conosco. Não vamos deixar os americanos sozinhos. Ficariam lá junto com o Brasil. Não existe acordo para permitir que eles façam operação de lançamento. A operação vai ser realizada sob o comando do Brasil."

O orçamento da AEB previsto para este ano é de R$ 284,6 milhões, mas dois terços dos recursos (66,65%) ainda não estão disponíveis por causa do contingenciamento do governo. Especialistas consideram que o Brasil não se recuperou do acidente de 2003, mas que a falta de pessoal não é o único problema. A astrofísica Duília de Mello é vice-reitora da Universidade Católica de Washington e colaboradora da NASA.

Ela afirma que a falta de investimentos impede o desenvolvimento do setor, que ainda não é visto como prioridade para o governo brasileiro. Duília aponta que acordos de colaboração internacional, como com a China ou até mesmo relacionados à Alcântara, são uma alternativa para acelerar investimentos. 

"Não dá pra fazer ciência espacial amadorísticamente falando. Tem que ser uma coisa muito séria, e o Brasil ainda não decidiu que isso é um foco. Fazer com outros países é uma outra forma de entrar na ciência espacial. Com a China o Brasil está tentando. Tem outras colaborações, como a NASA. A Base de Alcântara está muito bem localizada, geograficamente falando. Então esse seria um bom caminho para o Brasil, já que ele não quer investir em ciência espacial", afirma Duília.

A astrofísica acredita que projetos privados ajudariam a impulsionar essas iniciativas, apesar do preço elevado. Por causa disso, ela indica que iniciativas entre mercado e governo seriam a melhor opção: "É muito caro fazer ciência espacial. A iniciativa privada nem sempre consegue bancar todos os custos e isso é um problema no mundo todo. O ideal seria um projeto híbrido, onde o governo desse as mãos à iniciativa privada e tocasse a ciência espacial para a frente."

Para os especialistas, investir em ciência espacial garante benefícios diretos à população, como melhor acesso a telecomunicações, por exemplo. O engenheiro espacial Lucas Fonseca é diretor da missão Garatéa, a primeira tentativa brasileira de enviar uma sonda para a Lua, em 2021. Ele destaca que programas espaciais proporcionam o uso estratégico de dados de inteligência.

Fonseca ressalta que o programa brasileiro é antigo, mas não existe empenho político para desenvolver o setor: "Não existe um esforço político muito claro de apoio à atividade espacial. Essa dependência da verba atrelada a um cenário político acaba inviabilizando o programa como um todo. A gente vive uma montanha russa de picos e vales, mas você tem vales de falta de investimento, normalmente, muito grandes, em comparação com os poucos momentos que a gente tem de investimento. E isso acaba inviabilizando, a longo prazo, um programa espacial". 

Lucas Fonseca disse que a falta de continuidade dos investimentos atrasa o domínio brasileiro do espaço, por mais que a antecipação dos lançamentos seja uma boa iniciativa. Mesmo diante da crise, o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, descarta a hipótese de cortes na área espacial. Para ele, o governo pode fazer ajustes nos cronogramas para a execução de investimento, mantendo os recursos para iniciativas estratégicas do setor.


Fonte: Site da Rádio CBN - http://cbn.globoradio.globo.com

Comentário: Bom leitor, possível seria se houvesse seriedade e comprometimento, mas infelizmente duvido muito que isso ocorra. Na realidade esse banana parece suprir de grande prestigio junto a essa Rádio CBN, pois vez ou outra esta tendo espaço para divulgar as suas fantasias, e a rádio presta assim um grande desserviço à imagem do próprio programa espacial, programa este já por demais chacoteado e desmoralizado junto à sociedade. Felizmente dessa vez o autor dessa matéria resolveu ouvir gente séria como o Eng. Lucas Fonseca e a Astrofísica Duília de Mello que são as únicas opiniões embasadas que devem ser levadas a sério nesta matéria acima. Outra coisa chamou a minha atenção leitor nessa matéria que me deixou preocupado, ou seja, pelo que diz a mesma a data de laçamento da Missão Garatea-L já mudou para 2021. Aproveitamos para agradecer ao leitor Jahyr Jesus Brito pelo envio dessa notícia.

Comentários

  1. É verdade que o VLM só lança carga sub-orbital ??? Nem nano-satélite em orbita ? Tipo, é um foguete de sondagem com esteroides ???

    ResponderExcluir
  2. "Os americanos não vão operar nada lá na base. Eles vão ficar lá, se eles quiserem, para, no momento da campanha de lançamento, resguardar suas tecnologias junto conosco. Não vamos deixar os americanos sozinhos. Ficariam lá junto com o Brasil. Não existe acordo para permitir que eles façam operação de lançamento. A operação vai ser realizada sob o comando do Brasil"

    Alguém realmente acredita nessas palavras?

    ResponderExcluir

Postar um comentário