Telescópios BlackGEM Dão Início a Busca Pela Origem das 'Fontes de Ondas Gravitacionais'
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, segue abaixo uma notícia postada ontem (31/07), no site ‘Inovação Tecnológica’, destacando que a Rede de telescópios
BlackGEM, constituída por três novos telescópios
localizados no Observatório de La Silla, no Chile, começou a
funcionar. Entendam melhor essa
história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Telescópios BlackGEM Iniciam Busca Por Origem das
Fontes de Ondas Gravitacionais
Com informações do ESO
31/07/2023
[Imagem: S.
Bloemen (Radboud University)/ESO]
De Onde Vêm as Ondas Gravitacionais?
Começou a
funcionar a rede de telescópios BlackGEM, constituída por três novos
telescópios localizados no Observatório de La Silla, no Chile, mais um membro
da extensa rede do Observatório Europeu do Sul (ESO).
Os telescópios
vão observar o céu do Hemisfério Sul com o intuito de detectar eventos
cósmicos que produzem ondas gravitacionais.
Alguns eventos,
como a colisão de buracos negros ou estrelas de nêutrons, são tão descomunais
que criam ondas gravitacionais, ondulações na estrutura do próprio
espaço-tempo. Observatórios como o LIGO (Laser Interferometer
Gravitational-Wave Observatory) e o Virgo foram projetados para detectar
essas ondulações.
No entanto, esses
equipamentos não são capazes de identificar com precisão a origem das ondas e nem
conseguem ver qualquer luz que eventualmente resulte dessas colisões entre
estrelas de nêutrons e buracos negros.
O BlackGEM foi
projetado para tentar fechar essa lacuna, observando grandes áreas do céu muito
rapidamente, de modo a detectar com precisão fontes de ondas
gravitacionais através da radiação visível, ou seja, de qualquer luz que o
evento produza.
"A
combinação entre estes dois tipos de observações vai nos ensinar muito mais
sobre estes eventos do que se usássemos apenas um ou o outro," disse o
professor Paul Groot, da Universidade de Radboud, nos Países Baixos.
Localização das Fontes de Ondas Gravitacionais
Detectar tanto as
ondas gravitacionais como as emissões visíveis permitirá identificar a natureza
das fontes de ondas gravitacionais e determinar sua localização exata. A
utilização da luz visível também permite obter observações detalhadas dos
processos que ocorrem nessas fusões, como a formação de elementos químicos
pesados, como ouro e platina.
[Imagem: MeerLICHT@Radboud]
Até hoje só foi
detectada uma fonte de luz visível ligada a uma emissão de ondas
gravitacionais. Além disso, mesmo os detectores de ondas gravitacionais mais
avançados, como o LIGO ou o Virgo, não conseguem identificar com precisão as
suas fontes - na melhor das hipóteses, eles conseguem limitar a localização de
uma fonte a uma área correspondente a aproximadamente 400 luas cheias no céu.
O BlackGEM irá
observar rapidamente regiões dessa ordem de grandeza com uma resolução
suficientemente alta para localizar consistentemente fontes de ondas
gravitacionais através da radiação visível que emitem.
Depois que o
BlackGEM identificar uma fonte de ondas gravitacionais, telescópios maiores,
como o VLT ou o futuro ELT, poderão efetuar observações de seguimento mais
detalhadas, o que ajudará a compreender melhor estes eventos tão extremos do
Universo.
Os três
telescópios que constituem o BlackGEM foram construídos por um consórcio de
universidades: Universidade de Radboud e Escola de Investigação Astronômica dos
Países Baixos, e Universidade de Lovaina, na Bélgica.
Os telescópios
têm 65 centímetros de diâmetro e câmeras de 110 megapíxeis, podendo observar
diferentes áreas do céu simultaneamente. A expectativa é de criar uma rede com
15 telescópios, melhorando assim a cobertura.
"Apesar do
modesto espelho primário de 65 centímetros, conseguimos observar tão
profundamente quanto com alguns telescópios com espelhos muito maiores, isto
porque tiramos o máximo partido das excelentes condições de observação em La
Silla," disse Groot.
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