INPE Publica Nota Sobre o 'Radiotelescópio BINGO' Que Se Encontra em 'Fase Final de Construção' em Zona Rural da Paraíba
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo
uma nota postada ontem (02/05) no site oficial do ‘Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)’, tendo como
destaque o ‘Radiotelescópio BINGO (Baryon Acoustic Oscillations from Integrated
Neutron Gas Observations)’ que está em construção na
zona rural do município de Aguiar,
na Paraíba, e deverá começar a
operar no final de 2023.
Brazilian
Space
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O Radiotelescópio BINGO, a Cosmologia do Séc. XXI e a Parceria
Estratégica Global Com a China: Um Caso de Sucesso
Publicado em 02/05/2023 - 00h00
Atualizado em 02/05/2023 - 09h17
Coordenação Geral de Engenharia, Tecnologia e Ciência
Espaciais - Divisão de Astrofísica
O radiotelescópio BINGO (Baryon Acoustic
Oscillations from Integrated Neutron Gas Observations)
é um instrumento projetado para observar oscilações acústicas de bárions (BAO)
na faixa de rádio e ser um identificador dos chamados Fast Radio Bursts, sendo
o único radiotelescópio no mundo a estudar BAO num intervalo de frequências de
rádio que correspondem à uma época em que o Universo tinha entre 9 e 12 bilhões
de anos. Ele está sendo construído na zona rural do município de Aguiar, na
Paraíba, e deverá começar a operar no final de 2023.
A
colaboração BINGO conta com mais de 100 colaboradores, sendo o único projeto
científico internacional com a presença majoritária de cientistas brasileiros
no comitê de governança do projeto: seis pesquisadores brasileiros e um
pesquisador chinês. A Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
coordenam as atividades de construção do instrumento e preparação do software
de análise de dados do BINGO. As instituições chinesas com maior grau de
participação são a Yangzhou University, o Shangai Astronomical Observatory of
the Chinese Academy of Sciences, a University of Science and Technology of
China e o 54th Research Institute of China - Electronics Technology Group. Além
de Brasil e China, a colaboração conta com a participação de instituições da
Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália e África do Sul.
O projeto
começou oficialmente no final de 2016, com financiamento da FAPESP, e
posteriormente recebeu recursos financeiros do MCTI, CNPq, governo da Paraíba,
FINEP e de instituições chinesas, através da Yangzhou University. O valor
investido no instrumento até o momento é de cerca de trinta e cinco milhões de
reais. Os receptores e todo o “front-end” (constituído de cornetas, guias de
onda e polarizadores), o projeto óptico e o projeto de engenharia para as
fundações do telescópio foram integralmente feitos no Brasil. Os refletores
primário e secundário (com 40 m e 34 m de diâmetro, respectivamente) e as
estruturas de sustentação estão sendo construídos no 54th Research Institute of
China, a partir do projeto óptico brasileiro. Além da instrumentação radioastronômica
usual, o BINGO usará também tecnologia de ponta como a nova geração de radares.
No último
dia 14 de abril, o projeto BINGO foi um dos temas tratados pelos presidentes
Lula (Brasil) e Xi Jiping (China) na Declaração Conjunta entre a República Federativa
do Brasil e a República Popular da China sobre o Aprofundamento da Parceria
Estratégica Global, explicitamente apoiando "o desenvolvimento do
Radiotelescópio BINGO, atualmente em construção no Brasil, voltado a pesquisas
sobre matéria escura.” Os dois governos têm visto com excelentes olhos os
esforços para viabilizar o radiotelescópio BINGO, que realizará, além de
pesquisa no estado da arte da cosmologia, a interiorização da tecnologia, da
educação científica e a promoção da ciência, tanto no Nordeste do Brasil quanto
em algumas regiões da China.
Ele é um
projeto com as características da ciência do séc. XXI, unindo tecnologia e
desenvolvimento social e educacional. Um documento recente do Ministério das
Relações Exteriores relata que “os participantes concordaram que o BINGO é
relevante iniciativa para impulsionar maior intercâmbio de cientistas e
reforçar a cooperação científica sino-brasileira de longo prazo”.A colaboração
BINGO tem um enorme potencial de gerar resultados científicos de grande impacto,
além de novas tecnologias em sensoriamento remoto, eletrônica, ciência
espacial, estatística (inclusive com aplicação em economia e ciência de dados)
e diversas outras áreas do conhecimento. O projeto está aberto à membros da
comunidade brasileira que tenham interesse em participar dessa empreitada e que
possam se juntar à colaboração para explorar a ciência de qualidade que será
produzida com os dados do BINGO nos próximos anos.
Mais
informações sobre o radiotelescópio Bingo podem ser encontradas no site https://bingotelescope.org/pt/.
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