Entrevista Com o Comandante do Centro de Operações Espaciais do Brasil (COPE) da FAB
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo
uma entrevista com o Brig. Rodrigo Alvim
de Oliveira, comandante do Centro de
Operações Espaciais (COPE) da FAB,
postada que foi no dia (24/02) no site ‘Diálogo Américas’. Vale a pena dar uma conferida.
Brazilian
Space
Home - Capacitação
e Desenvolvimento
Centro de Operações Espaciais do Brasil em Órbita Para o Futuro
Por Por Geraldine Cook/Diálogo
Fevereiro 24, 2023
Fonte: Site Diálogo
Americasl - https://dialogo-americas.com/pt-br
(Foto: Força Aérea
Brasileira)
O Brigadeiro Rodrigo Alvim de Oliveira, da Força Aérea Brasileira, comandante do Centro de Operações Espaciais. |
O Centro de Operações
Espaciais (COPE) é uma unidade sob o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE)
da Força Aérea Brasileira, com instalações em Brasília e no Rio de Janeiro.
O COPE monitora todas as
operações de satélites militares. As operações do centro são realizadas em
conjunto com o Exército e a Marinha do Brasil através de uma equipe
multidisciplinar.
Seu comandante, o
Brigadeiro Rodrigo Alvim de Oliveira, da Força Aérea Brasileira, falou com Diálogo
durante a Conferência Espacial das Américas, realizada na sede do Comando Sul
dos Estados Unidos (SOUTHCOM), em Miami, Flórida, em 30 e 31 de janeiro de
2023.
Diálogo: Por que
é importante para o Brasil participar da Conferência Espacial das Américas?
Brigadeiro Rodrigo
Alvim de Oliveira, da Força Aérea Brasileira, comandante do Centro de Operações
Espaciais: É importante porque nos permite fortalecer as relações entre o
Brasil, a Força Espacial dos EUA, o Comando Espacial dos EUA, o SOUTHCOM e
todos os países vizinhos da América Latina.
Diálogo: Como o
COPE está trabalhando o conceito de interoperabilidade?
Brig Rodrigo: O
COMAE é um comando conjunto. Mais precisamente, é o primeiro comando conjunto
do Brasil ativado permanentemente, integrado pelo pessoal da Marinha e do
Exército.
Diálogo: Por que
o senhor acha importante que as forças militares falem sobre espaço e
segurança?
Brig Rodrigo:
Nosso trabalho é proteger nossos ativos no domínio espacial e apoiar nossos
parceiros. Para a Força Aérea Brasileira, o espaço é uma prioridade e desejamos
fortalecer nosso relacionamento com os Estados Unidos e com todos os países da
América Latina. Estamos procurando aumentar a capacidade de lançamento atraindo
empresas comerciais para operar a partir do Centro Espacial de Alcântara.
(Foto: Geraldine
Cook/Diálogo)
Diálogo: Como o
Brasil e os Estados Unidos cooperam em termos de espaço?
Brig Rodrigo: O
Brasil assinou os acordos Artemis com os Estados Unidos em 2021. Tornamo-nos o
primeiro país latino-americano a ser parceiro em um programa que estabelece uma
visão comum de governança na exploração civil e no uso do espaço exterior, o
que facilita a exploração, a ciência e as atividades comerciais. Temos também
um acordo de compartilhamento de Consciência Situacional Espacial (SSA), que
nos dá a capacidade de compartilhar informações sobre objetos espaciais e
proteger nossos ativos. Além disso, temos um acordo para desenvolver a pesquisa
científica.
Diálogo: O que há
de novo em termos de tecnologia espacial?
Brig Rodrigo:
Recentemente, compramos alguns satélites militares de imagens de radar. Temos
um satélite geoestacionário de telecomunicações e agora temos dois satélites de
imagens em baixa órbita.
Diálogo: Como a
tecnologia espacial pode ajudar a combater as ameaças à segurança no país?
Brig Rodrigo:
Através do espaço podemos monitorar o ambiente florestal, atividades ilegais,
incluindo a pesca ilegal em nosso mar, para que possamos trabalhar em conjunto
com outras agências governamentais para aprimorar a segurança em nossas
fronteiras e dentro do nosso próprio país.
Diálogo: Como o
Brasil coopera com a região, especialmente com as nações da América do Sul, em
termos de segurança espacial?
Brig Rodrigo: Não
temos nenhum acordo específico de cooperação espacial com a região, incluindo
nossos países vizinhos. No entanto, o Brasil oferece o curso Espaço 100, onde
convidamos todos os outros países a participar, pois o curso proporciona um
nível educacional introdutório ao ambiente espacial e aos sistemas espaciais.
Espero que no futuro ofereçamos mais formação e treinamento e talvez geremos
cooperação para compartilhar comunicações e imagens com os países vizinhos.
Diálogo: Qual é
sua maior preocupação para o futuro em termos de projetos espaciais?
Brig Rodrigo:
Estamos buscando desenvolver a capacidade de SSA no Brasil. Podemos adquirir
nossas próprias informações de monitoramento de objetos espaciais. Atualmente
dependemos de informações através de acordos com outros países que nos ajudam.
No entanto, queremos ter nossa própria capacidade de monitoramento de objetos
espaciais, para permitir-nos proteger nossos ativos e continuar a fornecer
nossos serviços no espaço.
Diálogo: O senhor
pode identificar as lições aprendidas com sua experiência como comandante do
COPE? Que legado o senhor pretende deixar para seu sucessor?
Brig Rodrigo: Tem
sido um privilégio trabalhar no desenvolvimento da doutrina espacial militar,
utilizando tecnologia de ponta e pessoas altamente motivadas. Espero deixar um
centro de excelência, com uma doutrina estabelecida e forte, e com a capacidade
de proteger os ativos espaciais brasileiros e garantir o uso pacífico do espaço
em benefício da sociedade, do governo e das Forças Armadas do Brasil.
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