Ministra do MCTI Foi a Genebra Articular a Adesão do Brasil ao CERN

Olá leitores e leitoras do BS!
 
Segue agora uma notícia postada dia (09/06) no site oficial do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) informando que a ministra Luciana Santos esteve em Genebra, na Suíça, para articular a adesão do Brasil a ‘Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN)’ voltada a pesquisa de Física de Altas Energias.
 
Pois então amigos e amigas do BS, está é realmente uma iniciativa esperada há muito tempo pelos Físicos Brasileiros, e que poderá ajudar a pesquisa espacial brasileira, bem como outras áreas da ciência nacional. No entanto entre a suposta intenção e a real concretização deste sonho, ainda existe um enorme espaço, e teremos de aguardar para ver como essa história irá terminar.
 
Aproveitamos para agradecer uma vez mais ao nosso amigo e membro do BS, Eugênio Preza, editor da revista digital EP.SPACE-BR, pelo envio desta notícia.
 
Em Genebra, Ministra Articula Adesão do Brasil ao Maior Centro Científico do Mundo
 
Ministra Luciana Santos esteve nesta sexta-feira (9) na Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN). Acordo de acessão deve ser analisado pelo Congresso Nacional ainda neste ano
 
Publicado em 09/06/2023 - 18h12
Fonte: Site do MCTI
 
Foto: Foto: Raul Vasconcelos

O Brasil pode se associar ao maior e mais avançado centro científico do mundo. Localizada na fronteira entre a Suíça e a França, a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) é uma infraestrutura de pesquisa voltada para física de altas energias. Entre os grandes feitos, estão a comprovação do bóson de Higgs ou “partícula de Deus”; a construção do LHC, o mais potente acelerador de partículas do planeta; a invenção do World Wide Web (www); além de experimentos e descobertas sobre a origem do universo.
 
O CERN tem a missão quase poética de responder a questões fundamentais da humanidade: como surgiu o universo e quais são as forças que o controlam. Para investigar esses mistérios, os pesquisadores construíram o maior acelerador de partículas do mundo. O LHC funciona dentro de um túnel de 27 quilômetros a cem metros abaixo do solo, onde as partículas são aceleradas a uma velocidade próxima à da luz, produzindo 1 bilhão de colisões por segundo. O experimento levou mais de dez anos para ser concluído até a primeira volta, em 2011. Com ele, os cientistas reproduziram as condições dos instantes seguintes ao Big Bang, mas 95% da massa e da energia que compõem o universo ainda são um grande mistério.
 
Criado em 1954, logo após a Segunda Guerra Mundial, o CERN começou com uma colaboração internacional entre 12 países. Hoje, possui 23 estados-membros plenos e oito associados. Em 2010, a organização estendeu a possibilidade de países não-europeus se tornarem membros associados. Com um volume histórico de cooperação científica, o Brasil iniciou os trâmites que resultaram na assinatura do Acordo de Acessão, em 2022. Para ser ratificado, o acordo precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da República.
 
Em visita ao CERN nesta sexta-feira (9), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, reafirmou o compromisso do governo brasileiro com o processo de acessão. Acompanhada de uma delegação parlamentar, ela conheceu as instalações, se reuniu com pesquisadores brasileiros que atuam na organização científica e reiterou que a associação ao CERN integra a estratégia de ampliar o acesso do Brasil a infraestruturas globais de pesquisa. Para aderir à organização, o país precisa contribuir com US$ 12 milhões por ano – valor que, segundo a ministra, não compromete o financiamento e traz enormes benefícios para a ciência brasileira. 
 
“Esta parceria será de grande importância para a comunidade científica brasileira, mas, principalmente, para a indústria nacional de base inovadora. É prioridade do governo do presidente Lula a reindustrialização em novas bases, com o objetivo de promover e apoiar o desenvolvimento tecnológico e a inovação nas empresas nacionais”, disse a ministra.
 
Para além do mistério que cerca a existência do universo, a ciência produzida no CERN permite o desenvolvimento de experimentos que oferecem soluções para a saúde, a indústria e o meio ambiente. A partir do grande acelerador LHC, outros empreendimentos científicos foram construídos. Um deles é o Sirius, que funciona no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
 
Os dois aceleradores já possuem acordo de cooperação, mas a associação do Brasil ao CERN vai elevar a transferência de tecnologia para outro patamar. Grande parte das tecnologias desenvolvidas pela organização acontece em parceria com a indústria por meio de contratos de pesquisa e desenvolvimento e de fornecimento de serviços e matéria-prima. Para se ter uma ideia, os investimentos do CERN com contratos e encomendas junto à indústria alcançaram cerca de US$ 500 milhões nos últimos anos. Se aprovada, a adesão vai permitir a participação das empresas brasileiras nos contratos com o CERN, além de assegurar o acesso de pesquisadores e cientistas à organização, ampliando a formação de recursos humanos altamente qualificados, o que é importante para a reindustrialização do país.
 
Minerais Estratégicos 
 
Outra vantagem da associação do Brasil à Organização Europeia para Pesquisa Nuclear é o acesso do país a matérias-primas especiais, como o nióbio, largamente utilizado para a fabricação de ímas. Em vez de adquirir o minério em sua forma natural, o CERN opta pelo produto final para aplicação em seus componentes. “O Brasil tem todo o interesse em absorver a tecnologia utilizada na fabricação das ligas de nióbio, titânio e cobre em vez de ser apenas um exportador de matéria-prima”, ressaltou a ministra Luciana Santos.
 
Segundo o diretor-geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva, diferente do CERN, o Sirius é um acelerador de elétrons que gera a luz necessária para a investigação dos materiais e, por isso, está mais próximo de aplicações práticas, como a investigação das rochas do pré-sal, das células do organismo e das proteínas para o desenvolvimento de fármacos, por exemplo. Mas as pesquisas realizadas pelo CERN são fundamentais para o Brasil dar um salto no desenvolvimento científico e tecnológico.
 
“A ciência e a tecnologia possuem vários componentes que transformam uma sociedade. A formação de recursos humanos qualificados, avançar no conhecimento da humanidade como um todo, a transferência de tecnologia de ponta para empresas, gerando novos empregos, e a internacionalização, que permite ao Brasil ser parte dessa grande rede mundial de pesquisa. E o CERNE é um ponto central para tudo isso”, resumiu Roque.

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