Institutos de Pesquisa Lançam Manifesto
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (11/07) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que os institutos
de pesquisas brasileiros lançaram manifesto.
Duda Falcão
Institutos de Pesquisa Lançam Manifesto
Terça-feira, 11 de Julho de 2017
Conheça a íntegra do documento em defesa de recursos para
a área de CT&I:
Os 70 Anos do Méson Pi e os Institutos de Pesquisas do
Brasil
Há exatos 70 anos, o físico brasileiro César Lattes (1924-2005)
teve participação decisiva em uma das descobertas científicas mais importantes
do século passado: a detecção do méson pi (ou píon), partícula que mantém
prótons e nêutrons unidos no núcleo dos átomos. Por esse feito, Lattes foi
indicado sete vezes ao prêmio Nobel de Física.
Essa proeminência de Lattes alicerçou um cenário da
história deste país em que ciência era parte importante de um projeto de nação,
resultando, em 1949, na fundação, na cidade do Rio de Janeiro, do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), instituto construído com base na
pesquisa em tempo integral. Alavancados por aquele momento histórico, foram
concebidos o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada e a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Foram também mudadas
características de institutos já existentes, como o do já então centenário
Observatório Nacional e do Instituto Nacional de Tecnologia. Mais tarde, foram
criados o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Laboratório Nacional de
Computação Científica, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), entre
outros que compõem atualmente as chamadas unidades de pesquisa do Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), listados abaixo com seu
ano de fundação.
Hoje, o Brasil conta com um número significativo de
institutos dedicados à pesquisa científica e a seus desdobramentos
tecnológicos. São instituições estratégicas para atacar os desafios enfrentados
pelo Estado brasileiro, dando a essas tarefas uma abordagem científica e
tecnológica. Praticamente todas são conhecidas pela excelência internacional de
suas pesquisas, por seus laboratórios multiusuários e por servirem de
infraestrutura de apoio aos grupos de pesquisa do Brasil e exterior, bem como
interagem ativamente com empresas nacionais. Seus pesquisadores e tecnologistas
participam de grandes colaborações científicas internacionais, nas quais muitos
projetos têm participação da indústria brasileira, estreitando, assim, a
relação desta com a ciência e a tecnologia.
Os institutos do MCTIC têm, além de função estratégica na
relação entre ciência básica e setor produtivo, outra característica
importante: seus cientistas mantêm ampla rede de contatos internacionais, com
acesso privilegiado a avanços científicos e tecnológicos, antes de estes virem
a público. Além disso, são polos formadores de cientistas, engenheiros e
técnicos altamente capacitados e com experiência internacional.
Os desdobramentos tecnológicos dessas colaborações
internacionais permeiam nosso cotidiano e trazem riqueza para as nações e
bem-estar para suas populações. Entre muitos exemplos, estão tratamentos mais
eficazes para o câncer; meios de transporte mais seguros; celulares e TVs com
funções; internet mais rápida e global etc. Um desses avanços tem consequências
sociais e econômicas imensuráveis: a ‘www’ (páginas da internet), inventada por
um cientista do CERN, Tim Berners-Lee, que, sem patenteá-la, deixou-a como
patrimônio para a humanidade.
Porém, ao analisarmos a infraestrutura dos institutos de
pesquisas do Brasil – e a compararmos com a de países cujo desenvolvimento é
equivalente ao nosso – fica flagrante sua fragilidade, pois o número de
cientistas e tecnologistas em nossos quadros é significativamente menor, com a
agravante de vagas não repostas por aposentadorias. Some-se a esse cenário a
redução sistemática nos orçamentos desses institutos ao longo dos últimos anos,
estrangulando-os a ponto de ameaçar sua existência.
A aplicação dos contingenciamentos aos atuais orçamentos
dos institutos de pesquisa do MCTIC causará danos irrecuperáveis a instituições
estratégicas, alijando o Estado brasileiro de instrumentos essenciais para
qualquer movimento de recuperação de nossa economia. É hora de se lembrar
daquele momento histórico, ocorrido há exatos 70 anos, no qual ciência foi
parte essencial de um projeto de nação.
• Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF, 1949)
• Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI,
1982)
• Centro de Tecnologia Mineral (CETEM, 1978)
• Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE,
2005)
• Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (CEMADEN, 2011)
• Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais
(CNPEM, 1997)
• Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT, 1954)
• Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
(Mamirauá, 2004)
• Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA, 1949)
• Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA,
1952)
• Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA,
1952)
• Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 1971)
• Instituto Nacional de Tecnologia (INT, 1921)
• Instituto Nacional do Semi-Árido (INSA, 2004)
• Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA, 1989)
• Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC,
1980)
• Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST, 1985)
• Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG, 1866)
• Observatório Nacional (ON, 1827)
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
Comentário: Pois é, para mim falta visão política e liderança
a Comunidade Científica Brasileira. Infelizmente essa gente continua
acreditando que vivem em um pais sério e que com manifestos como esse as coisas
irão mudar. Esta situação é tão cômica quanto trágica para o país devido a infantilidade desse gente. Fazer o que????
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