Segundo "O Globo", NSA e CIA Mantiveram Base no Brasil
Olá leitor!
Segue abaixo uma
preocupante matéria postada hoje (08/07) no site do jornal “O Globo” destacando
que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês)
e Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, montaram em Brasília
(pelo menos até 2002) uma base para
coleta de dados filtrados de satélite.
Duda Falcão
MUNDO
NSA e CIA Mantiveram em Brasília Equipe
Para Coleta de Dados Filtrados de Satélite
Brasília fez parte da rede de 16 bases dedicadas
a programa de coleta de informações
Roberto Kaz
José Casado
Publicado: 8/07/13
- 0h05
Atualizado: 8/07/13
- 0h18
KENZO TRIBOUILLARD / AFP
Manifestantes fazem apoio a Snowden em frente à torre Eiffel, em Paris. |
RIO — Funcionou em
Brasília, pelo menos até 2002, uma das estações de espionagem nas quais agentes
da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) trabalharam em
conjunto com a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. Não se
pode afirmar que continuou depois desse ano por falta de provas. Documentos da
NSA a que O GLOBO teve acesso revelam que Brasília fez parte da rede de 16
bases dessa agência dedicadas a um programa de coleta de informações através de
satélites de outros países. Um deles tem o título “Primary Fornsat Collection
Operations” e destaca as bases da agência.
Satélites são vitais aos sistemas
nacionais de comunicações, tanto quanto as redes de fibras óticas em cabos
submarinos. O Brasil não possui nenhum, mas aluga oito, todos do tipo
geoestacionário - ou seja, que permanecem estacionados sobre uma região
específica da Terra, em geral na linha do Equador.
Há também um conjunto de documentos da
NSA, de setembro de 2010, cuja leitura pode levar à conclusão de que
escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas
Nações Unidas, em Nova York, em algum momento teriam sido alvos da agência. Não
foi possível confirmar a informação e nem se esse tipo de prática prossegue.
Essa mesma documentação expõe os
padrões da NSA para monitoramento de informações em escritórios estrangeiros,
nos EUA. São softwares de espionagem operados a partir de implantes físicos nas
redes digitais privadas e em computadores: Highlands é o codinome de um
programa de coleta direta de sinais digitais; o Vagrant funciona através de
cópias das telas de computadores; e o Lifesaver, via cópia dos discos rígidos
onde ficam armazenadas as memórias das máquinas. Os três programas teriam sido
usados para espionar dados brasileiros.
Os documentos da NSA foram vazados por
Edward Snowden, técnico em redes de computação. Ex-empregado da CIA, ele
trabalhou na agência nos últimos quatro anos como especialista subcontratado de
empresas privadas. Há um mês, o jornal britânico “The Guardian” publicou
reportagens com as primeiras revelações de Snowden sobre operações de
vigilância de comunicações realizadas dentro e fora das fronteiras dos Estados Unidos.
No domingo, O GLOBO mostrou que, na
última década, a NSA espionou telefonemas e correspondência eletrônica de
pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no
país. Não há números precisos, mas em janeiro passado, por exemplo, o Brasil
ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e
mensagens espionados.
Para tanto, a agência contou com
parceiros corporativos no uso de ao menos três programas de computação. Um
deles é o software Prism, que permite acesso aos e-mails, conversas online e
chamadas de voz de clientes de empresas como Facebook, Google, Microsoft e
YouTube, entre outras. Outro programa é o Boundless Informant, para rastrear
registros como hora, local, etc., de e-mails enviados ou recebidos. Há também o
X-Keyscore, capaz de reconhecer uma mensagem escrita em diferentes idiomas em
correspondência de e para o Brasil. E ainda existe o Fairview, pelo qual é
possível monitorar grandes quantidades de informações trocadas por pessoas e
empresas em distintos lugares.
Brasília se destacou como única estação
na América do Sul no mapa descritivo das operações americanas de espionagem por
satélites estrangeiros.
Também era uma das duas cidades-base do
Fornsat, que hospedaram espiões da NSA e da CIA designados para trabalhar em
conjunto nesse programa. Na linguagem característica usada na documentação
copiada por Snowden, eles compunham uma força-tarefa, a Special Collection
Service (SCS). Além de Brasília, haveria outro grupo em Nova Délhi, na Índia.
A NSA descreve, em apresentação interna
datada de 2002, como opera esse consórcio de agências americanas de espionagem.
O foco, segundo a documentação oficial, está em "converter sinais de
inteligência captados no exterior a partir de estabelecimentos oficiais dos
Estados Unidos, como embaixadas e consulados." Acrescenta: "A NSA
trabalha junto com a CIA. (...) Agentes da NSA, disfarçados de diplomatas,
conduzem o acervo". O documento foi feito uma década atrás e não foi
possível confirmar se a prática prossegue.
Essas duas agências mantinham equipes
SCS em 75 cidades, conforme o documento de 2002. Não foi possível saber se
atualmente continuam. Dessas, 65 eram capitais nacionais. Mas os documentos da
NSA deixam claro que apenas nas estações de Brasília e de Nova Déli, existiam
forças-tarefa SCS com trabalho diretamente relacionado ao programa de
espionagem através de satélites de outros países, o Fornsat.
A ação conjunta proporciona
“inteligência considerável sobre comunicação de lideranças”, esclarece o documento
da NSA de 2002. Ela é facilitada, ressalta, pela “presença dentro de uma
capital nacional”.
Complexo Para a Coleta
O número de “alvos” é grande: “Sistemas
de comunicação de satélites comerciais estrangeiros são usados no mundo inteiro
por governos estrangeiros, organizações militares, corporações, bancos e
indústrias.” A estrutura desse sistema de coleta de informações, segundo a NSA,
se baseia nas alianças da agência com empresas privadas, proprietárias ou
operadoras: “A NSA, em conjunto com seus parceiros estrangeiros, acessa sinais
de comunicação de satélites estrangeiros.”
No mapa sobre operações do sistema
Fornsat aparecem de forma claramente identificáveis duas importantes bases
militares dos EUA.
Uma é da própria NSA, a de Sugar Grove
- “Timberline" é o seu codinome. Fica no condado de Pendleton, em West
Virginia (EUA). Segundo reportagem de 2005 do jornal “New York Times”, funciona
como uma espécie de central do sistema de coleta de informações por sinais
digitais no lado Leste dos Estados Unidos.
Um outro ponto-chave de coleta de dados
é a base de Misawa, no Japão. Ali estão estacionadas unidades da Força Aérea
dos EUA (basicamente, o 35º Fighter Wing) e um grupamento da Força Aérea de
Autodefesa do Japão.
Como as agências de espionagem de outros
países, a NSA sustenta grandes investimentos anuais em tecnologia. É o
resultado de uma obsessão por Inteligência “acabada” - a produção diária de um
conjunto de informações de qualidade para quem detém o poder de decisão na
política governamental doméstica e externa. Mas como tudo é segredo nesse ramo,
os abusos e os fracassos jamais são conhecidos.
Fonte: Site do Jornal O GLOBO – 08/07/2013 - http://oglobo.globo.com/
Comentário: Caro leitor essa notícia divulgada pelo
jornal O GLOBO, se verdadeira for, é gravíssima, e vem pontuar o que estamos dizendo
há meses desde que permitiram a entrada no Brasil do tal Centro Tecnológico da
Boeing, que muito provavelmente não passa de uma base disfarçada da CIA. Senhores a coisa é muito
séria, e não vejo como combater essas ações com o atual Governo e Congresso que
temos. Aqui não é uma questão partidária, até por que como eu disse
anteriormente, não existem partidos no Brasil e sim legendas utilizadas por
esses energúmenos para chegarem ao poder, seja em qual nível for. E sim uma
questão e incompetência, corrupção e
estupidez generalizada. Portanto, como brasileiro, acredito que já chegou a
hora das Forças Armadas (leia-se, Comando da Aeronáutica, Comando da Marinha e o Comando do Exercito) tomarem uma posição efetiva quanto a essa ‘festa do
interior’, caso contrario não só o país poderá tomar um rumo sem volta, como
também a segurança de nossa sociedade estará em jogo na mão de gente que não
enxerga um palmo diante do nariz. Gostaríamos de agradecer ao leitor Ricardo
Melo pelo envio dessa grave notícia.
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