Zonas Habitáveis de Outros Sistemas Estelares Podem Não Ser Tão Habitáveis Assim

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Segue abaixo uma notícia postada ontem (05/11) no site “Canaltech”, destacando que Zonas Habitáveis de outros Sistemas Estelares podem não ser tão habitáveis assim.

Duda Falcão

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Zonas Habitáveis de Outros Sistemas Estelares Podem Não Ser Tão Habitáveis Assim

Por Patrícia Gnipper
Canaltech
Fonte: Inverse
05 de Novembro de 2019 às 22h20

Quando se pensa na busca por vida em outros sistemas estelares, basicamente se busca por mundos que estejam dentro da chamada zona habitável de sua estrela, aquela região que não fica nem muito perto do astro (ou seja, com temperaturas muito elevadas), e nem muito longe (com temperaturas congelantes). Desta maneira, em teoria, qualquer planeta que tenha água em sua superfície pode mantê-la no estado líquido, o que é, de acordo com o que sabemos, essencial para o florescer da vida como a conhecemos.

Contudo, um novo estudo publicado no The Astrophysical Journal chega para, talvez, derrubar esta ideia: os pesquisadores da Universidade Rice sugerem que as tais das zonas habitáveis podem, na verdade, ser perigosas demais para sustentar vida.

Para chegar a esta conclusão, a equipe usou uma combinação de dados obtidos de exoplanetas conhecidos com um modelo de campo magnético baseado na energia solar, para mostrar como alguns desses exoplanetas podem se comportar sob o poder magnético de suas estrelas. Alison Farrish, principal autora do estudo, acredita que sua pesquisa pode preencher lacunas no entendimento desses exoplanetas. "É impossível, com a tecnologia atual, determinar se um exoplaneta tem ou não um campo magnético protetor; portanto, este artigo se concentra no que é conhecido como campo magnético asterosférico — esta é a extensão interplanetária do campo magnético estelar com o qual o exoplaneta interage", explica.

Concepção artística do Ross 128b, exoplaneta tido como potencialmente habitável — até então.

A equipe analisou o número que determina o quão ativa uma estrela é, e também os padrões que determinam a que distância um exoplaneta é afetado pelo campo magnético de sua estrela. Afinal, campos magnéticos de estrelas se estendem em todas as direções e, dependendo das condições individuais de cada planeta em sua órbita, sua potencial habitabilidade é ameaçada.

Se, por acaso, a estrela em questão for muito ativa, e também se o planeta estiver muito próximo do campo magnético do astro, mesmo se ele estiver na zona habitável ele pode experimentar efeitos poderosos capazes de afastar qualquer magnetosfera presente — a magnetosfera é o campo magnético do planeta que tem a função de protegê-lo da radiação solar. O resultado seria uma superfície irradiada e, assim, incapaz de sustentar vida.

"Dependendo de onde o planeta está dentro do campo magnético estendido da estrela, estima-se que alguns desses exoplanetas da zona habitável possam perder suas atmosferas em menos de 100 milhões de anos", disse Alexander, co-autor do estudo. “Esse é um período muito curto em termos astronômicos. O planeta pode ter as condições corretas de temperatura e pressão para a habitabilidade, e algumas formas de vida simples podem se formar, mas isso é o mais longe possível. A atmosfera seria removida e a radiação na superfície seria bastante intensa", continua.

Concepção artística do sistema TRAPPIST-1, com vários planetas rochosos e alguns potencialmente habitáveis.

Entre esses exoplanetas que foram tidos como potencialmente habitáveis, mas que, de acordo com o novo estudo, podem na verdade não ser capazes de sustentar nenhum tipo de vida, estão os "queridinhos" Ross 128b e os do sistema TRAPPIST-1, que provavelmente caem nessa questão da perigosa zona magnética de suas estrelas.


Fonte: Site Canaltech -  https://canaltech.com.br

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