Líder Mundial em Incidência de Raios, Brasil Tem 50 milhões de Descargas Elétricas Por Ano

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (31/10) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), destacando que o Brasil é líder mundial em incidência de raios com 50 milhões de descargas elétricas por ano.

Duda Falcão

NOTÍCIAS

Líder em Incidência de Raios, Brasil Tem
50 Milhões de Descargas Elétricas Por Ano

Temporada de raios começa na primavera e verão. Segundo o Grupo de Eletricidade
Atmosférica do INPE, descargas elétricas mataram 1.790 pessoas entre 2000 e 2014.
"Precisamos alertar para esse perigo", diz coordenador do ELAT.

Por Ascom do MCTIC
Publicação: 31/10/2016 | 09:00
Última modificação: 31/10/2016 | 10:25

Crédito: ELAT/INPE
Fotografia enviada para o ELAT de descarga
elétrica no Rio de Janeiro.

A primavera e o verão, as estações mais quentes do ano, são também um período de alerta para população. Isso porque 90% dos 50 milhões de raios que caem no Brasil são registrados neste período. O Brasil é líder mundial na incidência deste fenômeno, que provocou a morte de 1.790 pessoas entre 2000 e 2014, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A cada 50 mortes por raio no mundo, uma acontece no Brasil. 

"Os raios matam aos poucos, então, não há uma grande comoção em torno desse tema. Precisamos alertar para esse perigo. Como a maior parte das descargas acontece na primavera e no verão, as mortes se concentram nesse período, mas também há risco no outono e no inverno", explicou o coordenador do ELAT, Osmar Pinto Junior.

Para se ter uma ideia, a descarga gerada por um relâmpago tem intensidade mil vezes maior que a corrente elétrica que passa por um fio de chuveiro elétrico. As temperaturas de um raio podem chegar a 30 mil graus Celsius, cinco vezes mais elevada que a da superfície do Sol.

"Quando a pessoa pensa nisso, ela teme. Se alguém for atingido diretamente por um raio, irremediavelmente morre", reforçou. "A maioria delas acontece em campos abertos, como áreas de agricultura, campos de futebol e na praia, principalmente por correntes indiretas dos raios, que vêm pelo chão. O perigo não é só o raio em si, mas a corrente elétrica que pode ser descarregada no solo."

A prevenção continua sendo o principal meio para evitar mortes provocadas por raios. Durante as tempestades, deve-se evitar locais altos, sentar embaixo de árvores ou deitar no chão. A pessoa também deve manter distância de locais com poças de água e objetos que possam conduzir a eletricidade, como linhas de energia e cercas de arame farpado.

Monitoramento

Diante desse quadro, o ELAT desenvolveu uma rede de sensores que monitora a ocorrência de raios em todo o território brasileiro, chamada Rede BrasilDAT. Na página da unidade, é possível acompanhar em tempo real os dados coletados por cerca de 70 sensores espalhados pelo país que detectam a radiação eletromagnética emitida pelos raios.

"Qualquer pessoa pode consultar o BrasilDAT. A rede permite minimizar os danos e as mortes causadas pelos raios, através de acompanhamento em tempo real do local onde eles estão ocorrendo e para onde estão se deslocando. É uma informação importante e que pode salvar vidas", ressaltou Osmar Pinto Junior.

O ELAT também trabalha para disponibilizar ao público o serviço de previsão de raios com 24 horas de antecedência. A ferramenta foi testada em caráter piloto nos dois últimos verões e está sendo aperfeiçoada pela equipe de pesquisadores para restringir a área de ocorrência das descargas elétricas.

"Essa metodologia foi desenvolvida por dez anos e a estamos aperfeiçoando para conseguirmos chegar a uma margem de 15 quilômetros de área. Hoje, temos uma mensuração de uma área bem maior, de quase cem quilômetros. Com a otimização da ferramenta, o cidadão vai ficar melhor informado", disse.

Como Se Formam

As tempestades de raios têm maior incidência durante os meses de primavera e verão por causa do choque de massas de ar com temperaturas diferentes. O ar fica mais quente e é mais facilmente transportado para as camadas superiores da atmosfera. A partir de cinco quilômetros de altura, ele começa a formar cristais de gelo no interior das nuvens.

O choque das partículas dentro das brumas deixa os átomos eletricamente carregados, dando origem a uma faísca que dá início ao raio. À medida que a fagulha se aproxima do solo, inicia-se uma descarga do chão para a nuvem. Quando as duas se unem, acontece o raio.

Concurso de Fotografias

Durante a primavera e do verão, o ELAT promove um concurso aberto de fotografias de raios. A melhor imagem de cada mês é publicada na página da unidade do INPE.


Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC)

Comentários