Temer Sinaliza Que Ministério da Ciência e Tecnologia Continua Como Moeda de Troca
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (03/05) do site "Direto da Ciência", destacando que o vice-presidente Michel Temer sinaliza que em seu governo o MCTI continuará como "Moeda de Troca".
Duda Falcão
Temer Sinaliza Que Ministério da Ciência e
Tecnologia Continua Como
Moeda de Troca
Editor MAURÍCIO TUFFANI,
Direto da Ciência
03/05/2016
Não demorou muito para o
vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) mostrar que tratará o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI) como mera moeda de troca, da mesma
forma como tem procedido a presidente Dilma Rousseff (PT-RS) desde o início da
campanha para a votação que os reelegeu em 2014. Embora na comunidade
científica não deveria mais haver esperanças para a escolha de bons nomes, foi
recebido muito negativamente o anúncio ontem (segunda-feira, 2/5) de que a
pasta deverá servir de consolo para o PRB, e já com a indicação do nome do
presidente do partido, Marcos Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal do
Reino de Deus.
Estranhos no Ninho
A nomeação de estranhos no
ninho para a pasta já havia começado no início do primeiro governo Lula
(2003-2006) com a indicação de Roberto Amaral (PSB-RJ), que começou sua gestão
(2003-2004) s destacando na imprensa com sua opinião de que o Brasil deveria produzir
tecnologia para armas nucleares. Na sequência, a negociação do MCTI como
território do PSB foi mantida com a indicação do pernambucano Eduardo Campos
(2004-2005), mas felizmente resultou na escolha do engenheiro eletrônico e
físico Sérgio Rezende (PE), mestre e doutor pelo Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), que permaneceu no cargo até o final do segundo mandato de
Lula em uma gestão consistente e respeitada por grande parte da comunidade
científica (2005-2010).
Reviravoltas
O PSB acabou perdendo o
MCTI nas negociações de Dilma para sua primeira gestão, que começou com a
nomeação de Aloizio Mercadante (PT-SP), outro nome que não tem nada a ver com a
pasta. Passado pouco mais de um ano e meio (2011-2012), a ambição do petista
pelo Ministério da Educação permitiu à presidente escolher Marco Antonio Raupp,
ligado ao PMDB, que era então presidente da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), ex-diretor-geral do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e ex-presidente da Agência Espacial Brasileira
(AEB).
Novos Tropeços
Essa segunda gestão
consistente do MCTI na era petista durou apenas de janeiro de 2012 a março de
2014. Apesar de não ser candidato às eleições, Raupp acabou sendo exonerado
junto com outros ministros que estavam saindo para concorrer. O novo escolhido
foi Clélio Campolina Diniz, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) indicado por Fernando Pimentel (PT-MG), candidato a governador. Nove
meses depois, em dezembro de 2014, entre os nomes do ministério do segundo
mandato de Dilma surge o do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
‘Pegadinha’
Até ser confirmada como
verdadeira, a notícia chegou a ser interpretada como “pegadinha” ou brincadeira
de sites humorísticos devido ao histórico do deputado com referências
anedóticas relacionadas à inovação e ao aquecimento global. No arranjo
governamental para tentar conter a crise política que já ganhava força no ano
passado, Dilma coloca Rebelo no Ministério da Defesa e nomeia para o MCTI o
deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), que deixou o cargo na semana anterior à
votação do impeachment. A pasta está interinamente sob o comando da
secretária-executiva Emília Ribeiro, nomeada por Rebelo por indicação do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de quem ela era chefe de
gabinete.
Bye-Bye Brasil
Para marcar o quadro de
desânimo em relação ao futuro da ciência e da tecnologia no Brasil, o
jornalista Bernardo Esteves, da revista Piauí, anunciou em seu blog Questões da
Ciência que irá embora do Brasil a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), autora de estudos na área de
neurologia que tiveram ampla repercssão internacional. De malas prontas para
viajar para Nashville, no Tennessee (EUA), ela passará a trabalhar na
Universidade Vanderbilt. O post antecipa algumas afirmações da pesquisadora
para o artigo de despedida dela do país, que estará na edição deste mês da
Piauí, no qual ela explica sua frustração por trabalhar no Brasil.
Não importa o quanto um
cientista produza, o quanto se esforce, quanto financiamento ou reconhecimento
público traga para a universidade – o salário será sempre o mesmo dos colegas
que fazem o mínimo necessário para não chamar a atenção.
Fonte: Blog do Direto da Ciência - http://www.diretodaciencia.com/
Comentário: Percebeu agora Dr. Luiz Davidovich que não importa o
aumento de recursos se não houver a compreensão de usa-los com compromisso, sapiência,
dinamismo e seriedade? Muitos acreditam que a simples mudança de poder irá
resultar em mudança de mentalidade, e tá mais que provado que não é bem
assim (são todos farinha do mesmo saco). Como lhe disse no comentário anterior, o problema é puramente cultural e
só mudaremos isto com Educação de Qualidade baseada na Cidadania. Nenhuma mudança
cultural é fácil de ser realizada Dr. Davidovich (principalmente aquelas que mexe com as crenças e os interesses da maioria), leva tempo e sofre forte resistência
das forças contrarias, não sendo diferente em nenhum lugar do mundo. No Brasil,
onde sempre formamos Piratas em sua maioria, não será diferente, mas não há
como mudar esta situação sem enfrentá-los de frente, tendo a ABC um papel
relevante nesta empreitada e ficará marcada na história, caso venha pecar por omissão.
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