Brasil Está na Pesquisa Para Detectar Mais Ondas Gravitacionais

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada pelo Jornal  Folha de São Paulo e postada hoje (19/02) no site da “Agência Espacial Brasileira (AEB)”, destacando que o Brasil continuará na pesquisa para detectar Ondas Gravitacionais.

Duda Falcão

Notícias

Brasil Está na Pesquisa Para
Detectar Mais Ondas Gravitacionais

Folha de São Paulo


Brasília, 19 de fevereiro de 2016 – A primeira detecção de ondas gravitacionais, anunciada no último dia 11, deve impulsionar uma corrida tecnológica e científica. Afinal, mais do que oferecer a enésima confirmação para a já consagrada teoria da Relatividade do físico Albert Einstein, ela oferece outra forma de estudar eventos astrofísicos antes inacessíveis. É o início da era da astronomia de ondas gravitacionais.

Não por acaso, David Reitze, diretor-executivo do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro de Laser (Ligo, na sigla em inglês), comparou o achado às primeiras observações do céu feitas com o telescópio, por Galileu, há 400 anos. Agora os cientistas também poderão olhar o Cosmos de uma nova maneira.

Não fosse a capacidade dos detectores gêmeos do Ligo, jamais saberíamos daquele par de buracos negros e sua espetacular colisão que gerou as ondas gravitacionais detectadas aqui.

A partir de setembro, outro detector com sensibilidade similar – Virgo, na Itália – entra em operação. Com os três trabalhando juntos, não só haverá maior redundância para confirmar a descoberta como surge a possibilidade de indicar com maior precisão de onde no céu o sinal está vindo.

Brasil – A detecção também deve motivar uma nova mobilização entre os grupos de pesquisa que trabalham com o tema no Brasil. Além de estar na colaboração Ligo, Odylio Aguiar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), é responsável pelo projeto Schenberg (em homenagem ao físico brasileiro Mário Schenberg, grande estudioso da física de buracos negros) e instalado hoje no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo.

O detector consiste numa esfera metálica resfriada a temperaturas próximas do zero absoluto (-273°C) e é equipada para detectar a vibração produzida pela passagem de ondas gravitacionais.

Sua primeira operação se deu em 2006 e, embora o desempenho tenha se mostrado melhor do que o esperado, ainda estava muito aquém da sensibilidade requerida para uma detecção. Melhorias foram feitas na última década, e agora o detector trocará de local. “Este ano estamos transferindo a antena para o INPE e pretendemos melhorar sua sensibilidade”, disse Aguiar.

A intenção é apoiar a antena em diferentes estruturas de concreto, o que deve fazer com que o ruído (gerado por pessoas andando no ambiente, por exemplo) seja reduzido. Outras providências serão chumbar as bombas de vácuo na parede e adotar o uso de tubos flexíveis. Além disso, alguns dos sensores estão sendo melhorados para ficarem mais eficientes em detectar sinais. O esperado é que demore dois anos para que a montagem no INPE esteja finalizada.

“A informação desse detector é rica e extremamente útil porque localiza no céu o sinal com precisão, independente de qualquer outro aparelho”, afirma Aguiar.

Em paralelo, um projeto latino-americano começa a nascer. “Estamos em conversa com argentinos e mexicanos para a proposta de construção de um interferômetro subterrâneo na América do Sul, que entraria em funcionamento depois de 2030.”


Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)

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