Tese de Bolsista do INPE Verifica Concentração de Sedimentos Oriundos de Garimpos em Rios da Região Norte
Ola leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (04/11) no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que Tese
de bolsista do instituto verifica
concentração de sedimentos oriundos de garimpos em Rios da Região Norte.
Duda Falcão
Tese Verifica Concentração de
Sedimentos
Oriundos de Garimpos em Rios da Região Norte
Quarta-feira, 04 de Novembro de
2015
A redução da penetração de luz na água dos rios onde existe atividade
garimpeira, provocada pelo acúmulo de sedimentos sólidos despejados, foi objeto
de estudo da tese de doutorado de Felipe de Lucia Lobo, bolsista de
pós-doutorado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O trabalho
foi concluído este ano pela Universidade de Victoria (Canadá), sob orientação
das pesquisadoras Maycira Costa e Evlyn Novo, esta da Divisão de Sensoriamento
Remoto do INPE.
Os estudos se concentraram na região do rio Tapajós, no oeste do Pará.
Quatro bacias sujeitas a diferentes intensidades de mineração foram analisadas:
Crepori, Novo e Tocantinzinho (impactadas) e Jamanxim (não impactada).
Foi observado, em tributários com diferentes intensidades de atividade
garimpeira, uma variação de concentrações de sedimentos variando entre 0,3 e
111,3 mg/L. Quando elevada, essa concentração causa a redução na penetração da
luz. Em corpos d’água com baixa concentração de sedimentos, a zona eufótica
(coluna de água em que há luz suficiente para a produção de fito plâncton) foi
de 6,2 metros. Essa área é drasticamente reduzida para 1,2 metros em
tributários com mais de 100 mg/L de concentração de sedimentos sólidos, podendo
causar alterações na composição fito planctônica do rio.
Mercúrio
A região do rio Tapajós vem sido alvo da exploração de ouro desde os
anos 1950. Motivado pela alta do preço do ouro e pelo incentivo governamental
de ocupação e exploração dos minérios, as atividades se intensificaram nos anos
1980, com consequências para o meio ambiente e populações locais, de maneira
ainda desconhecida.
A contaminação pelo mercúrio, usado na extração do ouro, chamou a
atenção internacional pelos potenciais efeitos danosos à cadeia trófica e
consumidores de peixes (população ribeirinha e os próprios garimpeiros). Desde
então, inúmeros trabalhos avaliaram os índices de poluição por mercúrio, mas
poucos se ativeram à degradação e poluição aquática pela introdução de
sedimentos oriundos margens dos rios. Por ano toneladas de sedimento foram e
ainda são despejados na rede de drenagem do Rio Tapajós. As consequências para
o sistema aquático ainda são desconhecidas.
O trabalho do pesquisador também incluiu a quantificação da
concentração de sedimentos nos mesmos tributários a partir de imagens
históricas do sistema de satélites Landsat, com o intuito de estender as
informações para o período entre 1973 e 2013. Também foi mapeada a distribuição
dos garimpos na região e examinado o papel do avanço da atividade garimpeira na
mudança da qualidade da água, considerando as características geográficas, como
tipo de solo, proximidade à rede de drenagem.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
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