Brasil Perde Para Argentina na Corrida Por Satélites, Afirma Especialista
Olá leitor!
Segue abaixo mais uma notícia postada ontem (05/11) no
site do “Senado Federal” destacando que segundo especialista do setor espacial
o Brasil perde para Argentina na corrida por satélites.
Duda Falcão
Notícias - Comissões
Brasil Perde Para Argentina na Corrida
Por Satélites, Afirma Especialista
Djalba Lima
Agência Senado
05/11/2015, 16h34
Atualizado em 05/11/2015, 17h23
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Apesar
de décadas de investimentos, o Brasil não obteve os resultados de seus pares no
BRICS — Rússia, Índia e China — no setor espacial. Além disso, está perdendo
para a Argentina, que coloca em órbita seu segundo satélite geoestacionário e
constrói o terceiro em seu próprio território. A avaliação foi feita pelo
presidente da Visiona Tecnologia Espacial, Eduardo Bonini, em audiência pública
na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira
(5).
O
presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa, atribuiu parte dos
problemas a "uma comédia de erros", que começou com a oposição
política ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (TSA) Brasil-Estados Unidos.
Esse acordo foi assinado em 2000 para viabilizar o lançamento de satélites da
base de Alcântara, no Maranhão, por empresas privadas norte-americanas. Com a
mudança de governo, o TSA foi colocado de lado, com a assinatura de um acordo
semelhante com a Ucrânia, em 2004.
Segundo
Barbosa, para lançar da base de Alcântara o foguete com o satélite previsto no
acordo com a Ucrânia, o governo brasileiro precisava do tratado que havia
vetado — os Estados Unidos dominam 85% do mercado de lançamento de satélites de
comunicação. Ao contrário do acordo com Washington, que ainda está parado na
Câmara dos Deputados, a cooperação com o governo de Kiev foi rapidamente
aprovada pelo Congresso.
O
dirigente da FIESP lembrou que, após 12 anos, o foguete não foi lançado,
obrigando o governo brasileiro a cancelar o acordo com a Ucrânia em julho de
2015. Barbosa, que era embaixador brasileiro em Washington na época da
assinatura do acordo com os Estados Unidos, garantiu que o tratado não foi
feito para beneficiar empresas norte-americanas, mas para viabilizar a base de
Alcântara, que receberia de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões por cada lançamento
de satélite.
Barbosa
contestou informação dada em 2013 pelo então chanceler Antonio Patriota de que
o governo havia retirado do Congresso o projeto de decreto legislativo que
prevê a homologação do acordo pelo Congresso. Na presidência da reunião da CRE,
o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) informou que a última movimentação desse
projeto de decreto legislativo (PDL 1446/2001) se deu na Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, com a leitura de relatório
sobre a proposta pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
Para
Barbosa, uma das opções é o Congresso Nacional dar prosseguimento ao exame do
projeto de decreto legislativo, já que ele não foi retirado pelo governo.
Conforme o ex-embaixador em Washington, se não tivesse havido essa
"contaminação ideológica" 15 anos atrás, o Brasil teria desenvolvido
a base de Alcântara para fins comerciais, "e os recursos poderiam
financiar" as demandas para o desenvolvimento da área.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) observou que "o Brasil
e a Rússia estão dentro do Brics e nós fizemos um acordo com a Ucrânia".
Em seguida, acrescentou, "a Rússia invade a Ucrânia e descobre-se que a
fábrica [de foguetes] fica dentro de território russo". Para a senadora,
"isso parece ser equivocado em todos os aspectos".
Diante do diagnóstico de Eduardo Bonini quanto à difícil
situação financeira da indústria que opera no setor espacial, o senador Ricardo
Ferraço (PMDB-ES) questionou a razão de as empresas privadas não terem
capacidade de antever os problemas. Bonini explicou que 70% a 80% dos negócios
nessa área são demandados por governo.
— São programas estratégicos. São projetos de altíssimo
risco e, muitas vezes, sem retorno. Não existe lançador de satélite que traga
retorno econômico — isso é uma estratégia de Estado, uma política de Estado. A
utilização comercial da base de Alcântara pode fomentar a própria
infraestrutura a se capacitar para projetos maiores, pode ajudar no
desenvolvimento, mas é muito difícil ver um lançador de satélite dar retorno
para as suas empresas — acrescentou o executivo.
Reportagem da TV Senado - 05/11/2015
Fonte: Site do Senado Federal - http://www12.senado.leg.br
Comentários
Postar um comentário